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    Entenda o motivo de Messi ter saído do Barcelona e se transferido para o PSG

    Diferenças entre regras de teto de gastos na Espanha e na França facilitaram a tranferência do argentino

    Evandro Furoni, da CNN, Em São Paulo

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    A saída do atacante Lionel Messi do Barcelona para jogar no Paris Saint-Germain, transferência confirmada nesta terça-feira (10), é o movimento mais surpreendente do mercado europeu em 2021. Mesmo após ter chegado a um acordo com a equipe catalã, o camisa 10 encerrou uma passagem de mais de 15 anos na Espanha para desembarcar em Paris. 

    Messi e Barcelona até chegaram a um acordo salarial em julho, mas o clube não conseguiu manter o compromisso por causa da regra de teto de gastos implementada pela “La Liga”, gestora da primeira divisão espanhola.

     

    Nenhum clube da La Liga pode gastar mais do que arrecadou na temporada anterior. Afetado pela pandemia e sem conseguir fazer grandes vendas, o limite do Barça caiu quase pela metade: de mais de 600 milhões de euros (cerca de R$ 3,6 bilhões) para 347 milhões de euros (cerca de R$ 2,1 bilhões). 

    A regra tem dois objetivos: o primeiro é evitar um desequilíbrio muito grande de forças no Campeonato Espanhol, o segundo é evitar uma prática comum no futebol europeu – clubes serem comprados por bilionários e serem turbinados pelo investimento do mesmo. Como o cálculo do limite espanhol é feito pela arrecadação do próprio clube, não é possível fazer essa injeção financeira. 
     
    Apesar de o argentino ter aceitado uma redução perto de 50% do seu salário anual, perto dos 70 milhões de euros (cerca de R$ 426 milhões), ainda não foi o suficiente para ser acomodado nas regras espanholas. Na nota em que confirmou a saída de seu maior ídolo, o Barcelona citou “normativas econômicas e estruturais”. 

    Na França, outras regras e críticas

    Ainda não foi divulgado o quanto Messi ganhará no PSG, mas especula-se que seja um contrato semelhante ao que havia sido feito com o Barcelona. A diferença está como a equipe francesa precisa lidar com os seus gastos. 

    Os custos do PSG na temporada são maiores que a do rival espanhol – além de Messi, a equipe fechou ainda com jogadores do nível de Sergio Ramos, ex-capitão do Real Madrid, e Donnarumma, goleiro campeão da Euro com Itália, além de já ter estrelas como Neymar e Mbappé. Porém, o único teto de gastos que o clube é obrigado a seguir é o da Uefa.

    As regras da federação continental estipulam que a análise sobre possíveis infrações são feitas apenas no fim da temporada. Caso a contratação do argentino fure o limite, será descoberto apenas em 2022. 

    Mesmo com esta diferença, o PSG já foi alvo de críticas por ações para driblar o fair play financeiro. O clube francês foi comprado em 2012 pela Qatar Sports Investments, fundo com sede no país árabe que será sede da Copa do Mundo de 2022. 

    Apesar de também ter tido queda nas receitas e ter sofrido prejuízos na pandemia, o clube conta com a injeção de quase 300 milhões de euros (cerca de R$ 1,8 bilhão) em patrocínios. A questão é que a maior parte desse valor vem de empresas do próprio Catar. Críticos dizem que isto é uma manobra para que o PSG  tenha as receitas infladas sem cair nas regras do fair play financeiro. 

    Caso seja provada que a transferência de Messi furou as regras da Uefa, as punições podem ser duras. O Manchester City, clube inglês gerido por um grupo dos emirados árabes, chegou a ser banido por dois anos da Champions League, principal competição continental europeia, após uma investigação da Uefa concluir que ele não respeitou o teto de gastos. O clube conseguiu posteriormente reverter a pena na Corte Arbitral do Esporte. 

    messi psg
    Lionel Messi com camisa do PSG
    Foto: Reprodução

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