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    Entenda por que os atletas mordem suas medalhas nas Olimpíadas

    Para historiador, ato é tentativa de satisfazer mídia e proporcionar boas fotos; em tom de brincadeira, COI ressalta que objetos não são comestíveis

    Ben Morse, da CNN

    A imagem de um atleta olímpico no topo do pódio após ser vitorioso em sua modalidade com uma medalha entre os dentes é algo icônico. Já vimos isso inúmeras vezes nas Olimpíadas 2020, em uma série de esportes.

    Essa semana, a conta oficial dos Jogos no Twitter lembrou às pessoas que as medalhas não são, de fato, comestíveis. “Queremos apenas confirmar oficialmente que as medalhas # Tokyo2020 não são comestíveis”, disseram os organizadores, em tom de brincadeira.

    “Nossas medalhas são feitas de material reciclado de aparelhos eletrônicos doados pelo público japonês. Então, você não precisa mordê-las… mas sabemos que ainda vão fazer isso.”

    Mas por que atletas vitoriosos decidem comemorar sua coroação fingindo dar uma mordida em suas medalhas de ouro?

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    David Wallechinsky, membro do comitê-executivo da Sociedade Internacional de Historiadores Olímpicos, disse à CNN em 2012 que, provavelmente, é uma tentativa de satisfazer a mídia.

    “Tornou-se uma obsessão para os fotógrafos”, diz Wallechinsky, co-autor de “O livro completo das Olimpíadas”. 

    “Acho que eles veem isso como uma foto icônica, como algo que você provavelmente pode vender. Não acho que seja algo que os atletas provavelmente fariam por conta própria.”

    O fenômeno não é exclusivo das Olimpíadas. O superastro do tênis Rafael Nadal se tornou famoso por parecer que quer tirar uma parte dos troféus que ganha, em particular o Coupe des Mousquetaires – o troféu individual masculino de Roland Garros – que ele já ganhou 13 vezes.

    Mantendo a medalha em segurança

    Atletas vitoriosos em todo o espectro olímpico fazem de tudo para encontrar um lugar para suas medalhas.

    O britânico Tom Daley, que venceu a competição na plataforma 10m sincronizado nos Saltos ornamentais com seu parceiro Matty Lee, na segunda-feira (26), tricotou uma bolsa para manter sua medalha de ouro segura enquanto estava em Tóquio.

    Daley, que começou a fazer crochê durante a pandemia do novo coronavírus, postou no Instagram que havia feito o suporte para “evitar que [a medalha] ficasse arranhada”.

    O ciclista esloveno Primoz Roglic, que ganhou o ouro no contra-relógio individual masculino, admitiu que a própria medalha o surpreendeu.

    “Na verdade, é uma coisa bem pesada, mas é linda. Estou super orgulhoso e feliz”, disse ele à mídia.

    Em 2008, a jogadora de futebol da equipe dos EUA, Christie Rampone, disse ao Tampa Bay Times que sua coleção de medalhas estava escondida entre as panelas e frigideiras em sua casa, pois ela acreditava que seriam os últimos lugares que alguém poderia procurar.

    Durante seus primeiros dias nas Olimpíadas, Michael Phelps criou alguns métodos inovadores para transportar suas medalhas.

    Em entrevista ao “60 minutes” com Anderson Cooper (em inglês) em 2012, Phelps disse que manteve suas oito medalhas de ouro dos Jogos de Pequim de 2008 em um estojo de maquiagem embrulhado em uma camiseta cinza.

    Visto que ele é o atleta olímpico mais condecorado de todos os tempos, com um total de 28 medalhas, Phelps possivelmente teve que adotar um novo método para abrigá-las.

    No entanto, nem todos os atletas guardaram suas lembranças olímpicas.

    O boxeador Wladimir Klitschko disse à CNN que vendeu a medalha de ouro que ganhou nos Jogos de Atlanta de 1996 por US$ 1 milhão, direcionando o valor para a fundação Irmãos Klitschko – uma instituição de caridade criada por ele e seu irmão Vitali para ajudar crianças pobres em sua nação natal, a Ucrânia.

    “Nos preocupamos com a educação e o esporte, que é a chave na vida de qualquer criança”, disse Wladimir.

    “Se eles têm conhecimento, podem ter sucesso com isso na vida adulta e o esporte lhes dá as regras – como respeitar o adversário, como respeitar as regras. É sempre assim na vida, você cai, mas tem que se levantar, e o esporte te dá essa grande lição.”

    O nadador norte-americano Anthony Ervin leiloou sua medalha de ouro olímpica de 2000 no eBay para ajudar os sobreviventes do tsunami de 2004 no Oceano Índico.

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