Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    CNN Esportes

    Athletico-PR: ex-presidente detona gestão “autoritária” após rebaixamento

    Furacão perdeu para o Atlético-MG e vai jogar a Série B no ano que vem

    Murillo Grantda CNN

    Neste domingo (8), o Athletico-PR perdeu para o Atlético-MG e acabou sacramentando o rebaixamento do furacão, justamente no ano do centenário do clube. O ex-presidente Marcus Coelho, que foi da gestão campeã brasilera de 2001, chamou o descenso como “maior vexame” do rubro-negro.

    “Nos prometeram o título mundial. Nos entregaram o rebaixamento. Viveríamos a maior glória do futebol até o ano do centenário do Athletico. Sofremos o maior vexame do Furacão em cem anos de história”, escreveu o ex-mandatário em “Carta aberta aos Athleticanos”.

    O atual diretor técnico do Athletico, Paulo Autuori, assumiu a reponsabilidade pela situação do clube. “Não vou ficar arrumando justificativas, nem bengalas. Não fomos competentes para isso nos momentos todos que estiveram nas nossas mãos em que deveríamos ter uma resposta positiva”, completou o dirigente.

    “Choque de Democracia”

    Marcus Coelho ainda criticou, sem citar nomes, a gestão de Mario Celso Petraglia, no comando do clube desde 2011, justamente na última vez que o Furacão caiu para a Série B.

    “Como tudo na vida, os regimes autoritários, um dia, se esgotam. O déspota perde a força, por diversas razões (…) O Athletico precisa de um choque de democracia. Mais: precisa de um choque de humildade”, complementou o ex-presidente.

    Campeão em 2001

    Sob o comando de Coelho, o Furacão conquistou o memorável título do campeonato brasileiro de 2001. O elenco contava com nomes como o pentacampeão Kléberson, Adriano, Kléber e Alex Mineiro.

    Furacão Campeão Brasileiro 2001
    Furacão Campeão Brasileiro 2001 • Reprodução/arquivo.furacão

    Veja “carta aos Athleticanos” completa

    Nos prometeram o título mundial. Nos entregaram o rebaixamento. Viveríamos a maior glória do futebol até o ano do centenário do Athletico. Sofremos o maior vexame do Furacão em cem anos de história

    Arrogância. Prepotência. Incompetência. Azar. Faça as suas escolhas. É tudo verdade? Qual a sua opinião? Eu tenho a minha, que mistura paixão e razão, de quem vive o amor pelo Rubro-Negro há décadas, de quem dirigiu o clube e conhece os desafios da gestão esportiva.

    Foi uma morte anunciada. Havia indícios, fortes, de que o elenco necessitava de reforços. O treinador Cuca, atleticano e de carreira vitoriosa, pediu dois, três nomes de indiscutível qualidade. O que fizeram? Trouxeram jogadores marginalizados no Vasco e no Bahia.

    Pior, perdemos o Cuca, em circunstâncias que revelaram a inabilidade da diretoria para conter crises. E diante de um desafio que se agravava, momento chave na temporada, o substituíram por profissionais absolutamente iniciantes.   

    Não foi por falta de aviso. Não foi por falta de alerta. Foram advertidos, diversas vezes, por pessoas experientes, com trabalhos importantes dentro do clube, de que o elenco era fraco. Mas, diziam que torcíamos contra.

    Torcemos, sim, e até o último minuto, para que o Athletico permanecesse na 1ª Divisão. Para que 100 anos de trajetória não fossem manchados indelevelmente, logo em uma temporada tão simbólica. Aconteceu.

    Como tudo na vida, os regimes autoritários, um dia, se esgotam. O déspota perde a força, por diversas razões. E os subservientes que o cercam nunca possuem o ímpeto do comandante, mas guardam alguns dos seus piores traços. 

    É extremamente grave a queda de um clube com capacidade financeira, estrutura e organização, para a Série B do Nacional. Há, sem dúvida, muito mérito ao longo desses últimos anos. Mas as atitudes necessitam ser mudadas, e com urgência.

    O Athletico precisa de um choque de democracia. Mais: precisa de um choque de humildade. E precisa, também, de um choque de empatia. Felizmente, nada se encerra por aqui. Há muito pela frente, como sempre.

     

    Tópicos