Com 1200 estrangeiros credenciados, hotéis preparam transmissão da Copa América
No Rio de Janeiro, a estimativa da ABIH é incremento em 20% na ocupação de hotéis, bairros de estádios só vacinaram 13% das pessoas
O Brasil deve vai receber pouco mais de 1200 estrangeiros para organizar, disputar e cobrir a Copa América de futebol já a partir dessa semana. A conta leva em consideração as delegações dos nove países que vão disputar as partidas e também os jornalistas de outros continentes, como Ásia e África.
Serão cerca de 900 jornalistas para a cobertura oficial do evento, dos quais 300 são brasileiros. Além dos 600 repórteres, cinegrafistas e apresentadores de fora do país, cerca de 70 árbitros e auxiliares técnicos virão do exterior. Já as nove delegações dos times que disputarão a competição contra o Brasil somam 585 pessoas.
A circulação de estrangeiros é uma das maiores preocupação dos especialistas que veem na Copa América um “risco sanitário”. Isto porque não há obrigatoriedade de que os estrangeiros sejam vacinados para participar da competição e as variantes do coronavírus tem circulado entre países.
Uma delas é a cepa originária da Índia, que tem maior carga viral e mais chances de transmissão. Com seis casos confirmados mais protocolos sanitários de testagem e bloqueio, a circulação da mutação foi controlada no Brasil.
‘Existe uma boa expectativa’
Alfredo Lopes é presidente do Sindicato de Hotéis do Rio e do Conselho Deliberativo da unidade fluminense da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (Abih). Ele explica que a ocupação nos hotéis deve ser impulsionada mesmo sem público nos estádios.
“Existe uma boa expectativa. Os hotéis começam a se mobilizar para montagem de telões em áreas com espaçamento, além da expectativa de aumento da ocupação nos jogos. Nós achamos que podemos ter um incremento de até 20% na ocupação com hóspedes nacionais e sul americanos. Já vamos ter um pico neste final de semana com o Dia dos Namorados de 35% de alta na ocupação”, diz ele, considerando que a Copa América tem a primeira partida no Rio na próxima segunda-feira, com o confronto entre Argentina e Chile.
Apesar da autorização, apenas a delegação da Argentina decidiu, até agora, viajar na véspera dos jogos e não permanecer no país sede. As demais seleções indicaram que devem ficar aqui enquanto durar a competição, do próximo final de semana até uma eventual eliminação.
Autoridades públicas veem com preocupação a realização dos jogos. A prefeitura do Rio de Janeiro, cidade que receberá as finais, não recebeu até agora os detalhes sobre hospedagem, permanência e lista de estrangeiros.
O governo de Pernambuco divulgou nota antes mesmo da definição dos estádios, afirmando que “o atual cenário epidemiológico não permite a realização de evento do porte da Copa América no território” do estado.
A CNN produziu um levantamento sobre a vacinação da população nas regiões da cidade do Rio de Janeiro que serão impactadas diretamente pela realização da Copa América. Os estádios do Maracanã e Engenhão abrangem os bairros do Meier, Tijuca, Vila Isabel e São Cristóvão.
A população acima de 18 anos, residente nesses bairros, totaliza 1,7 milhão de pessoas. Entretanto, apenas 238 mil pessoas tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19, ou seja, 13% com a imunização completa.