Verstappen vence, encerra temporada e Ferrari tem pior resultado em 40 anos
Holandês venceu última prova da temporada 2020 da Fórmula 1
O holandês Max Verstappen venceu o GP de Abu Dhabi, última prova da temporada 2020 da Fórmula 1, neste domingo (13) e garantiu seu segundo triunfo do ano. A competição se encerra com o título e novos recordes de Lewis Hamilton, que se tornou o mais vitorioso da história, além de encerrar o pior ciclo da Ferrari em 40 anos.
Verstappen não foi ameaçado em nenhum momento após a largada e terminou a corrida com mais de dez segundos de vantagem para os rivais da Mercedes. Bottas foi o segundo e Hamilton o terceiro. Os pilotos da Ferrari, Sebastian Vettel e Charles Leclerc terminaram a corrida fora da zona de pontuação.
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Hamilton supera Schumacher
Lewis Hamilton igualou em 2020 o número de títulos mundiais de Michael Schumacher. Além disso, o britânico superou o número de vitórias do alemão no GP de Portugal e se estabeleceu como maior vencedor da história. Hamilton também se tornou recordista de pódios, com 165 corridas completadas entre os três primeiros em 266 disputadas. Em 2017, Hamilton já havia superado o número de poles de Schumacher.
Durante a temporada, Hamilton venceu 11 corridas e somou 347 pontos, contra 223 de seu companheiro, Valtteri Bottas, vice-campeão. O britânico ainda garantiu outros três pódios e seis voltas mais rápidas neste ano.
Pior temporada da Ferrari em 40 anos
Ao terminar a temporada 2020 na sexta posição no campeonato de construtores, a Ferrari teve sua pior classificação final entre equipes desde 1980, quando foi décima colocada. Naquela temporada, a Ferrari somou oito pontos de 210 possíveis e contava com os serviços de Jody Scheckter, campeão do ano anterior, e Gilles Villeneuve, uma das promessas da época.
Em 2020, Charles Leclerc e Sebastian Vettel somaram 131 pontos para a Ferrari. Antes mesmo da temporada começar, a equipe de Maranello informou Vettell que o tetracampeão não teria o contrato renovado para 2021. Em seu lugar, a escuderia contratou o espanhol Carlos Sainz Junior. Isso significa que o time não contará com nenhum piloto campeão mundial desde 2007.
Companheiro de Verstappen
A Red Bull tem uma equipe própria com o nome da marca e ainda possui a equipe satélite, Alpha Tauri. A fabricante conta com os serviços de quatro pilotos, mas, desde a saída de Daniel Ricciardo, no final de 2018, o time não encontra um companheiro capaz de seguir o ritmo de Max Verstappen. Em 2020, Alexander Albon somou 105 pontos, ante 205 de Verstappen.
Daniil Kvyat e Pierre Gasly também já pilotaram pelo time principal, mas seus desempenhos não foram suficientes para mantê-los na equipe. Para 2021, a Red Bull avalia a possibilidade de contar com Sergio Pérez ou Nico Hulkenberg. Se isso acontecer, será a primeira vez que a equipe contará com um piloto que não veio de seu programa de jovens talentos desde que Mark Webber se aposentou, em 2013.
Covid-19 e problemas financeiros
A pandemia do novo coronavírus também afetou a Fórmula 1, tanto financeiramente quanto a saúde de membros das equipes. A McLaren foi a primeira a ter casos na equipe, ainda em março. O primeiro piloto a testar positivo foi Pérez, da Racing Point, que perdeu as duas corridas em Silverstone por conta da doença. Depois do mexicano, Lance Stroll, também da Racing Point e Lewis Hamilton precisaram ser afastados das pistas após serem infectados.
Por conta do impacto financeiro, as equipes decidiram adiar para 2022 a estreia dos carros da próxima geração. Além disso, alguns times precisaram pedir empréstimos, como foi o caso da McLaren, ou buscar novas parcerias, como fez a Haas, que contará com o russo Nikita Mazepin em 2021, piloto que leva milhões em patrocínio para a equipe. O caso mais grave foi o da Williams, que precisou ser vendida para o grupo de investimentos Dorilton Capital.
Outro impacto da pandemia na Fórmula 1 foi o cancelamento de várias corridas, como o GP de Mônaco. Entre as provas canceladas esteve o GP do Brasil, que ficou de fora da temporada pela primeira vez desde seu retorno ao calendário, em 1990.
Ativismo e polêmicas
Fora das pistas a categoria também esteve no centro das atenções. A pedido de Hamilton, a Mercedes trocou a tradicional pintura prateada pelo preto, em apoio ao movimento “Black Lives Matter”. O heptacampeão liderou manifestações de apoio ao movimento e chegou a ser criticado por parte do público e até por por ex-campeões, como Mario Andretti e Jackie Stewart. Apesar das críticas, seu ativismo contou com apoio da equipe, da maioria dos pilotos e de outras personalidades, como o tenista Novak Djokovic.
As polêmicas ficaram por conta de um grupo de pilotos que recusaram aderir ao gesto de se ajoelhar em sinal de apoio ao movimento Black Lives Matter, embora tenham afirmado que apoiam a iniciativa. Já Nikita Mazepin postou, nas próprias redes sociais, um vídeo em que aparecia assediando uma jovem dentro de um carro. O episódio causou uma onda de críticas ao russo e à Haas por não rescindir o contrato do piloto.
Substitutos chamam atenção
Quatro pilotos precisaram ser substituídos durante a temporada, dando oportunidade para quem estava fora do grid ou que estava em outra equipe. Nico Hulkenberg substituiu Sergio Pérez e Lance Stroll em três corridas e garantiu pontos em duas delas, o que rendeu elogios ao alemão, que ainda passou a ser considerado pela Red Bull como substituto de Albon para o próximo ano.
George Russell substituiu Lewis Hamilton no GP do Sakhir e, além de ultrapassar Valtteri Bottas duas vezes na pista, teve a oportunidade de vencer a corrida, o que não aconteceu por conta de um erro da Mercedes na troca de pneus e por um furo em um dos pneus.
Outro piloto substituído foi Romain Grosjean, que sofreu um grave acidente no Bahrein e precisou perder as duas últimas corridas da temporada. Em seu lugar, a Haas garantiu o retorno de um piloto brasileiro à Fórmula 1 ao convocar Pietro Fittipaldi para guiar o carro do francês no Sakhir e em Abu Dhabi. Fittipaldi conseguiu acompanhar o ritmo do veterano Kevin Magnussen e recebeu elogios do chefe da equipe, Gunther Steiner.