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    Scarpa x Bigode: valor de pedras preciosas da empresa de criptomoedas será atualizado

    Novo jogador do Atlético-MG, Scarpa sofreu prejuízo de R$ 6,3 milhões em golpe que envolvia criptomoedas

    Matheus MuratoriHenrique Andréda Itatiaia

    O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) emitiu, nessa terça-feira (16), uma ordem judicial para a Polícia Federal formular um novo laudo sobre o valor das “pedras preciosas” da operadora de criptomoedas Xland. Em 2022, a empresa foi indicada para investimentos pelo atacante Willian, do Santos, ao meia Gustavo Scarpa, do Atlético-MG.

    A informação foi antecipada pela ESPN e confirmada pela Itatiaia, que teve acesso à ordem judicial. Nela, o juiz Danilo Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível do TJSP, argumenta que há diferença de valores fornecidos e pede uma nova avaliação, atendendo a um pedido da defesa de Gustavo Scarpa.

    “Em que pese a evidente diferença existente entre laudo merceológico (meio de prova apto para atestar a eventual procedência proibida da mercadoria apreendida), e laudo mercadológico (documento que reúne dados e conclusões resultantes do estudo de um bem, para definir, com precisão, o seu valor), é certo que a perícia merceológica além de, como se disse, aferir a procedência das pedras arrestadas nos autos, irá indicar o valor aproximado destas, o que é de total interesse da parte autora”, diz trecho da decisão.

    A Xland alega que tem uma quantia de cerca de R$ 2 bilhões em alexandritas. Contudo, a empresa teria pago R$ 6 mil pelo malote das pedras preciosas. Por meio da empresa de aconselhamento financeiro WLJC (parceira da Xland), Willian Bigode pediu para o processo não ser feito pela Justiça, mas não teve a solicitação aceita.

    A PF tem até 30 dias para apresentar o novo laudo a respeito das pedras. Willian indicou o investimento a Gustavo Scarpa e Mayke, lateral-direito do Palmeiras. Ambos registraram boletim de ocorrência em novembro de 2022 e alegam prejuízo de R$ 6,3 milhões, no caso de Scarpa, e R$ 4,1 milhões relativos a Mayke.

    À época, os três atuavam no Palmeiras. Willian virou réu na Justiça em junho de 2023 e diz que perdeu R$ 17,5 milhões com toda operação.

    Scarpa e Willian se pronunciam

    Apresentado como reforço do Santos na última sexta-feira (12), Willian comentou a situação: “Vou ser direto e objetivo. É um assunto que eu trato externamente, uma situação que nunca passei nem próximo, uma situação de muita tristeza, constrangimento muito grande. O mais importante é focar naquilo que minha família depende, que é o que faço com muito amor”.

    “Acredito que Deus está preparando o momento certo para vir para cá (Santos), conhecer meus novos companheiros no Santos. Estou feliz e convicto de que as coisas acontecerão aqui dentro. A cabeça está ótima aqui, estou com a cabeça boa. É uma situação que não é normal, mas é uma situação que não vou falar mais. Sei do meu caráter, da minha identidade, quem eu sou, e quero manter focado no meu trabalho”, completou.

    Já Scarpa, apresentado na segunda-feira (15) como novo jogador do Atlético-MG, desabafou sobre o caso: “Acompanhei a entrevista dele. Prefiro nem comentar. A vontade que eu tenho é de falar tudo que penso dele e tudo que ele fez. Acredito que a justiça será feita. Espero que a minha volta ao Brasil influencie de alguma forma nisso”.

    “Tenho acompanhado esse caso quase todos os dias. Estou esperando a justiça ser feita. É um processo que demandou muito foco da minha parte. Muita energia. Acredito que vou conseguir resolver essa situação”, finalizou.

    Relembre o caso

    Scarpa e Mayke entraram na Justiça após perderem cerca de R$ 10,4 milhões em investimentos em criptomoedas, indicados pela empresa de gestão financeira WLJC, que tem o atacante Willian, do Santos e na época do Palmeiras, como um dos sócios.

    Os três jogaram juntos no Palmeiras entre 2018 e 2021. O investimento foi feito para a empresa Xland Holding Ltda, por intermédio da Soluções Tecnologia Eireli. Era prometido um retorno de 3,5% a 5% ao mês.

    Scarpa investiu R$ 6,4 milhões na empresa do amigo. Como não obtinha retorno e resultados, o meio-campista solicitou a rescisão contratual com a Xland Holding Ltda. Nessa época, Scarpa foi informado de que teria o dinheiro de volta num prazo de 30 dias úteis e que o pagamento do valor investido seria reembolsado.

    Nada disso, no entanto, ocorreu. Um novo prazo foi estipulado, mas novamente o dinheiro não foi devolvido ao jogador.

    O lateral-direito Mayke, do Palmeiras, viveu situação parecida. O atleta fez um investimento de cerca de R$ 4,1 milhões na Xland Holding. Pelo mesmo motivo, ele também solicitou o resgate da rentabilidade em outubro do ano passado, quando a empresa de Willian Bigode se comprometeu a realizar o pagamento em até dez dias úteis. O valor não foi devolvido até hoje.


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