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    Príncipe William condena manifestações racistas contra jogadores ingleses

    Autoridades devem identificar os autores dos ataques feitos pelas redes sociais; Boris Johnson afirmou que atletas deveriam ser elogiados 'como heróis'

    Reuters

    O príncipe William, neto da Rainha Elizabeth, condenou as manifestações racistas contra jogadores da seleção da Inglaterra após a derrota para a Itália na final da Euro 2020. Ele disse estar “enojado” com os ataques aos jogadores negros da seleção.

    O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também condenou os ataques praticados nas redes sociais contra os atletas após a derrota nos pênaltis. 

    Os jogadores negros Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka foram submetidos a “repugnantes” abusos online depois de terem falhado na cobrança de pênaltis com a Itália, que definiu a final deste domingo (11). O príncipe William também é presidente da Associação de Futebol da Inglaterra.

    “É totalmente inaceitável que os jogadores tenham que suportar esse comportamento repulsivo”, disse William no Twitter. “Todos os envolvidos devem ser responsabilizados.”

    Alguns ministros foram acusados de hipocrisia por se recusarem a criticar aqueles que vaiaram no início do torneio, mas agora condenam o abuso racista.

    “Esta seleção da Inglaterra merece ser elogiada como heróis, não abusada racialmente nas redes sociais”, disse Johnson. “Os responsáveis por este abuso terrível deveriam ter vergonha de si mesmos”, completou o primeiro-ministro no Twitter.

    A secretária do Interior Priti Patel também denunciou os ataques online. O porta-voz de Johnson disse que o primeiro-ministro queria que seus apoiadores apoiassem o time. Angela Rayner, vice-líder do Partido Trabalhista, considerado de oposição, disse que esses comentários têm consequências.

    “O primeiro-ministro e o secretário do Interior deram licença aos racistas que vaiaram os jogadores ingleses e agora estão abusando racialmente dos jogadores ingleses”, disse no Twitter. “Boris Johnson e Priti Patel são como incendiários reclamando de um incêndio no qual jogaram gasolina. Hipócritas totais.”

    Embora as redes sociais também mostrassem altos níveis de apoio e gratidão dos fãs pelo torneio, o abuso ofuscou as mensagens positivas.

    Jogador Declan Rice após derrota da Inglaterra
    Jogador Declan Rice após derrota da Inglaterra
    Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

    Com nojo

    “Estamos com nojo de que parte de nossa equipe – que deu tudo pela camisa neste verão – tenha sido submetida a abusos discriminatórios online depois do jogo desta noite”, tuitou a seleção da Inglaterra.

    A Federação Inglesa de Futebol disse que os torcedores que exibiram esse “comportamento nojento” não eram bem-vindos e pediu às autoridades que aplicassem “as punições mais duras possíveis”.

    A polícia de Londres disse que os policiais estavam cientes dos comentários ofensivos e racistas e tomariam medidas. “Não será tolerado e será investigado”, disseram as autoridades policiais no Twitter.

    A questão do abuso online de jogadores fez com que as autoridades britânicas do futebol boicotassem brevemente as plataformas de mídia social para destacar a questão, uma posição que se juntou a outros órgãos esportivos. As empresas de tecnologia têm sido repetidamente acusadas de não fazer o suficiente para lidar com o problema.

    Em maio, o governo britânico anunciou planos para uma nova lei que poderia fazer com que as empresas de mídia social fossem multadas em até 10% do faturamento ou 18 milhões de libras (US$ 25 milhões) se não conseguissem reprimir os abusos online, como crimes de ódio racistas.

    O Partido Trabalhista disse que as propostas não impediriam o abuso dirigido aos três jogadores. “Twitter, Facebook e Instagram têm os meios para parar esse ódio em suas plataformas e ainda assim decidem não fazer nada”, disse Jo Stevens, porta-voz de mídia e esporte do partido.

    (Reportagem de Michael Holden; editado por Alistair Smout, Kate Holton e Angus MacSwan)

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