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    CNN Esportes

    Clubes da Série A que tiveram 3 ou mais técnicos no ano enfrentaram crises

    Do Botafogo, ex-líder do Brasileiro, ao rebaixado América-MG, times com vários técnicos diferentes na temporada passaram por campanhas irregulares e eliminações em competições

    Jairo Nascimentoda CNN , São Paulo

    A vida de técnico no futebol não é fácil. Lidar com o time, a busca por conquistas, tem o relacionamento com a torcida e problemas internos.

    Comandar um clube no Brasil também é uma tarefa de curto prazo. Entre os 20 técnicos, titulares ou interinos, apenas dois são longevos: Abel Ferreira, técnico do Palmeiras desde outubro de 2020, e Juan Pablo Vojvoda, comandante do Fortaleza desde maio de 2021.

    Fernando Diniz (Fluminense), Pedro Caixinha (Red Bull Bragantino) e Renato Gaúcho (Grêmio) chegaram em 2022 em seus respectivos times. Nos demais, há grande rotatividade. E, até o momento, todos os times que tiveram 5,4 e 3 treinadores na temporada tiveram ou tem momentos de dificuldade. Há rebaixamentos, eliminações e torneios perdidos.

    A troca de um comandante é feita na expectativa da mudança de um curso ruim. Reencontro com vitórias, melhoria no clima interno ou mudança de estilo de jogo são exemplos. Isso nem sempre funciona, mas a manutenção de um comandante também não traz garantias. Ramon Díaz é apenas o segundo técnico do Vasco em 2023 e está suando a camisa para tirar o time de perto da zona de rebaixamento. E, no Fortaleza, o estável Vojvoda enfrenta a pior sequência desde sua chegada, em 2021. São sete jogos sem vencer e um vice com gosto de derrota na Sul-Americana.

    Veja o histórico, em 2023, dos times que entenderam que o ditado “três (ou mais) é demais” pode se aplicar ao futebol.

    Botafogo

    É o time com mais treinadores diferentes até o momento em 2023.

    Luís Castro, Cláudio Caçapa por quatro jogos, Bruno Lage, Lúcio Flávio e, agora, Tiago Nunes assumiram o posto técnico do Fogão. Com o primeiro técnico português, o time conquistou bons resultados. Da Taça Rio até a liderança no turno do Brasileirão.

    Luís Castro deixa o Botafogo após colocar o time na liderança do Brasileiro
    Após a saída de Luís Castro, o Botafogo ainda não acertou o técnico ideal. / Vitor Silva/Botafogo

    Com a saída de Castro para o futebol árabe, um outro português assumiu o clube que viu derreter a boa campanha. De Lage, em diante, o Botafogo foi eliminado na Sul-Americana e perdeu a liderança do Campeonato Brasileio com uma campanha, no returno, de time rebaixado. A vantagem no Brasileirão de 13 pontos derreteu a acendeu o pavio da crise interna. Tiquinho Soares perder a liderança da artilharia e foi o pivô de uma crise interna. O ex-interino, Lúcio Flávio, virou ex-funcionário do Glorioso.

    Flamengo

    O Flamengo atual luta por uma vaga para a Libertadores e tem uma remota chance de título do Brasileiro. Porém, a campanha mediana tinha tudo para ser vitoriosa em 2023.

    O Rubro-negro perdeu seis títulos que disputou. O time foi eliminado e derrotado no Mundial de Clubes, na Copa Libertadores, na Recopa, na Supercopa, no Campeonato Carioca e, mais recentemente, na Copa do Brasil.

    Jorge Sampaoli, técnico do Flamengo
    Jorge Sampaoli, técnico do Flamengo, não fixou um time base e lidou com a briga entre o auxiliar técnico, Pablo Fernandez, e o atacante Pedro. / THIAGO RIBEIRO/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

    Boa parte das derrotas vieram na campanha encabeçada por Vítor Pereira. O português foi trocado pelo argentino Jorge Sampaoli que, além de perder a Copa do Brasil, foi rejeitado pela torcida e pelo elenco. Cabe, atualmente, ao “bombeiro” Tite apagar os incêndios. Ele já anunciou que, em seus planos, estão a classificação possível para a próxima Libertadores e projetar um bom 2024.

    Corinthians

    Em 2023, o Corinthians levou o sofrimento a sério. O torcedor lamentou as eliminações

    na Copa Libertadores, na Sul-Americana, na Copa do Brasil e no Paulistão. O tormento atual é a briga contra o rebaixamento que, a 7 pontos do Z4, assusta menos, porém ainda assombra o alvinegro.

