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    Guia da F1 2020: Mercedes e Hamilton são favoritos em temporada encurtada

    Piloto inglês busca seu sétimo título na categoria, que o igualaria ao alemão Michael Schumacher; categoria espera de 15 a 18 corridas, mas só confirmou 8

    Murillo Ferrari, , da CNN, em São Paulo

    Depois de mais de três meses de adiamento em razão da pandemia do novo coronavírus, a temporada 2020 da Fórmula 1 será reiniciada neste domingo (5) com uma corrida na Áustria realizada com portões fechados.

    A temporada, que originalmente teria um número recorde de 22 corridas, tem, até o momento, 8 etapas confirmadas, incluindo dois fins de semana consecutivos na própria Áustria e no Reino Unido.

    Esta é a primeira vez que qualquer circuito recebe mais de uma corrida de F1 no mesmo ano, assim como a primeira vez que a Áustria abre o calendário e que as corridas são realizadas sem público.

    A principal novidade do calendário, a inclusão das provas do Vietnã e da Holanda, foi afetada pela pandemia. Isso porque a corrida de rua de Hanói foi adiada e a volta de Zandvoort ao circo da F1 – depois de 35 anos – foi cancelada.

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    A expectativa dos organizadores da categoria é realizar entre 15 e 18 corridas – com a possibilidade de incluir até mesmo pistas que estavam fora do circuito da Fórmula 1.

    A busca de Hamilton

    Mesmo com todas as mudanças motivadas pela pandemia de Covid-19, o inglês Lewis Hamilton, que tenta conquistar seu 7º título mundial e se igualar o alemão Michael Schumacher, ainda é o favorito para vencer o campeonato.

    Hamilton também vai em busca de outro recorde neste ano: o de vitórias. O hexacampeão da Mercedes tem 84 triunfos contra 91 do ex-piloto alemão, que ainda detém o título de maior vencedor na principal categoria do automobilismo mundial.  

    No ano passado, o piloto britânico venceu 11 das 20 corridas e acumula, desde 2014 – quando os carros passaram a ser impulsionados por motores V6 turbo –, uma média de 10 vitórias por temporada. 

    No caminho de Hamilton, no entanto, está o também piloto da Mercedes, o finlandês Valtteri Bottas, que luta para sair da sombra do companheiro de equipe. A dupla da Ferrari, composta pelo monegasco Charles Leclerc e o alemão Sebastian Vettel, além do jovem talento da Red Bull, o holandês Max Verstappen, também podem se tornar obstáculos para o hexacampeão.

    Max Verstappen acredita que poderá frustrar a campanha de Hamilton
    Max Verstappen, piloto da Red Bull, acredita que poderá frustrar a campanha de Lewis Hamilton por seu sétimo título na F1
    Foto: Hamad I Mohammed/Reuters

    As equipes 

    Assim como nos 3 anos anteriores, a temporada 2020 da Fórmula 1 conta com dez equipes, com destaque para Mercedes, que ganhou todos os campeonatos entre 2014 e 2019, além de Ferrari e Red Bull, únicas com chances reais de enfrentar os alemães. 

    As demais equipes que fazem parte do grid são: Alfa Romeo, AlphaTauri (que até 2019 era conhecida como Toro Rosso e é uma subsidiária da Red Bull), Hass, McLaren, Racing Point, Renault e Williams.  

    Em razão dos altos custos envolvidos na operação de uma equipe de F1, não há previsão para a estreia de novos concorrentes nos próximos anos. Segundo a revista Forbes, entre 2009 e 2018, as equipes campeãs investiram no desenvolvimento e aprimoramento do carro, em média, US$ 285,3 milhões (R$ 1,23 bilhão) por ano. 

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    De acordo com o regulamento da categoria, cada equipe pode inscrever até quatro pilotos por temporada, mas apenas dois podem participar de um fim de semana de corrida. Em geral, os outros são considerados pilotos de teste e participam de alguns treinos livres e do desenvolvimento do carro em simuladores. 

    Além disso, o adiamento das corridas e o cancelamento de contratos de patrocínio colocou duas equipes tradicionais da categoria, Williams e McLaren, em dificuldades financeiras.

    A primeira anunciou em maio que teve prejuízo de 13 milhões de libras (cerca de R$ 86 milhões) em 2019, e pode vender parte ou até a totalidade da equipe. Já a segunda recorreu a um empréstimo de £150 milhões (R$ 991,2 milhões) para manter suas finanças saudáveis e continuar competindo.

    Quem são os pilotos 

    Neste ano, quase não há mudanças em relação aos competidores da temporada de 2019. As únicas novidades são Esteban Ocon, que retorna à F1, depois de dois anos de ausência, no lugar de Nico Hülkenberg na Renault, e Nicholas Latifi, vice-campeão da F2 em 2019, que substitui Robert Kubica na Williams. 

