F1: Prost revela o que falaria para Senna caso brasileiro estivesse vivo
Pilotos foram rivais no fim da década de 80
Ayrton Senna e Alain Prost protagonizaram uma das maiores rivalidades da história da Fórmula 1. O piloto francês, tetracampeão mundial (1985, 1986, 1989 e 1993), revelou o que falaria para Senna caso o piloto brasileiro, morto há 30 anos, ainda estivesse vivo.
“Há muitas coisas que eu gostaria de perguntar e saber, porque ele era uma pessoa muito misteriosa. Ele não queria ser meu amigo enquanto estávamos correndo porque me disse que tinha medo de que isso tirasse um pouco de sua motivação. Depois que eu me aposentasse, poderíamos nos divertir novamente, eu acho”, revelou em entrevista concedida durante ação da Heineken.
A relação de Prost e Senna na Fórmula 1 viveu altos e baixos. O francês estreou na categoria em 1980, enquanto Senna iniciou em 1984. A relação foi amistosa até 1988, quando disputaram ponto a ponto o título daquela temporada.
“Nosso relacionamento era muito, muito bom no começo, quando ele entrou na Fórmula 1. E então tivemos alguns anos juntos, especialmente em 1988 com a McLaren, e depois com equipes diferentes. Em 1989, tivemos uma discussão, um mal-entendido, e não nos falamos por alguns anos. Então foram cerca de 3 períodos”, explicou.
A situação foi insustentável a ponto de Prost sair da McLaren. O francês guiou pela Ferrari em 1990 e 1991. Prost retornou em 1993 e conquistou o último título na Williams.
O tetracampeão mundial revelo que, depois da aposentadoria, Senna se aproximou. Os dois recuperaram a boa relação e Prost passou a entender melhor o brasileiro.
“Depois que me aposentei em 1993, durante todo o inverno tivemos uma grande conexão. Lembro que a maioria das conversas que tivemos e essa relação me ajudaram a entendê-lo, sua personalidade e seu desejo de me vencer. Eu entendo, entendo muito. O relacionamento, a maneira como estávamos juntos era muito diferente dependendo do período”, contou.
Prost ainda revelou ter ‘ciúmes’ da relação de Senna com o povo brasileiro. O ex-piloto revelou que não tinha na França o tratamento que Senna recebia no Brasil.
“Ele trouxe muito para o povo brasileiro, eu percebo isso. Toda vez que íamos ao Brasil, quando brigávamos, eu podia ver que eu tinha um pouco de ciúmes de que ele tinha quase todo o país atrás dele. Isso não aconteceu comigo”, disse.