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    Guineenses choram vítimas de esmagamento em estádio que matou 56

    Governo da Guiné prometeu investigação para apurar as causas da tragédia

    Portia Croweda Reuters

    Quando Mory Cisse deixou o seu irmão de 27 anos num estádio na cidade de Nzerekore, no sudeste da Guiné, para assistir a um jogo de futebol depois do almoço, no domingo (1º), ele não tinha ideia de que seria a última vez que o veria vivo.

    Seu irmão estava na cidade para o funeral de seu pai, que morreu na semana passada, e os dois foram assistir à final de um torneio em homenagem ao líder da junta guineense, Mamady Doumbouya.

    Cisse saiu antes que o caos eclodisse no estádio, causando um tumulto que matou pelo menos 56 pessoas, incluindo seu irmão.

    “Foi às 19h que um amigo me ligou para dizer que a situação estava muito tensa lá [no estádio]. Disseram-me para ligar para o número do meu irmão, mas não atendeu. Foi quando fui ao hospital que encontrei o corpo dele.”

    Um funcionário da administração municipal disse que muitas das vítimas eram crianças apanhadas no tumulto depois que a polícia começou a disparar gás lacrimogêneo.

    “Vimos quatro corpos, todos jovens. O portão caiu sobre crianças. Os veículos que passavam nem prestaram atenção às pessoas que saíam; uma criança pequena foi violentamente atropelada”, disse Moriba Haba, uma estudante de 16 anos da escola secundária, à Reuters.

    “Fiquei com muito medo. Nunca presenciei coisas assim… Vi crianças chorando, gritando o nome das mães. Fiquei triste, mas não tive forças para ajudá-las.”

    Siba Alain Loua, um jovem de 17 anos que falava numa cama de hospital, disse que caiu quando o pânico começou, mas conseguiu levantar-se.

    “Houve várias mortes no local. Meus amigos me ajudaram a chegar em casa ontem à noite. Esta manhã viemos ao hospital para tratamento.”

    O esmagamento foi desencadeado por um cartão vermelho polêmico aos 37 minutos do segundo tempo. Os fãs atiraram pedras, provocando violência, disse o governo em comunicado prometendo uma investigação.

    “A tragédia é imensa, avassaladora, e estou sem palavras”, disse Kolie Pepe, um residente de Nzerekore que perdeu uma irmã.

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