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    Simone Biles é bronze na trave, em prova que marca vitória pessoal da ginasta

    Chinesas ficam com o ouro e prata; Flavia Saraiva termina em sétimo

    Marcelo Tuvuca, colaboração para CNN

    A norte-americana Simone Biles retornou ao tablado da Arena Ariake, em Tóquio, nesta terça-feira (3), buscando uma vitória pessoal. Depois de abandonar a disputa de quatro finais, alegando questões de saúde mental, Biles voltou para competir em sua última decisão nas Olimpíadas 2020, na trave.

    Biles fez uma apresentação segura, tirou 14.000 e conquistou o bronze na prova pela segunda Olimpíada consecutiva. A China ficou com as duas primeiras posições: Chenchen Guan, que já havia liderado a classificatória, foi ouro (14.633), e Xijing Tang levou a prata (14.233).

    A brasileira Flavia Saraiva, que competiu depois de sofrer uma lesão na classificatória, tirou 13.133 e ficou com o sétimo lugar.

    Simone Biles se emociona após concluir apresentação na final da trave
    Simone Biles se emociona após concluir apresentação na final da trave
    Foto: Natacha Pisarenko – 3.ago.2021/AP

    Biles foi a terceira ginasta a se apresentar. Ela simplificou alguns de seus movimentos e teve uma nota de partida mais baixa em relação à classificatória – 6.100, contra 6.500 da performance da semana passada.

    Em sua apresentação nesta terça, a norte-americana recebeu 0.066 abaixo em relação à classificatória, quando havia ficado com a sétima melhor nota. Após a performance, no entanto, abriu um sorriso, abraçou as colegas e foi aplaudida pelos presentes na Arena Ariaki.

    O desempenho da norte-americana a colocou momentaneamente na segunda posição, atrás de Xijing Tang. Mas Chenchen Guan, última a se apresentar, executou a série mais difícil entre as favoritas, com nota de partida de 6.600, e confirmou o favoritismo, garantindo a medalha de ouro com a nota de 14.633.

    Guan Chenchen, da China, ficou com ouro na final da trave com nota 14.633
    Guan Chenchen, da China, ficou com ouro na final da trave com nota 14.633
    Foto: Morry Gash – 3.ago.2021/AP

    Mais do que resultado

    Simone Biles surpreendeu o mundo esportivo no último dia 27, quando desistiu da final por equipes após competir em apenas um dos quatro aparelhos, o salto. Ela foi substituída por outra ginasta, Sunisa Lee, e ficou com a medalha de prata junto com o time norte-americano.

    A ginasta afirmou que precisava abandonar a disputa por questões de saúde mental, que a colocavam em risco na execução dos movimentos. Posteriormente, ela explicou que estava sofrendo de ‘twisties’, um bloqueio mental a perda de orientação espacial, ligada a sensações como estresse.

     Biles acabou ficando de fora das finais do individual geral, salto e solo, onde havia conquistado três medalhas de ouro no Rio-2016, e também das barras assimétricas. Ela retornou apenas para a disputa da trave, onde já havia sido bronze na Olimpíada passada.

    Biles encerra sua participação nas Olimpíadas 2020 com duas medalhas – a prata na disputa por equipes e o bronze na trave – que se somam aos cinco pódios conquistados no Rio. O currículo de sete premiações olímpicas coloca Biles como a ginasta com o maior número de medalhas entre as norte-americanas, igualando Shannon Miller, que competiu em Barcelona-1992 e Atlanta-1996.

    Brasileira supera lesão para disputar final

    Foi a segunda vez que Flávia Saraiva, 21, chegou à final olímpica da trave, três anos depois de terminar em quinto na decisão disputada no Rio de Janeiro. Em Tóquio, a brasileira sofreu com uma lesão no tornozelo direito que a fez abandonar a disputa da classificatória ainda no meio da disputa. Recuperada para a final, ela executou uma série com nota de partida 5.700, com alguns momentos de desequilíbrio. A nota de 13.133 a deixou na sétima posição.

    “Eu estou me sentindo muito feliz. Por tudo que eu passei, essa semana, nos últimos três meses, estar numa final olímpica já é a minha medalha”, disse a brasileira.

    Flávia Saraiva em sua apresentação na trave; brasileira ficou na 7ª posição
    Flávia Saraiva em sua apresentação na trave; brasileira ficou na 7ª posição
    Foto: Jae C. Hong – 3.ago.2021/AP

    “Eu lutei todos os dias para estar aqui e isso é o mais importante de tudo. Eu tive um mês e meio para treinar para vir a Tóquio. Eu treino há mais de cinco anos, mas quando você sofre uma lesão, fica três a quatro meses parado para tentar recuperar”, afirmou, ao citar a contusão que atrapalhou sua preparação para as Olimpíadas 2020.

    A brasileira ainda elogiou a participação e a postura de Simone Biles. “É muito importante ela falar o que realmente acontece na vida dos atletas. Eu sei o que ela passou, porque isso já aconteceu comigo e acontece na vida de vários atletas. E ver ela aqui hoje, conseguindo quebrar essa barreira, é uma vitória muito grande. Eu acho que esse reconhecimento vale mais que a medalha pra ela”, disse.

    A prova da trave fecha a participação brasileira na ginástica artística dos Jogos Olímpicos. A modalidade rendeu duas medalhas para o país, ambas com Rebeca Andrade: o ouro no salto e a prata no individual geral.