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    CNN Esportes

    Flamengo apoia pedido do Atlético-MG por impedimento semiautomático

    Diretoria do Galo solicita à CBF a utilização da tecnologia nas partidas decisivas da Copa do Brasil, em 3 e 10 de novembro

    Matheus Dantasda Itatiaia

    A diretoria do Flamengo apoia a solicitação feita pelo Atlético à CBF pela utilização da tecnologia do impedimento semiautomático nas finais da Copa do Brasil, em 3 e 10 de novembro.

     

     

    O pedido do Atlético foi feito após a definição das finais. O presidente Sérgio Coelho explicou o que motivou o movimento do clube mineiro. A decisão, agora, cabe à CBF.

    O Flamengo, por sua vez, reforçou o seu posicionamento a favor do uso da tecnologia, a qual já havia pedido para ser colocada em prática em outros momentos da temporada.

    As finais da Copa do Brasil

    O Flamengo decidirá a Copa do Brasil contra o Atlético Mineiro, que eliminou o Vasco na semifinal. O Galo venceu na Arena MRV, por 1 a 0, e garantiu a vaga com o empate em 1 a 1 em São Januário.

    O calendário indica os jogos das finais do torneio nos dias 3 e 10 de novembro, dois domingos. Os mandos de campo ainda serão definidos, em sorteio, pela CBF na próxima quinta-feira (24).

    O Flamengo, campeão em 1990, 2006, 2013 e 2022, busca o Penta. O Atlético, que levantou a taça em 2014 e 2021, quer o Tri.

    Como funciona o impedimento semiautomático?

    Os estádios do Mundial do Catar foram equipados com 12 câmeras para rastrear a bola e a posição exata dos jogadores, com capacidade de diferenciar 29 pontos específicos do corpo de cada atleta, 50 vezes por segundo. A bola, por sua vez, possui um sensor de medição inercial instalado em seu centro para determinar o momento exato em que o autor do passe fez o contato com ela, gerando o ponto de partida para iniciar toda a checagem.

    O sensor envia os dados da bola para a sala de operações de vídeo 500 vezes por segundo, permitindo uma detecção muito precisa do ponto do chute, o marco zero. Uma vez percebida a irregularidade, baseada na posição do jogador que recebeu a bola e o instante do passe, os dados são processados por uma inteligência artificial que enviará um alerta à sala da equipe de arbitragem de vídeo.

    Os árbitros, então, checam a posição e a linha de impedimento, ambas geradas automaticamente, substituindo o atual traçamento manual de linhas, como ocorre no Brasil, por exemplo, antes de comunicar a decisão ao árbitro de campo.

    Depois, uma animação 3D será gerada com base nesses dados e exibida nos telões dos estádios e nas transmissões televisivas, no intuito de deixar o processo mais transparente ao torcedor. Essa imagem 3D é novidade também, de modo a deixar o torcedor informado por todos os ângulos. Contudo, as imagens só devem aparecer ao público na paralisação seguinte ao impedimento.

    Se os árbitros da partida de vídeo não concordarem com o ponto de chute e/ou linha de impedimento proposto pelo sistema, eles podem selecionar manualmente o ponto de chute e usar as ferramentas existentes para traçar a linha de impedimento, voltando ao processo manual. Como tudo isso está sendo “testado”, pode haver falhas. Ao que se sabe, ainda não aconteceu.

    Como o impedimento é marcado atualmente em outras competições?

    Atualmente, os impedimentos são analisados da seguinte forma: a empresa responsável pela geração das imagens utilizadas na transmissão recupera o lance em questão e forma as linhas que vão ser traçadas pelo árbitro de vídeo no “retrato” da jogada.

    O responsável pela cabine do VAR então indica os pontos de referência que serão usados para o traçado, como, por exemplo, o pé direito de um defensor e o tronco do autor do gol.

    A tecnologia indica a irregularidade por meio do conceito da paralaxe, que é a aparente mudança de localização de um objeto conforme é observado por quem está posicionado em locais diferentes. Isso explica porque nem sempre o ângulo da câmera apresentado na TV para os telespectadores é o ideal para se chegar a uma conclusão.

    Quando a tecnologia será implementada em outras competições?

    Para Leonardo Gaciba, ex-presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, o futebol brasileiro ainda não tem a estrutura necessária para colocar em prática a novidade . “Até 8 câmeras são utilizadas para checar impedimento. No Brasil, na Série A, temos diversos jogos com 7 para a transmissão. Não vejo viabilidade neste momento”. Vale lembrar que a implementação do VAR na Série B ocorreu apenas na temporada 2022.

    A Uefa implementou o uso da tecnologia pela primeira vez em agosto deste ano, na final da Supercopa da Europa, entre Real Madrid e Eintracht Frankfurt, vencido pelos madrilenos por 2 a 0. Desde então, a tecnologia vem sendo utilizada nas Liga dos Campeões, Liga Europa e Campeonato Inglês.

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