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    Ex-Real, Júlio Baptista comenta domínio merengue na Champions: “Encaram de forma diferente”

    Brasileiro fala sobre passagem no clube espanhol, experiência na Champions League e final entre Real Madrid e Liverpool, que será disputada no próximo sábado (28)

    Júlio Baptista comemora gol contra o Barcelona
    Júlio Baptista comemora gol contra o Barcelona Getty Images

    Danilo Moliternoda CNN

    São Paulo

    11 de dezembro de 2007. O Real Madrid enfrentava a Lazio, da Itália, pela última rodada da fase de grupos da Champions League. Parte do plantel merengue, o brasileiro Júlio Baptista recebia uma chance entre os titulares.

    Aos 12 minutos de jogo, o paulistano recebe a bola na ponta-esquerda e, sem pestanejar, corta para o meio e solta uma bomba. O Santiago Bernabéu explode.

    Júlio Baptista, que atuou pelo clube espanhol nas temporadas de 2005-06 e 2007-08, define a sensação de marcar com a camisa merengue em uma partida de Champions League como “algo diferente”.

    “Chegar em um clube assim é aspirar ao máximo. Na minha época, tinham vários brasileiros junto comigo no Real, e a gente sempre brincava que, no Real Madrid, você tem a pressão de uma Seleção Brasileira, mas todo dia”, relembra o ex-jogador.

    Hoje treinador do Real Valladolid B, da Espanha, Júlio Baptista ainda disputou o principal torneio do velho continente por Arsenal, Roma e Málaga. Em todas as equipes mencionadas, alcançou o mata-mata da competição, mas lamenta não ter vivido a “felicidade” de levantar a orelhuda.

    Em entrevista à CNN, o brasileiro fala sobre sua passagem pela equipe merengue, relembra experiências na Champions League e analisa a final da edição 2021-22, que será disputada por Real Madrid e Liverpool, no próximo sábado (28), no Stade de France, em Paris.

    Confira abaixo a entrevista completa com o jogador

    Você foi contratado pelo Real já com passagem pelo Sevilla. O que viveu de “novo” em sua chegada a Madrid?

    “Eu cheguei em Madrid com 24 para 25 anos. Cheguei aqui na Espanha com 21 para 22, passei dois anos e pouquinho no Sevilla. Me firmei na liga espanhola, e o Real Madrid acabou se interessando pelo meu trabalho, então acabei indo para um dos maiores clubes do mundo. É um clube que tem um vasto museu de troféus, e chegar em um clube assim é aspirar o máximo. Na minha época, tinham vários brasileiros junto comigo no Real, e a gente sempre brincava que, no Real Madrid, você tem a pressão de uma Seleção Brasileira, mas todo dia”.

    O Real é o maior campeão da Champions, com 13 taças. O que há de diferente no clube que o faz tão dominante?

    “Acho que não é uma coisa de agora, é uma coisa que já vem de muitos anos. É uma competição que o Real sempre gostou de jogar, sempre encarou de uma forma diferente. É evidente a hegemonia do Real Madrid nesta competição. Quando chega, é muito difícil segurar. Eu não tive a felicidade de poder ganhar uma Champions, mas eu sei que só de ter ganhado uma Liga [Espanhola] já foi uma coisa incrível. Imagine agora os jogadores que têm a oportunidade de ganhar a Champions… É realmente um clube que te dá a oportunidade de você sempre estar no foco, de você estar no mais alto possível”.

    Você falou sobre pressão no nível de Seleção Brasileira. Como a torcida do Real Madrid encara as partidas de Champions League?

    “O torcedor da Champions é um pouco diferente. Você vê que na Liga [Espanhola] vão os torcedores que são sócios. Na Champions muda um pouquinho, vão pessoas mais jovens. Então isso também faz com que o ambiente seja um pouco diferente, os torcedores animam bastante, muita energia. A torcida do Real Madrid, ela nunca foi uma torcida de animar tanto, mas [na Champions] o ambiente dentro do estádio é diferente. Os jogadores conseguem sentir isso”.

    Jogou o mata-mata diversas vezes e por diversos clubes. Baseado na sua experiência, quais são os fatores que podem decidir essa final?

    “Eu acho que pesa, sobretudo, ter no seu elenco jogadores que disputaram finais. Eu acho que o Real Madrid leva uma certa vantagem sobre o Liverpool, não por ter jogadores melhores, mas sim por ter jogadores que conseguiram ganhar a Champions mais vezes. Então, quando você consegue ganhar por mais vezes, você acaba sabendo melhor o caminho. Contra uns três times [nas fases anteriores], o Real Madrid conseguiu remontar. Demonstrou que, ali no momento crítico, o fator psicológico fala mais alto”.

    Alisson, Fabinho, Thiago Alcântara, Firmino, Vinícius Júnior, Militão, Casemiro e Rodrygo: uma série de brasileiros entre os craques que estarão em campo. Quem acha que pode desequilibrar o confronto?

    “Você vê o Fabinho jogando com o Thiago [Alcântara], eles se entendem perfeitamente. O Thiago é um jogador de uma característica incrível, com formação aqui na Espanha, e o Fabinho acaba se complementando muito bem com ele, um jogador com o corte defensivo muito bom, nível técnico apuradíssimo. É um encaixe perfeito no modelo do Liverpool. Importantes também é o Kroos, peça fundamental nessa engrenagem que faz o Real Madrid se mover, fazendo essa bola chegar nas pontas. O Real Madrid consegue entrelaçar esses momentos, de ter a posse de bola e das transições em velocidade do Vinícius Júnior — e, quando está no campo, do Rodrygo. Mas acho que, sobretudo, uma peça fundamental hoje no Real Madrid é o Benzema. Ele se conecta muito bem com todos os outros jogadores. A maioria das jogadas de gol acabam nascendo dos pés do Benzema”.

    Momento de arriscar um placar. Qual será o resultado da final entre Liverpool e Real Madrid?

    “É difícil você determinar um resultado. Em uma final tudo pode acontecer. Eu, como torcedor do Real Madrid, espero que o Real Madrid possa levantar mais uma taça. Vamos ganhar de 2 a 1, acho que vai ser esse o placar. Que o Real possa fazer um grandíssimo jogo e, consecutivamente, levantar mais com mais uma copa. Seria uma coisa impressionante, pelos últimos anos”