Sampaoli processa Craque Neto e pede R$ 500 mil após acusação de racismo
De acordo com o apresentador, técnico argentino teria sido racista com um funcionário do Santos
O técnico Jorge Sampaoli, do Flamengo, está cobrando uma indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil do ex-jogador e apresentador Neto, da “Band”, após ser acusado de racismo durante a exibição do programa “Baita Amigos”, no dia 17 de abril, e no programa “Os Donos da Bola”, no dia 18 do mesmo mês.
O treinador argentino já havia entrado com uma ação cível exigindo retratação, mas agora ingressou com um pedido criminal na 1ª Vara da Justiça de São Paulo.
As informações são do portal “F5”. A ação cível foi aberta em junho e, num primeiro momento, o treinador exigia uma retratação pública de Neto pelas falas proferidas nos programas. O “Grupo Bandeirantes” também entrou como polo passivo na ação. Segundo a defesa de Sampaoli, nenhuma das partes respondeu às ações na Justiça.
Ao “Estadão”, o advogado Raphael Feitosa Fisori, do escritório Amorim & Fisori Advogados Associados, em Santos, explica que a nova fase do processo se deve à ausência de respostas de Neto na esfera cível.
“Não tivemos outra alternativa. O advogado de Neto, seja por meio da assessoria, ou a Bandeirantes, não entraram em contato com a gente. Já que eles não estão preocupados com a situação, temos de encontrar um modo da situação ganhar mais visibilidade”, disse.
Sampaoli já tinha aberto um pedido de explicações em juízo contra Neto, que foi rejeitado pelo entendimento de que o treinador do Flamengo já havia tido sua honra ferida. A defesa do treinador reitera que deseja uma retratação do ex-jogador acerca das acusações de racismo.
“A indenização por danos morais é exatamente pelo tempo que passou. Já se passaram três meses e não houve uma retratação do Neto”, explica Fisori.
O valor de R$ 500 mil é, segundo a defesa, “simbólico”, e foi calculado com base nos ganhos que a emissora tem com anúncios ao longo de sua grade. As ofensas a Sampaoli duraram, de acordo com o advogado de acusação, cerca de dez minutos, somados os tempos dos dois programas.
“Chegamos a um parâmetro que não fosse nem muito alto nem muito baixo, mas a ponto que a Bandeirantes sentisse o impacto da cobrança, um valor médio”, explica.
Na esfera criminal, que corre na primeira 1ª Vara Criminal de São Paulo, a juíza Aparecida Angélica Correia definiu o prazo de 15 dias para que a defesa reúna as expressões e falas consideradas ofensivas, por parte do apresentador, para a análise da Justiça. Neste âmbito, apenas o apresentador é processado, por calúnia e difamação.
Relembre
No dia 17 de abril, Neto comentou sobre a passagem do técnico pelo Santos, em 2019. Segundo o apresentador, Sampaoli foi racista com um funcionário do clube.
“Um cara que trata mal o Arzul, que é negro. E que é igual a mim, que é igual a você e que é um ser humano incrível. Esse cara, o Jorge Sampaoli, fazia o Arzul ficar fora do vestiário. Ele fez muitas pessoas contratadas antes dele perderem o emprego. Esse cara é nojento”, afirmou Neto.