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    Com Caboclo afastado, contador baiano comandará CBF até 2023

    Ednaldo Rodrigues presidiu a federação baiana de futebol e defendeu a renúncia de Rogério Caboclo para ser efetivado no cargo

    Pedro Duranda CNN , no Rio de Janeiro

    “Vamos tentar com a vontade de Deus e dos Orixás”, disse aliviado o novo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ao anunciar o maior revés político de Rogério Caboclo até agora. Por unanimidade, os 27 presidentes das federações estaduais decidiram manter a pena da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro e afastar o presidente eleito da entidade até 2023. Nesse período, o contador e ex-presidente da federação baiana de futebol, seguirá ocupando o cargo.

    “Degrau por degrau”, disse Rodrigues sobre a possibilidade de concorrer ao cargo nas próximas eleições internas. Substituto de Caboclo por escolha dos presidentes das federações, Rodrigues terá a missão de cuidar da imagem da confederação e decidir questões pendentes no futebol. Isso até, pelo menos, março de 2023, que é quando termina o prazo de suspensão de Caboclo. O mandato dele, no entanto, termina menos de um mês depois, em abril.

    Fontes ligadas à CBF consideram, no entanto, impossível o retorno de Caboclo. É que há outros dois processos contra ele considerados como “consistentes” pelos membros do Conselho de Ética. Um deles está em fase de julgamento, diz respeito a uma denúncia de assédio moral a um diretor da entidade. O outro, na fase de investigação, ainda no início, com acusações mais graves de assédio sexual contra outra funcionária.

    Há dois caminhos que sacramentariam o afastamento definitivo de Rogério Caboclo no comando da CBF: qualquer punição de, ao menos, um mês em um dos dois processos que correm na Comissão de Ética, ou a renúncia – que já começa a ser aventada por integrantes da cúpula da CBF.

    No dia 25 de agosto, as 27 federações já haviam pedido a renúncia de Rogério Caboclo, para que um novo presidente fosse efetivado no cargo. “Renúncia é uma decisão de foro íntimo. A gente não pode obrigar a pessoa a fazer aquilo que é da decisão dele própria, mas eu endosso o pedido das federações”, disse Rodrigues.

    Em nota enviada a jornalistas, Caboclo não dá indicativos de que pretende renunciar. Ao contrário, fala que os dirigentes de futebol foram constrangidos e chama a decisão de ‘golpe’. “[A decisão] é mais um capítulo do maior e único golpe efetivo deflagrado contra um presidente de entidade esportiva em atividade no Brasil. (…) Rogério Caboclo lutará até o fim e utilizará todos os recursos jurídicos cabíveis até a solução definitiva do caso”, disse o texto.

    Segundo o presidente interino, desde o segundo mês de afastamento, julho, o salário de três dígitos de Caboclo e todos benefícios do cargo foram suspensos, isso inclui carros e funcionários, como motoristas, seguranças e secretários.

    Ednaldo Rodrigues é formado em ciências contábeis e tem pós-graduação em auditoria de contas. A aproximação com o futebol começou cedo. Ainda jovem, ele foi jogador de futebol amador e nunca se afastou do meio. Acabou se tornando presidente da Federação Baiana de Futebol, o que o aproximou dos cartolas que dão o rumo do esporte no país.

    Com viagem marcada para esta sexta-feira (1/9), Rodrigues disse à CNN que vai conseguir visitar a família em Vitória da Conquista na primeira vez depois de ter assumido o comando da CBF, 34 dias atrás.

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