Ouro, Rebeca explica escolha por salto mais difícil: ‘usei as cartas que tinha’
Brasileira trocou o segundo salto em relação à classificatória; nota de partida ajudou na conquista do ouro
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A brasileira Rebeca Andrade, medalha de ouro na prova do salto da ginástica artística nas Olimpíadas de 2020, neste domingo (1º), foi premiada por sua escolha, juntamente com a equipe brasileira, de fazer dois saltos difíceis para executar na decisão.
Rebeca começou sua apresentação com o salto Cheng, com nota de partida 6.000, e ficou com a nota 15.166, mesmo com um desconto por pisar fora. Depois, mudou a escolha em relação à classificatória e executou o Amanar, com grau de dificuldade 5.800. Ela recebeu 15.000 – a média de 15.083 lhe garantiu o primeiro lugar.
No domingo passado (25), Rebeca também executou o Cheng na primeira tentativa – e teve inclusive um desempenho melhor do que na final, cravando 15.400. Na segunda, porém, havia executado o Duplo Twist Yurchenko, com grau de dificuldade 5.400, que somou 14.800.
Rebeca diz que houve desconfiança sobre sua capacidade de executar o Amanar, mas ela assumiu o risco de apresentar um movimento mais desafiador.
Eu só pensei em usar todas as cartas que eu tinha. Eu saltei dupla e meia, que era uma coisa que muitas pessoas falavam ‘ai, ela não vai fazer’, ‘que o joelho dela…’. Eu treinei muito e estava preparada. Se eu ficasse pensando nisso, não estaria na ginástica.
Rebeca Andrade
A brasileira contou que se sentia forte, “a mente boa”. “Eu estava pronta para fazer, então fui lá e fiz [o Amanar]”, declarou.
“Foi a mesma coisa com o Cheng, eu estava treinada. Eu não colocava na internet, porque acho que é muito melhor surpreender hoje, com todo mundo vendo, do que falar na internet. Eu acho que é muito mais gostoso de curtir”, comentou a brasileira.
“Usar tudo que a gente tinha foi uma decisão muito sábia. Treinei demais e deu tudo certo”, completou.
Além de Rebeca, apenas outra ginasta executou saltos com notas de partida de 6.000 e 5.800 na final: a norte-americana Mykayla Skinner, que conquistou a média de 14.916 em suas tentativas e ficou com a prata.
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“Não fiz os meus melhores saltos”, diz brasileira
Apesar da felicidade com o próprio desempenho, Rebeca afirmou que a execução dos saltos não foi a melhor possível – sensação que ficou exposta no rosto da ginasta após ela encerrar sua participação neste domingo, sem muitos sorrisos ou euforia.
“Eu não fiz os meus melhores saltos. Então, fiquei meio assim quando terminei, porque não sabia o que poderia acontecer”, declarou, ao Bandsports.
À TV Globo, a brasileira também lamentou o resultado daquela que prometia ser sua principal adversária na final do salto: a norte-americana Jade Carey, que cometeu um erro grave em sua primeira tentativa e ficou fora da disputa por medalha.
“Senti pela Jade. É muito ruim quando isso acontece durante a competição, e desestabiliza um pouco [para a segunda tentativa]. Imagina o quanto ela treinou para estar aqui”, disse Rebeca. “Mas isso acontece, é do esporte. Infelizmente, é normal.”
Após a medalha de prata no individual geral e o ouro no salto, Rebeca Andrade volta às finais da ginástica artística nesta segunda-feira (2), no solo, para buscar sua terceira medalha.