GP da Austrália de F1 é cancelado pelo segundo ano devido à pandemia de Covid-19
Moto GP também não será realizado no país, devido à necessidade imposta de quarentena de 14 dias aos atletas; organizadores demonstraram descontentamento
O Grande Prêmio da Austrália de Fórmula 1 e a rodada de MotoGP foram cancelados pelo segundo ano consecutivo nesta terça-feira (6), devido aos controles de fronteira do país em virtude da pandemia de Covid-19.
O GP australiano seria realizado no Albert Park Grand Prix Circuit, em Melbourne, de 18 a 21 de novembro. Os ingressos para o evento ainda não estavam à venda.
A edição de 2020 da corrida de Fórmula 1 foi cancelada no último minuto quando a pandemia se espalhou em Melbourne e o evento foi remarcado para 2021.
As fronteiras da Austrália ainda estão efetivamente fechadas e a exigência de quarentena por 14 dias de qualquer pessoa que entre no país, parece que permanecerá em vigor até o final do ano.
A exigência, porém não se encaixa na rotina dos pilotos e das competições, afirmaram os organizadores. Pilotos e organizadores se queixaram do cancelamento.
Desapontados
“Estamos profundamente desapontados que, pelo segundo ano consecutivo, os fãs de MotoGP e da Fórmula 1 não poderão ver os melhores pilotos do mundo competindo nos maravilhosos circuitos de Phillip Island e Albert Park,” disse em um comunicado o presidente da Australian Grand Prix Corporation, Paul Little.
“Entendemos o desafio que a Austrália enfrenta com as atuais restrições a viagens internacionais e a importância das vacinas … Trabalharemos incansavelmente para realizar esses eventos icônicos em 2022”, completou.
O presidente-executivo da Fórmula 1, Stefano Domenicali, expressou sua decepção, mas disse estar confiante de que um calendário de 23 corridas poderá ser mantido nesta temporada.
“Temos uma série de opções a seguir para substituir a vaga deixada pelo Grande Prêmio da Austrália”, disse ele. “Trabalharemos nestas opções nas próximas semanas.”
Para Mark Webber, membro do Conselho do GP da Austrália, o novo cancelamento é motivo de vergonha.
“Estou arrasado por não podermos realizar um evento de Fórmula 1 na Austrália por mais um ano. É uma verdadeira vergonha, pois somos de classe mundial em realizar esses tipos de eventos como uma organização. ”
Para o piloto de Fórmula 1 da McLaren, o australiano Daniel Ricciardo “é uma grande decepção para todos os pilotos que não iremos para a Austrália em novembro, mas entendemos os motivos.”
“Para mim, pessoalmente, mal posso esperar para ter a chance de correr em casa novamente, e será ainda mais legal quando o fizermos, porque já faz tanto tempo. Dedos cruzados, as coisas podem mudar para 2022 e veremos os incríveis fãs no Albert Park novamente e dar um bom show para eles”, concluiu.
Moto GP e Aberto da Austrália
Os organizadores da MotoGP adiantaram o Grande Prêmio da Malásia em uma semana para preencher a lacuna deixada pela corrida australiana que será em 24 de outubro, além de adicionar uma segunda rodada portuguesa, o Grande Prêmio do Algarve, marcada para 7 de novembro.
Os organizadores da corrida estavam em negociações com as autoridades australianas para um ajuste na política de quarentena, o que tornou as corridas logisticamente impossíveis, uma vez que as equipes de Fórmula 1 e MotoGP estariam competindo em outros países no dia 7 de novembro.
O Ministro dos Esportes de Victoria, na Austrália, Martin Pakula, disse que é possível que a situação já tenha melhorado até outubro, mas o governo não foi capaz de se comprometer com isso agora.
Pakula estava confiante de que a vacinação no país, que tem sido uma das mais lentas do mundo desenvolvido, se acelerasse a ponto de as restrições não impactarem o torneio de tênis do Aberto da Austrália em janeiro.
O Grand Slam foi realizado no início deste ano depois que os jogadores concordaram em ficar em quarentena por duas semanas em hotéis, mas há indicações de que eles não estariam preparados para fazer o mesmo novamente.
“Estou muito confiante de que o Aberto da Austrália acontecerá”, disse Pakula a repórteres.
“Pode não parecer muito, mas esperamos que a diferença entre novembro e janeiro seja bastante profunda.”
*Com informações da Reuters.