Flamengo vence Athletico-PR no Equador e conquista o tri da Libertadores
Gabigol definiu a decisão no 1º tempo, após Pedro Henrique, do Athletico-PR, ser expulso
O Flamengo é tricampeão da Copa Libertadores da América. Neste sábado, com mais um gol decisivo de Gabriel Barbosa, o Gabigol, derrotou o Athletico Paranaense por 1 a 0, no Estádio Monumental de Guayaquil, no Equador, para faturar a taça mais desejada da América do Sul. Além disso, comemorou o seu segundo título em menos de duas semanas.
Campeão da Copa do Brasil em 19 de outubro, o Flamengo agora conquistou a Libertadores, confirmando mais um ano de protagonismo no futebol nacional e sul-americano. Afinal, nos últimos anos, venceu a Libertadores duas vezes – a outra foi em 2019 – e foi finalista em 2021, faturou o Brasileirão em 2019 e 2020, sendo vice-campeão em 2021.
E ainda que com mudanças no elenco ao longo desses anos, manteve uma base vencedora, com protagonismo de nomes como Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabigol. No setor ofensivo titular nesta nova conquista, eles tiveram a companhia de Pedro, artilheiro desta edição da Libertadores, com 12 gols marcados.
Mas o papel decisivo na final em Guayaquil acabou sendo de Everton Ribeiro e, principalmente, Gabigol. Afinal, depois de sofrer por 42 minutos com a marcação do Athletico-PR, o Flamengo precisou de apenas 6 para aproveitar a expulsão de Pedro Henrique e definir a final.
No lance do gol do título, o meia fez grande jogada individual e o atacante empurrou a bola para as redes. Assim, Gabigol foi decisivo como em 2019, quando marcou os dois gols do Flamengo na conquista sobre o River Plate, sendo que no ano passado também tinha marcado na derrota para o Palmeiras.
O Flamengo, com a vitória deste sábado, conquista mais um título de peso sobre o Athletico-PR, como havia acontecido em 2013, na decisão da Copa do Brasil. Além disso, nesta temporada, havia eliminado o clube paranaense nas quartas de final da sua vitoriosa campanha no torneio nacional.
Com a vitória, o Flamengo também se junta a um grupo de outros seis clubes tricampeões da Libertadores, sendo quatro brasileiros – São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Santos. Além disso, receberá uma premiação de US$ 16 milhões (aproximadamente R$ 85 milhões) da Conmebol.
Ao Athletico-PR, fica a decepção de ter sucumbido após ser taticamente superior ao adversário quando tinha 11 jogadores em campo. E assim como em 2005, também perdeu a decisão da Libertadores, a segunda da sua história para um clube brasileiro, sendo a anterior para o São Paulo.
Como os times chegaram à final
O Flamengo fez campanha praticamente perfeita para chegar à quarta final da Libertadores na sua história. Classificado ao torneio por ter sido vice-campeão brasileiro em 2021, somou 16 pontos em 18 possíveis na fase de grupos, com a terceira melhor campanha entre os participantes. Depois, venceu os seis jogos dos mata-matas que teve pela frente, diante de Tolima (Colômbia), Corinthians e Vélez Sarsfield (Argentina), se garantindo na final.
Agora, então, foi coroado campeão invicto, algo que não acontecia desde o título do Corinthians em 2012. E com uma campanha ainda melhor, de 12 vitórias e 1 empate nos 13 duelos disputados.
Já o Athletico-PR, após se garantir na Libertadores com o título da Sul-Americana de 2021, oscilou na fase de grupos, com 10 pontos somados, o que o deixou em segundo lugar na sua chave. Porém, embalou no mata-mata, sempre passando pelos rivais com uma vitória e um empate. Foi assim contra Libertad (Paraguai), Estudiantes (Argentina) e Palmeiras. Mas parou no rubro-negro carioca.
1º tempo: Flamengo sofre com marcação, mas aproveita expulsão e abre vantagem
Para o confronto em Guayaquil, os times começaram a expor suas diferenças já nas escalações. No Flamengo, o técnico Dorival Junior repetiu aquela formação que ficou conhecida como “time das copas”, com a qual faturou a taça da Copa do Brasil e, agora, a Libertadores.
Já no Athletico-PR, Felipão optou por algumas alterações, sendo as principais as presenças do volante Hugo Moura na vaga de Erick e de Vitor Bueno em detrimento de Canobbio, assim como com Vitor Roque no lugar de Pablo, indicando a decisão de apostar na velocidade.
