Fotos do acidente de Kobe Bryant foram exibidas em evento de premiação, diz testemunha
Processo foi aberto pela viúva do jogador, Vanessa Bryant, que alega danos por violações de direitos civis, negligência, sofrimento emocional e violação de privacidade
Fotos tiradas no local do acidente de helicóptero que matou a lenda da NBA Kobe Bryant, sua filha adolescente e outras sete pessoas foram compartilhadas por um bombeiro de Los Angeles em uma cerimônia de premiação um mês após o acidente, de acordo com o depoimento de testemunhas.
Na quarta-feira (10), o julgamento foi conduzido para uma ação civil federal movida pela viúva de Bryant, Vanessa Bryant, que alega que fotos do acidente de janeiro de 2020 foram compartilhadas por bombeiros e funcionários do departamento do xerife em ambientes irrelevantes para a investigação, inclusive em um bar.
A ex-técnica médica de emergência e esposa de um bombeiro de Los Angeles, Luella Weireter, testemunhou no tribunal nesta sexta-feira (12) que, durante os prêmios Golden Mike da Radio and Television News Association do sul da Califórnia, em fevereiro de 2020, ela viu o bombeiro do condado de Los Angeles, Tony Imbrenda, compartilhar fotos dos restos mortais de Bryant e outras imagens do local do acidente com os participantes da cerimônia.
Muitos bombeiros participaram do evento de mídia, que também homenageou os oficiais de informação pública do corpo de bombeiros por seu trabalho informando o público sobre incêndios florestais.
Depois que um pequeno grupo de pessoas em sua mesa se reuniu para ver imagens em um telefone celular, no que Weireter caracterizou como um truque de festa, ela testemunhou sobre ver um bombeiro se separar do grupo, dizendo: “Não posso acreditar, acabei de olhar para o corpo queimado de Kobe e agora estou prestes a comer.”
Após esse comentário, Vanessa Bryant pode ser vista no tribunal com a cabeça entre as mãos, balançando para frente e para trás, chorando.
Weireter é prima de Keri Altobelli, que, junto com o marido John e a filha Alyssa, também morreram no acidente de helicóptero.
Cerca de duas semanas após a cerimônia de premiação, Weireter dirigiu até um quartel de bombeiros do condado em Malibu e apresentou uma queixa oficial a um chefe de batalhão, ela testemunhou.
Naquele mesmo dia, o chefe dos bombeiros de Los Angeles, Anthony Marrone, ligou para ela para falar sobre o caso.
Na tarde de quinta-feira, Vanessa Bryant saiu do tribunal durante depoimento que descrevia fotos tiradas no local do acidente. Ela se emocionou quando Victor Gutierrez, bartender, foi questionado se ele tinha visto o corpo de sua filha, Gianna Bryant, nas imagens.
Gutierrez estava descrevendo o que viu nas fotos mostradas por um assistente do xerife do condado de Los Angeles em um bar em uma data anterior.
Bryant chorou, levantou-se e seu advogado pediu permissão ao juiz para que Bryant deixasse o tribunal.
Bryant não retornou para o restante do depoimento de Gutierrez, que continuou com uma série de vídeos de vigilância do bar em que estava trabalhando em 28 de janeiro de 2020 – dois dias após o acidente e um mês antes da cerimônia de premiação.
Gutierrez descreveu estremecer com as fotos e depois admitiu ter contado a condição dos corpos das vítimas para cinco grupos de pessoas.
O julgamento deve durar cerca de duas semanas e provavelmente Vanessa Bryant e o xerife do condado de LA, Alex Villanueva, serão incluídos como testemunhas.
O processo, que foi aberto em setembro de 2020, busca danos não revelados e alega violações de direitos civis, negligência, sofrimento emocional e violação de privacidade.
Um júri de seis mulheres e quatro homens foi selecionado para o caso. Eles incluem uma freira, alguém que trabalha na produção de TV para a NBC Universal, um estudante universitário, um investidor imobiliário, um pesquisador farmacêutico, um professor de ciência da computação e um recepcionista de restaurante.
Jason Kravarik, Natasha Chen, Amir Vera e Elizabeth Wolfe contribuíram para este relatório.