    Cuca recusou proposta do Botafogo
    A torcida rejeitou a presença de Cuca, condenado por abuso sexual, no Corinthians. / Rodrigo Coca/ Corinthians

    Num caldo que soma ano eleitoral e administração questionada de Duílio Monteiro Alves, os últimos 20 torneios disputados pelo alvinegro sem títulos num jejum que não sofria há 35 anos e mais um elenco de atuação irregular, o Corinthians começou o ano com Fernando Lázaro, viu um furacão de críticas pela contração de Cuca, condenado por abuso sexual na Europa, a passagem inconstante de Vanderlei Luxemburgo para, agora, tentar se recuperar sob o comando de Mano Menezes.

    A lei do “remember” está valendo no timão com dois ex-técnicos de um passado glorioso que o Corinthians tenta resgatar.

    Santos

    Em 2023, o Santos teve quatro técnicos e três eliminações. O time caiu na fase de grupos do Paulistão e da Sul-Americana e, na Copa do Brasil, deu adeus no mata-mata contra o Bahia.

    O Peixe abriu o ano sob os mandos de Odair Hellmann. Depois, viu as rápidas passagens de Paulo Turra, com 7 jogos, e Diego Aguirre, com 5 partidas. E, por fim, o auxiliar Marcelo Fernandes foi oficializado como titular em setembro.

    Paulo Turra fez sua estreia como técnico do Santos contra o Blooming, na Sul-Americana
    Recém demitido do Athletico-PR, Paulo Turra chegou no Santos e ficou por apenas 7 jogos. / Raul Baretta/Santos FC

    A 5 pontos do Z4, o Santos é o 14º do Campeonato Brasileiro e, se não conquistar bons resultados nos próximos quatro jogos, pode ser rebaixado pela primeira vez na história.

    Cruzeiro

    Ronaldo está tendo trabalho e dor de cabeça com seu time, o Cruzeiro. Campeão da série B em 2022, o time volta a ser ameaçado com um rebaixamento.

    O ano começou mal. O time caiu na semi do Mineirão, eliminado pelo América-MG. Não desanimou e, depois, teve um bom começo de Brasileirão. O time era o 3º colocado na sexta rodada, mas a alegria durou pouco. Com maus resultados, foram 4 meses sem vencer dois jogos seguidos, o time tem dificuldades para vencer jogos no Mineirão e, hoje, abre a zona de rebaixamento com 37 pontos conquistados. E ainda sofreu, ao longo disso, com a eliminação nas oitavas da Copa do Brasil para o Grêmio.

    Pepa vai comandar o Cruzeiro no Brasileirão
    Pepa começou bem no Cruzeiro, mas não aguentou uma sequência de maus resultados. / Gustavo Aleixo/Cruzeiro

    Tanto “vai e vem” não sustentou a presença de Paulo Pezzolano, do técnico português Pepa e de Zé Ricardo. A bola da vez é o “ex-aposentado” e dirigente da Raposa, Paulo Autuori.

    Coritiba

    António Oliveira, Antônio Carlos Zago e Thiago Kosloski foram os donos da prancheta de treinador do Coxa.

    Oliveira foi o primeiro demitido entre todos os times do Brasileirão 2023. Zago chegou para comandar o alviverde e, quando saiu, fez uma última entrevista coletiva esbravejando contra o elenco e reclamando das “caga…” feitas em campo. Desde então, Kosloski é o treinador do time que, ao que tudo indica, será o próximo rebaixado da competição nacional.

    Antônio Carlos Zago foi demitido do Coritiba
    Zago teve 12 jogos, 8 derrotas e 4 empates. Um aproveitamento de 11,1%. / Reprodução/TV Coxa

    Em 2023, o Coritiba ficou em 5º no Campeonato Paranaense (o Coxa é o maior vencedor da competição com 39 títulos), e foi eliminado na fase de grupos da Copa do Brasil.

    América-MG

    O Coelho conquistou um “título indigesto” em 2023. É o time com mais rebaixamentos na história do Brasileirão. São 7 ao todo. O América-MG foi o primeiro a cair para Série B nesta temporada e esteve no Z4 em todas as rodadas. O time também foi vice no Mineirão e eliminado na Copa Sul-Americana.

    Vagner Mancini fez 97 jogos com o América-MG. Ganhou 38, perdeu 38 e empatou 21 partidas. / Gledston Tavares/Getty Images

    A temporada do América-MG começou com Vagner Mancini. Depois de uma sequência de maus resultados, o argentino Fabian Bustos chegou como promessa, mas deu errado. Ele foi demitido e o auxiliar fixo, Diogo Giacomini, vai encerrar a temporada.

     

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