Caso Daniel Alves: defesa volta a pedir liberdade provisória e apresenta vídeo
Jogador teria dado depoimento perante juiz em que "articulou um discurso coerente e distante das primeiras ponderações que fez para tentar salvar seu casamento"
A defesa de Daniel Alves apresentou, nesta quinta-feira (20), mais um pedido de liberdade provisória do brasileiro, em prisão preventiva há três meses, acusado de estuprar uma mulher em uma boate de Barcelona. No início da semana, o jogador prestou o seu primeiro depoimento presencial perante um tribunal na Espanha.
Neste novo pedido, há um relatório de 200 páginas acompanhado de um material em vídeo que, segundo a assessoria do jogador, tem como intuito comparar as imagens das câmeras de segurança da boate com a história da vítima e seus dois amigos.
Também foi dito que em “depoimento perante o juiz, Dani Alves articula um discurso coerente e distante das primeiras ponderações que fez para tentar salvar seu casamento”.
Advogados garantem que jogador não vai deixar a Espanha
Os advogados que representam Daniel Alves garantem que o brasileiro não vai deixar o país enquanto espera pelo julgamento. O risco de fuga do jogador, especialmente para o Brasil, que não extradita cidadãos do país, foi o argumento usado para a recusa do primeiro pedido de liberdade provisória, que foi apresentado ao Tribunal de Barcelona em fevereiro.
Daniel Alves está em prisão provisória desde 20 de janeiro, acusado de agressão sexual por uma jovem que diz ter sido estuprada em um banheiro da área VIP de uma boate de Barcelona no final de dezembro de 2022.
Na segunda-feira (17), o brasileiro admitiu que manteve relações sexuais consensuais com a denunciante, mas alegando que a relação foi consensual. O brasileiro mudou de versão três vezes desde que foi acusado.
Caso Daniel Alves
O jogador teve a prisão decretada no dia 20 de janeiro. Ele foi detido justamente ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher no dia 30 de dezembro. O Ministério Público da Espanha pediu a prisão preventiva do atleta, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico.
Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial.
A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa Y Ahora Sonsoles, em que confirmou que esteve na mesma casa noturna que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu ter feito sexo, mas alegou que a relação foi consentida.
Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro.
Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante. Daniel Alves pode ser condenado a dez anos de prisão.
(com agências)