Justiça do RJ nega pedido para que Brasil use camisa 24 na final da Copa América
Na decisão, o juiz Caetano Ernesto da Fonseca Costa argumenta que 'não há omissão ou contradição a serem sanadas'
A Justiça do Rio negou o pedido de liminar do Grupo Arco-Íris de Cidadania, do movimento LGBTQIA+, que cobrava a adoção, por parte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da camisa de número 24 durante a final da Copa América, neste sábado (10), quando Brasil enfrenta a seleção argentina no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, às 21h.
Na decisão, o juiz Caetano Ernesto da Fonseca Costa argumenta que “não há omissão ou contradição a serem sanadas”.
O magistrado afirma ainda que “o assunto da presença de homofobia ou não pela recusa ao n. 24 na camisa do jogador vai para muito mais além do jogo de hoje entre Brasil e Argentina e que ainda acredita no respeito à diversidade, que alguns de nossos valorosos jogadores, se a regra do campeonato o permitir, entrará em campo com a camisa n. 24 sem que um(a) juiz(íza) tenha que obriga-lo a fazer”.
A Ação Civil havia sido protocolada na última quinta-feira (8) pelo grupo do movimento LGBTQIA+, que acusa a entidade de homofobia, e cita que o número ignorado pela seleção brasileira é “historicamente relacionado ao homem gay no Brasil”.
Caso a justiça acatasse a decisão, o volante Douglas Luiz seria obrigado a usar a camisa 24 ao invés da 25, número anteriormente definido pela comissão técnica.
“A seleção brasileira de futebol masculino, dentre todos as seleções que participam da Copa América, é a única que não usa o número 24 (vinte e quatro) nos uniformes. A numeração dos jogadores da seleção brasileira pula do número 23 para o 25”, ressalta a Ação Civil.
A liminar também sugeria que a CBF fosse multada em R$ 460 mil, caso descumprisse a decisão. O movimento pedia ainda que a entidade se desculpasse publicamente por ter cometido discriminação.
O caso gerou tanta repercussão que a Confederação Brasileira de Futebol pode ser investigada pelo Comitê de Ética da Fifa, após uma representação contra a entidade ser protocolada por movimentos LGBTQIA+.
A CBF informou que repudia qualquer preconceito e que a numeração utilizada pelos jogadores é responsabilidade da comissão técnica.