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    Técnico é preso no gramado após ofensa racial em jogo do Bahia

    Suelen, do Esquadrão, acusa Hugo Duarte de ter proferido a expressão racista "macaca"

    Da CNN

    Um episódio lamentável aconteceu no Estádio do Pituaçu na noite dessa segunda-feira (08). Após o empate em 0 a 0, que garantiu a classificação do Bahia para a elite do Brasileirão Feminino, Suelen, jogadora do Tricolor de Aço, relatou ter sido chamado de “macaca” pelo treinador Hugo Duarte, que comanda o JC, adversário da equipe na semifinal do da A2.

    A fala gerou uma confusão generalizada em campo e a Polícia Militar foi acionada pela arbitragem da partida. Depois disso, a PM recebeu o relato de Suelen e então o treinador foi autuado em flagrante

    “A naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista“macaca” tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista”, publicou a jogadora em suas redes sociais.

    Em entrevista concedida ao ge.globo, o advogado de Hugo Duarte defendeu o profissional das acusações e acredita na inocência do treinador.

    “A nossa tese, e o que ele verbaliza para a gente, é que ele não falou nada daquilo ao que foi acusado. O que acontece a partir de agora? Bem, ele foi preso em flagrante, ele vai passar por uma audiência de custódia em que o juiz vai avaliar se mantém ele preso ou solta. Mas acreditamos que vamos comprovar sua inocência e o juiz vai liberar ele. Nossa tese é da negativa de autoria. Nossa confiança é de que ele será liberado”, disse o advogado Diogo Benevides ao site.

    Em nota oficial, o Bahia manifestou “toda solidariedade a Suelen” e também cobrou ” resposta à altura da gravidade do assunto, reiterando compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação.” Por outro lado, o JC diz que “repudia qualquer ato de racismo ou injúria racial contra qualquer pessoa”.

    Veja nota de Suelen

    A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discrição de etnia e raça. Entretanto,Lamentavelmente, ontem, na partida que garantiu o tão esperado acesso para a elite do futebol brasileiro, fui submetida ao ato de racismo praticado pelo criminoso treinador do time adversário, pois utilizou de mecanismo de opressão para inferiorizar minha negritude.

    A naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista “macaca” tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista.✊🏿

    Agradeço às minhas companheiras, família e ao Bahia por todo o suporte e acolhimento.

    Veja nota oficial do Bahia

    O que deveria ser uma noite apenas de comemoração pelo acesso das Mulheres de Aço à elite do futebol brasileiro acabou manchada por episódio lamentável no estádio de Pituaçu.

    Ao final da partida, a zagueira tricolor Suelen foi alvo de ofensa racial praticada pelo treinador da equipe adversária no gramado.

    Acionada, a Polícia Militar conduziu o acusado à Central de Flagrantes da 1ª Delegacia para realização de boletim de ocorrência.

    O Diretor de Operações e Relações Institucionais, Vitor Ferraz, acompanha a atleta juntamente com advogado criminalista que assessora o clube, além de outras jogadoras e funcionários que se apresentaram como testemunha.

    O Esporte Clube Bahia SAF manifesta toda solidariedade a Suelen ao tempo em que cobra resposta à altura da gravidade do assunto, reiterando compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação.

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