Feldman diz que CBF não tem margem de datas para adiar jogos do Brasileirão
Secretário-geral da entidade diz que possível adiamento de partidas pode comprometer a realização total do campeonato
O secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, afirmou neste domingo (27) que a entidade não tem margem de datas para reagendar jogos do Campeonato Brasileiro suspensos por causa de infecções pelo novo coronavírus.
“Temos sido muito rígidos porque se suspendermos partidas vai comprometer a realização total do campeonato”, disse Feldman, em entrevista à CNN.
A questão do adiamento de partidas entrou no centro do debate esportivo brasileiro depois de o Flamengo conseguir liminar, na Justiça Comum, para suspender a partida contra o Palmeiras depois de dezenas de atletas e funcionários testarem positivo para Covid-19.
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“Não permitimos que a partida fosse suspensa, o STJD [Superior Tribunal de Justiça Desportiva] confirmou essa decisão e, aí, eles foram à Justiça comum, à Justiça do Trabalho, que julgou favoravelmente aos trabalhadores do Flamengo, não aos atletas, o que nos parece algo meio enviesado, mas a decisão ainda está na Justiça Federal e podemos ter novas notícias”, disse o secretário-geral.
Em agosto, quando a CBF divulgou o calendário do futebol brasileiro para 2021, chamou atenção o intervalo de apenas quatro dias entre o fim da temporada 2020 e o início dos campeonatos estaduais de 2021 – o que significa que não haverá período para a pré-temporada.
O curto intervalo foi a saída encontrada pela CBF para reorganizar o futebol nacional no próximo ano e evitar impactos no calendário de 2022, ano da próxima Copa do Mundo.
Feldman afirmou ainda que a situação do Flamengo e de Fluminense – que divulgou na tarde de sábado (26) que nove jogadores do elenco principal testaram positivo – são pontos fora da curva em relação aos casos de Covid-19 em clubes brasileiros.
“Há um decréscimo da epidemia no Brasil e no futebol é ainda maior porque há um sistema de segurança muito rígido. Nós imaginamos que não existe um recrudescimento da epidemia dentro do futebol, e sim fatos isolados que serão interpretados.”
Estádios sem torcida
O secretário-geral também afirmou que as partidas de futebol devem continuar sem a presença de públicos por, pelo menos, mais 30 ou 40 dias.
“Em relação à torcida, a decisão é deixar para frente. Vamos reavaliar. Havia uma ideia original de volta da torcida no returno, em 6 de novembro. Nos próximos 30, 40 dias, [não há] nenhuma possibilidade de torcida ter participação efetiva em jogos de futebol”, disse Feldman, em entrevista à CNN.
O comentário do secretário-geral reflete a decisão do dia anterior tomada pela CBF e pelos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro – o Flamengo foi o único a não participar da reunião – de manter o veto à presença de torcedores nos estádios durante a realização do Brasileirão 2020.