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    Fifa permite que jogadores suspendam contratos com times russos e ucranianos

    Vínculo será suspenso até o dia 30 de junho deste ano; durante esse período, atletas poderão atuar por clubes de outros países

    Fábio Munhozda CNNDanilo Moliterno , Em São Paulo

    Em razão da invasão russa à Ucrânia, a Fifa anunciou nesta segunda-feira (7) uma série de medidas para proteger jogadores e clubes de futebol dos países envolvidos enquanto durar a guerra no Leste Europeu.

    A mais importante delas é a suspensão automática dos contratos de jogadores e treinadores estrangeiros com clubes da Ucrânia até o fim da temporada no país (em 30 de junho deste ano), sem que haja necessidade de qualquer ação das partes envolvidas. Dessa forma, os atletas nessa condição poderão jogar por outros clubes durante esse período.

    No caso da Rússia, os jogadores e treinadores estrangeiros terão o direito de suspender unilateralmente seus contratos de trabalho com os clubes afiliados à União de Futebol da Rússia até o fim da temporada (também no dia 30 de junho).

    “A suspensão de um contrato de acordo com os parágrafos acima significará que jogadores e treinadores serão considerados ‘sem contrato’ até 30 de junho de 2022 e, portanto, terão a liberdade de assinar um contrato com outro clube sem enfrentar consequências de qualquer tipo”, diz nota publicada pela Fifa.

    A Fifa decidiu também que irá flexibilizar as janelas para inscrição dos jogadores de clube russos ou ucranianos em times de outros países. Assim, esses atletas “poderão inscrever-se mesmo que o período de inscrição esteja encerrado na associação do clube com o qual celebrem um novo contrato”.

    A federação acrescenta que, “para que essa exceção seja aplicável e proteja a integridade das competições”, o registro dos jogadores que deixaram a Ucrânia ou a Rússia por causa da guerra precisa ocorrer até o dia 7 de abril. Os clubes também têm o direito de registrar, no máximo, dois jogadores que se beneficiaram dessa exceção.

    Sobre os atletas com menos de 18 anos que decidirem fugir da Ucrânia por causa do conflito, a Fifa anunciou que isentará os menores refugiados da regra que impede a transferência internacional de jogadores que ainda não tenham completado a maioridade.

    Federação de jogadores pede mais ações

    Também por meio de nota, a Federação Internacional dos Jogadores de Futebol disse que, “embora algumas medidas adotadas hoje [pela Fifa] sejam úteis”, as ações ainda são “muito tímidas”.

    “Será difícil para os jogadores encontrarem emprego pelo resto da temporada com a incerteza pairando sobre eles e, dentro de algumas semanas, eles estarão em uma situação muito difícil novamente”, diz a federação.

    A entidade classifica ainda que a medida é insatisfatória “mesmo para jogadores vinculados a contratos de curto prazo na Rússia –onde os contratos normalmente terminam em dezembro– e que podem não querer ou poder retornar após 30 de junho de 2022”.

    A federação diz ter recomendado à Fifa na semana passada que os jogadores afetados pela guerra deveriam ter permissão para rescindir seus contratos. “É decepcionante que outras partes interessadas neste processo não estivessem preparadas para concordar com este importante passo”, diz a entidade.

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