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    Exclusivo: Atletas denunciam abusos sexuais de técnicos da natação

    Por três meses, a reportagem da CNN analisou dezenas de documentos de ocorrências policiais e comunicação interna de clubes esportivos nas últimas duas décadas

    José Brito, da CNN, em São Paulo

    Uma série de denúncias de abusos sexuais cometidos por consagrados treinadores de natação contra seus atletas menores de idade com aspirações olímpicas traz à tona décadas de traumas, omissões e investigações mal conduzidas e até encerradas por suspeita de lobby político. Os casos ocorreram nos Estados Unidos e têm desdobramentos no Brasil.

    Por três meses, a reportagem da CNN analisou dezenas de documentos de ocorrências policiais e comunicação interna de clubes esportivos nas últimas duas décadas. Também teve acesso a cartas entre autoridades e analisou denúncias de casos antigos e atuais. Foram entrevistadas vítimas e testemunhas desses supostos crimes com envolvimento de brasileiros. 

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    Sob um mesmo modus operandi, os chamados “treinadores-predadores” teriam mudado de cidade para cidade para evitar consequências legais de seus crimes, o que evidenciaria um manual de como ser um pedófilo no esporte e se aproveitar de uma quase perfeita rede de proteção a abusadores.

    As vítimas descrevem um visível padrão de acobertamento de quem deveria proteger crianças e adolescentes. Também contam que perceberam uma baixa prioridade em apurar os casos denunciados para fiscalizar e prevenir futuros abusos.

    Para entender o tamanho desse escândalo em uma das modalidades esportivas mais populares do mundo, a CNN mergulhou nas dezenas de histórias de abusos sexuais de um país acostumado a ver seus atletas voltarem para casa com medalhas de ouro olímpicas. Hoje, os EUA possuem uma lista pública de quase 200 treinadores banidos por assédio sexual, em um universo de mais de 400 mil membros. As vítimas alegam que esse número deveria ser bem maior. 

    No Brasil, há 24.448 atletas de esportes aquáticos registrados em federações. Desde 2018, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos) contabiliza apenas uma denúncia com relação a abuso ou assédio; ex-nadadores revelam mais casos que estariam desconhecidos das autoridades.