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    Comissários rejeitam protesto da Mercedes e Verstappen mantém título da F1

    Representantes da FIA ouviram os argumentos dos representantes da Red Bull e da Mercedes e concluíram que Verstappen não infringiu regulamento da Fórmula 1

    Vital Netoda CNN

    Após a vitória de Max Verstappen no GP de Abu Dhabi, que deu o título de 2021 ao holandês, a Mercedes apresentou um protesto oficial à Federação Internacional do Automobilismo (FIA), no qual reclamou dos procedimentos realizados pela direção de prova durante as voltas finais da corrida, com safety car na pista e de uma manobra de Max Verstappen antes da relargada.

    De acordo com a decisão dos comissários, os procedimentos foram seguidos de acordo com as regras e Verstappen não obteve vantagem com seu movimento.

    A confusão que gerou os protestos aconteceu na penúltima volta da corrida, quando a direção de prova deu a relargada na mesma volta em que permitiu que quatro carros que estavam uma volta atrás do líder se reposicionassem no grid, o que contraria as regras do esporte, de acordo com a argumentação da Mercedes.

     

     

    Controvérsia

    Na volta 54 das 58 da corrida, o canadense Nicholas Latifi colidiu contra o muro e abandonou a prova, o que causou a entrada do safety car. Na volta 57, a direção de prova autorizou alguns dos retardatários – carros que estavam uma volta ou mais atrás do líder – a se alinharem em suas posições corretas no grid.

    Isso fez com que quatro pilotos que estavam entre Verstappen e Hamilton saíssem do caminho do holandês.

    Como a Red Bull aproveitou o acidente para trocar os pneus de Verstappen e devolvê-lo à pista com novos compostos, ele tinha vantagem sobre Hamilton, que tinha pneus usados.

    Na volta 57, a mesma em que os quatro retardatários foram autorizados a ajustarem suas posições, a direção de prova mandou o safety car voltar aos boxes, o que deu uma volta livre para Verstappen atacar, oportunidade que o holandês aproveitou para ganhar a corrida, e consequentemente o campeonato.

    Após saída do safety car, Verstappen ameaçou ultrapassar Hamilton antes da linha de início e chegou a posicionar seu carro pouco à frente do rival, o que, de acordo com a Mercedes, viola a regra mencionada.

    De acordo com o artigo 48.12 do regulamento esportivo da F1, o safety car deve entrar nos boxes uma volta após os retardatários reorganizarem suas posições na pista. É esse artigo que a Mercedes usou para protestar contra a direção de prova.

    O outro artigo que teria sido infringido, de acordo com o argumento apresentado pela Mercedes, é o 48.8, que determina que nenhuma ultrapassagem pode ser feita até que o líder da prova abra uma nova volta após a saída do safety car.

    “Como sem dúvida foi relatado, apresentamos um protesto formal dentro do intervalo de tempo exigido de 30 minutos após o final da corrida. Não faremos mais nenhum comentário sobre os detalhes até que a audiência seja realizada”, disse um porta voz da Mercedes à publicação oficial da F1.

    O chefe de equipe da Red Bull, Christian Horner, disse que estava desapontado pelo protesto da Mercedes, mas que mantinha a confiança na FIA.

     

    Lewis Hamilton e Max Verstappen no pódio do GP de Abu Dhabi de F1 / 12/12/2021 REUTERS/Hamad I Mohammed

    Decisão final

    Os comissários da FIA ouviram os argumentos dos representantes da Red Bull e da Mercedes e chegaram a conclusão que Verstappen não infringiu o regulamento ao posicionar o carro brevemente à frente de Hamilton antes da relargada. A decisão publicada no site da FIA afirma o seguinte:

    “Os comissários determinam que embora o carro 33 (Verstappen) tenha se movido ligeiramente à frente do carro 44 (Hamilton) por um período muito curto, em um momento em que ambos os carros estavam acelerando e freando, ele voltou para trás do carro 44 e foi não estava na frente quando o período do Safety Car retornou aos boxes.”

    Com relação ao protesto de que o procedimento de relargada não foi seguido, os comissários decidiram que, de acordo com o artigo 15.3, o diretor de prova, Michael Masi, tem o controle sobre a entrada e saída do safety car e que o artigo 48.13 permite que a direção decida quando é seguro relargar.

    A Mercedes ainda pode apelar da decisão nos próximos dias, neste caso, uma nova audiência seria marcada para que os representantes das equipes e da direção de prova reapresentem seus argumentos.

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