Além disso, quando a bola rolou, foi possível observar a estratégia do Athletico-PR de marcar individualmente os principais jogadores ofensivos do Flamengo. E isso deu muito certo durante quase todo o primeiro tempo. Afinal, conseguiu conter o poderio do adversário, que tinha mais posse de bola, mas não acelerava o ritmo da partida e nem era perigoso.
Bastante focado, o Athletico-PR só procurava avançar nos erros do Flamengo. Ainda assim, teve as duas primeiras chances de gol da etapa inicial, aos 11 e aos 12 minutos, em lances quase seguidos. No primeiro, Vitinho aproveitou cochilo de David Luiz para roubar a bola e chutar para a defesa de Santos. Depois, após cobrança de lateral, Alex Santana finalizou de voleio, por cima do travessão.
Travado pelo Athletico-PR, o Flamengo ainda perdeu Filipe Luís, lesionado, repetindo o que aconteceu na final da Libertadores de 2021, quando também se contundiu no primeiro tempo. Mas o seu substituto, Ayrton Lucas, se envolveu no lance que mudou a cara da decisão. Aos 42 minutos, o lateral foi derrubado por Pedro Henrique, que acabou sendo expulso da partida ao receber o segundo cartão amarelo.
E o Flamengo não demorou para aproveitar a vantagem numérica. Aos 48 minutos, Everton Ribeiro girou sobre Hugo Moura, tabelou com Rodinei e cruzou para Gabigol apenas empurrar a bola para as redes na segunda trave: 1 a 0.
2º tempo: Flamengo controla, até leva susto, mas garante o tri
Na volta do intervalo, o Athletico-PR recompôs o seu sistema defensivo, ao colocar o zagueiro Matheus Felipe no lugar de Alex Santana. Mas o time não conseguiu mais repetir a organização dos 42 minutos em que teve 11 jogadores em campo e foi amplamente dominado pelo Flamengo.
Em busca do segundo gol, o rubro-negro carioca permaneceu no campo de ataque e passou a encontrar mais espaços. Gabigol perdeu chance clara aos 6 minutos, quando foi lançado em profundidade por Arrascaeta. Quando Bento saiu da sua meta, o atacante chutou em cima do goleiro.
O Flamengo foi, aos poucos, passando a apostar mais na valorização da posse de bola e na troca de passes para, ao mesmo tempo, administrar a vantagem e tentar envolver um adversário com um jogador a menos na marcação. E seguiu criando as suas chances, como aos 15, com Pedro, acionado por Arrascaeta e que finalizou por cima da meta, da entrada da grande área.
Sem muita alternativa, o Athletico-PR tratou de atacar, em busca do empate, na parte final da decisão. Isso acabou rendendo mais espaço – e chances – ao Flamengo, que perdeu oportunidade aos 35 minutos, quando a zaga cortou mal levantamento de Rodinei e Arrascaeta cabeceou para a defesa de Bento.
O Athletico-PR ainda reclamou de um pênalti aos 36 minutos, quando Santos deu rebote em chute de Terans e Canobbio caiu na grande área após disputa com Ayrton Lucas pelo rebote, mas teve seu pedido ignorado pelo árbitro argentino Patricio Loustau. E na sua melhor chance na etapa final, aos 45, em cobrança de falta, Terans bateu colocado e no cantinho, mas Santos fez a defesa. Nos acréscimos, Pedro ainda perdeu chance clara. Mas nada que impedisse o tricampeonato do Flamengo.
Futuro
Ainda não está definido quando e onde será realizada a próxima edição do Mundial de Clubes, mas o Flamengo está garantido na competição após faturar a Libertadores. E outros quatro participantes já são conhecidos: Real Madrid, Wydad Casablanca, Seattle Sounders e Auckland, campeões continentais na Europa, África, América do Norte e Central e Oceania, respectivamente. Além disso, disputará, em 2023, a Recopa com o vencedor da Sul-Americana, o equatoriano Independiente del Valle.
Nesta temporada, ainda restam quatro rodadas na reta final do Brasileirão. O Flamengo, hoje em terceiro lugar, voltará a atuar na quarta-feira, contra o Corinthians, no Maracanã. Sexto colocado, o Athletico-PR, vai encarar, no mesmo dia, o Goiás, na Arena da Baixada. E buscará reagir para buscar a vaga na próxima Libertadores.