Justiça do Rio autoriza que Landim e presidente da FPF demitam diretores da CBF
Os dois foram nomeados como interventores da entidade, após decisão que anulou eleição de Rogério Caboclo
A Justiça do Rio de Janeiro ampliou os poderes concedidos aos presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. A partir desta quarta-feira (28), os interventores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passam a ter autonomia para demitir a diretoria e o secretário-geral da entidade caso queiram.
A decisão foi proferida pelo juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca. A CBF vai recorrer.
Landim e Bastos foram nomeados interventores da CBF, na última segunda-feira (26), após o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) anular a Assembleia Geral da entidade e, consequentemente, invalidar a eleição de Rogério Caboclo para a presidência, em abril de 2018.
De acordo com a decisão, os interventores passam a ter amplos poderes sobre a CBF, e não apenas a incumbência de em até 30 dias convocar nova Assembleia Geral para o planejamento de novas eleições.
“A decisão é claríssima neste sentido, e nem precisaria ser, já que há suporte legal para a determinação de medidas visando o cumprimento, como dito acima. Em verdade, é possível ampliar poderes do interventor, substitui-lo, ampliar prazos se necessário, destituir de pronto os atuais dirigentes, etc.”, diz Mario Cunha Olinto Filho em um trecho da decisão.
O magistrado também determina que os interventores indiquem um dos oito vice-presidentes para comandar a entidade até a próxima eleição. Desde o afastamento de Rogério Caboclo em 6 de junho, a CBF era comandada por Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, um dos vices.
Investigações contra Caboclo
O presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, é investigado atualmente pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por suposto assédio sexual e moral contra uma funcionária da entidade. Informações obtidas pela CNN mostram que Caboclo tentou usar R$ 8 milhões da CBF em troca do silêncio da vítima.
Em nota enviada à CNN, Caboclo negou todas as acusações e afirmou que foi Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF, que negociou com a funcionária um contrato inicial de mais de R$ 12 milhões que, por fim, foi reduzida para R$ 8 milhões. O presidente afastado afirmou também que não assinou nenhum contrato de qualquer natureza com a funcionária da entidade e, portanto, torna-se inviável um processo jurídico contra ele.