Fernando Molica: Ão, ão, ão, Xandão na Seleção
Volante que entra duro nas divididas, presidente do TSE seria um bom reforço para a equipe de Tite



Ao rebater com um voleio a representação do PL gestada para inflamar a torcida e simular fraude capaz de anular o jogo eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes demonstra que ele, além de integrar a equipe do Supremo Tribunal Federal, teria direito a uma vaga também entre os 11 da Seleção Brasileira que entrarão em campo amanhã contra a Sérvia.
Diante do relatório que aponta a possibilidade de mau funcionamento de urnas eletrônicas no segundo turno da eleição, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral não deixou a bola cair – de bate pronto, a rebateu para a área do adversário ao exigir que o documento inclua também dados sobre a primeira rodada do pleito.
Pressionado pelo contra-ataque de Moraes, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, passou a encarar um dilema: ou admite que tentou fazer gol com a mão e tira a proposta golpista de campo ou insiste no tema, e faz com que seu partido se arrisque a perder os oito senadores e 99 deputados federais eleitos de cara, no dia 2 de outubro.
Como jogador de futebol, Moraes não seria um daqueles craques refinados, um estilista e goleador como Pelé, Zidane, Messi ou Mbappé. Caso jogasse na defesa, honraria a máxima de Moisés, violento zagueiro do Vasco e Bangu que deixou para a posteridade uma espécie de mandamento número um para os aspirantes à sua posição: “Zagueiro que se preza não ganha o (prêmio) Belfort Duarte”. A honraria, que era concedida a futebolistas que não fossem expulsos ao longo de 200 jogos disputados em dez anos, jamais seria concedida ao ministro.
Entre outros, envergam a camisa-toga do STF um craque veterano e ambidestro – nunca se sabe de que lado vai jogar, com que perna vai chutar, se vai defender ou atacar -, um falso ponta esquerda, um meia armador que hesita entre o conservadorismo e a ousadia, pelo menos dois retranqueiros que, perdidos em campo, fazem tabela com o técnico de plantão, e uns que terminam o jogo sem sujar o uniforme. Há também uma disputa feroz para saber quem, na lateral direita, mais se destaca na contenção dos avanços adversários pela esquerda.
Brasil Pentacampeão
Teste seus conhecimentos sobre as conquistas da Seleção Brasileira
Em que ano o Brasil conquistou sua primeira Copa do Mundo?
Que jogador mais marcou gols pela Seleção Brasileira?
Qual desses jogadores nunca foi campeão de uma Copa do Mundo pelo Brasil?
Há quantos anos o Brasil está sem conquistar um título da Copa do Mundo?
Qual jogador brasileiro participou, como titular, de mais finais de Copa do Mundo na história?
Quem foi o último técnico a ganhar uma Copa do Mundo com o Brasil?
Em qual dessas finais de Copa do Mundo a Seleção Brasileira vestia uniforme de cor azul?
O Brasil foi a primeira seleção a vencer uma Copa fora do seu continente, essa afirmação é:
Quem errou o pênalti na decisão entre Brasil e Itália na final de Copa de 1994?
Quem foi o artilheiro do Brasil durante o tricampeonato em 1970?
Quem substituiu Pelé após o camisa 10 se machucar na Copa de 1962 e terminou como um dos artilheiros do Brasil bicampeão do mundo?
Quais seleções sofreram, respectivamente, o primeiro e o último gol de Pelé em Copas do Mundo?
Quem foi o craque brasileiro que foi expulso na semifinal em 1962 e, ainda assim, participou da decisão?
Quase lá! Talvez você precise praticar um pouco mais para gabaritar nesse quiz, tente de novo!
Parabéns! Você certamente é um apaixonado por Copa do Mundo e acompanha a nossa Seleção em todos os torneios.
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Já Moraes é quase um Dunga, o emburrado capitão da Seleção campeã do mundo em 1994. Cabeça de área de almanaque, mais aplicado que talentoso, vai em todas as bolas, não teme divididas, grita o tempo inteiro, não vacila em dar um carrinho ou um pontapé no inimigo.
É aquele que, por suas constantes entradas mais duras, coleciona cartões amarelos e é sempre marcado pela torcida adversária – basta pegar na bola para ouvir os gritos vingativos que chegam da arquibancada: “É esse! É esse!”.
Como o jogador que acabou técnico da seleção na Copa de 2010, Moraes de vez em quando faz jogadas de craque como a que constrangeu o PL, arrisca lançamentos precisos, marca seus gols – alguns deles em discreto impedimento.
Sente-se muito bem no ataque, mas, em campo, tem a missão principal de infernizar o adversário, não deixar que wste goste do jogo, simule contusões ou pressione o juiz – nessas horas, mostra que não nega a origem, o fato de ter disputado muitas peladas no campo de várzea do Ministério Público.
Líder do ranking da Fifa, recheado de craques, o time brasileiro convocado pelo técnico Tite tem jogado um futebol alegre, vistoso e eficiente. Os volantes da seleção, como Casemiro e Fred são ótimos jogadores, protegem a defesa e armam jogadas ofensivas, dialogam muito bem com atacantes de toques rápidos e precisos como Neymar e Vinícius Júnior.
Mas, pela gravidade da situação, pela importância da Copa e pelo peso de outras grandes equipes, seria o caso talvez de ter no elenco um jogador menos técnico e mais raçudo, um dos daqueles que nunca queremos enfrentar, xerifão que dorme e acorda repetindo que abaixo do pescoço é tudo canela: Aõ, ão, ão, Xandão na seleção.