    Assim, o grid da F1 em 2020 terá a seguinte configuração: 

    Durante os meses parada, no entanto, a F1 teve importantes movimentações nos bastidores das equipes em relação à temporada de 2021.

    A Ferrari, por exemplo, anunciou a saída de Vettel – cujo futuro ainda é incerto – e a contratação do espanhol Carlos Sainz, que neste ano dirige pela McLaren.

    Essa mudança abriu espaço para o australiano Daniel Ricciardo, que na próxima temporada trocará a Renault pela McLaren. E também criou uma vaga na equipe francesa, ainda sem definição.

    Os circuitos 

    Além da ausência de torcedores, a principal mudança na temporada 2020 da F1 são os circuitos em que as corridas serão disputadas.

    Até o momento, foram canceladas as etapas de Austrália, Holanda, Azerbaijão, França, Singapura e Japão, além da icônica disputa nas ruas de Mônaco, por causa da pandemia. Já as disputas em Vietnã, Canadá, Bahrein e China foram adiadas e ainda não têm data de realização.

    Além disso, os Grande Prêmios (GPs) da Rússia, Estados Unidos, México, Brasil e Abu Dhabi ainda estão pendentes de confirmação pela categoria.

    Assim, as primeiras duas corridas serão realizadas na Áustria (5 e 12 de julho). Depois, os pilotos e equipes seguirão para a Hungria (19 de julho).

    O circuito inglês de Silverstone, que recebeu a primeira corrida da F1 em 1950, será palco do Grande Prêmio Britânico (2 de agosto) seguido pelo Grande Prêmio do 70º aniversário da categoria (9 de agosto).

    O circuito da Catalunha, em Barcelona, será palco do GP da Espanha (16 de agosto), antes de uma breve pausa. As corridas votam no fim do mês em Spa, na Bélgica (30 de agosto), seguida pela disputa do GP da Itália, em Monza (6 de setembro).

    As corridas da Fórmula 2 e da Fórmula 3, categorias de acesso à Fórmula 1, serão disputadas nos mesmo fins de semana.

    No começo de junho, em seu site oficial, a F1 afirmou que pretende concluir a temporada no meio de dezembro, em Abu Dhabi após realizar entre 15 e 18 corridas.

    Ross Brawn, chefe do automobilismo da categoria, disse que outras pistas na Europa, como Mugello, na Itália, Algarve, em Portugal, Ímola, em San Marino, e Hockenheim, na Alemanha, podem receber uma corrida neste ano se outros países não oferecerem condições de segurança para realizar um GP.

    Quem tem mais chances neste ano? 

    Por seu desempenho nos últimos anos e pela confiabilidade de seu carro – Hamilton só não completou 7 das 121 corridas que disputou desde 2014 –, o britânico é franco favorito também na disputa da temporada 2020. 

    “Serei uma máquina neste ano, em outro nível do que jamais antes”, afirmou antes do início da temporada em publicação no Twitter. 

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    Porém, Verstappen, um de seus principais adversários, afirmou publicamente que espera poder frustrar a busca de Hamilton por recordes e por mais um título. 

    “Lewis é muito bom. Ele definitivamente é um dos melhores por aí, mas ele não é Deus. Talvez Deus esteja com ele, mas ele não é Deus”, brincou o holandês de 22 anos, que venceu três corridas no ano passado. 

    Ausência de brasileiros 

    Desde novembro de 2017, quando Felipe Massa terminou o Grande Prêmio de Abu Dhabi na 10º posição, nenhum piloto brasileiro guiou um carro de Fórmula 1 durante a temporada. De lá para cá, os profissionais do país tiveram participação apenas como pilotos de teste ou de desenvolvimento. 

    Em 2020, há dois brasileiros confirmados entre todos os pilotos da categoria: Sérgio Sette Câmara, de 22 anos, que será piloto reserva tanto da AlphaTauri quanto da Red Bull, e Pietro Fittipaldi, confirmado como piloto reserva da Hass. 

    Como terminou a temporada de F2 em 4º lugar no ano passado, Sette Câmara obteve os pontos que faltavam para receber a superlicença – permissão obrigatória para pilotar um F1 em pistas reais – e poderá assumir o carro da equipe caso algum dos pilotos titulares tenha problema. 

    O mesmo aconteceu com Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson Fittipaldi. Ele obteve os pontos que faltava para sua superlicença ao ficar em quinto lugar no campeonato da Fórmula 3 Asiática e foi promovido pela equipe norte-americana, já que até o ano passado ocupava a vaga de piloto de testes.

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