Elaine Thompson-Herah lidera pódio jamaicano com recorde olímpico nos 100m
Velocista conquistou bicampeonato olímpico com tempo de 10s61, segunda melhor marca feminina na história – atrás apenas do recorde mundial da prova


Elaine Thompson-Herah conquistou o bicampeonato olímpico dos 100 metros rasos e liderou o pódio inteiro da Jamaica na final da prova nas Olimpíadas de 2020, neste sábado (31), marcando incríveis 10,61 segundos para se tornar a segunda mulher mais rápida da história.
Shelly-Ann Fraser-Pryce, que buscava o terceiro ouro no evento, levou a prata com 10s74, e Shericka Jackson ficou em terceiro com 10s76 no Estádio Olímpico de Tóquio.
O recorde olímpico de Thompson-Herah só é superado pelo recorde mundial de Florence Griffith-Joyner de 1988, com 10s49 – a americana também tem uma marca de 10s61 em sua carreira. O recorde olímpico também era de Griffith-Joyner, com 10s62, conquistado no mesmo ano de 1988.
Fraser-Pryce, de 34 anos, ficou um tempo fora do esporte para ter um bebê, mas chegou a Tóquio com um tempo impressionante de 10s63 – o tempo mais rápido deste ano.
Ela começou a corrida com força, ficando à frente das outras corredoras, mas Thompson-Herah a alcançou e depois que a dupla correu um trecho lado a lado, foi esta última quem saiu na frente com cerca de 40 metros restantes.
“No mês passado, não achei que estaria aqui para defender meu título. Por trás desse sorriso e do recorde olímpico, estou super nervosa”, disse ela, referindo-se aos persistentes problemas com lesões em 2018 e 2019.
“Mas eu estou aqui falando comigo mesmo, ‘você já fez isso antes, você estava aqui antes’”, completou. “Não há mais nada a provar. Já passei por muitos altos e baixos.”
Thompson-Herah, usando uma faixa brilhante na cabeça, começou a comemorar antes de cruzar a linha com a mão esquerda levantada e continuou sua corrida por alguns metros antes de deitar na pista em celebração.
“Eu sabia que tinha isso em mim (recorde olímpico), mas obviamente tive meus altos e baixos com lesões”, disse ela. “Tenho mantido a fé o tempo todo. É incrível (…) Acho que poderia ter ido mais rápido se não estivesse apontado e comemorando cedo. Eu queria mostrar que há mais coisas pela frente, então espero que um dia eu consiga liberar isso.”

Os organizadores contribuíram para o clima no Estádio Olímpico de Tóquio apagando as luzes e iluminando o trecho de 100m da pista antes de apresentar as oito velocistas.
Seis delas terminaram com menos de 11 segundos em uma corrida alucinante, destacando o impacto da nova tecnologia de calçados.
Fraser-Pryce, que procurava aumentar suas vitórias olímpicas na prova de 100m – ela foi ouro na prova em 2008 e 2012 –, fez o tempo de 10s73 e foi a mais rápida nas semifinais, mas não conseguiu melhorar essa marca.
“Para representar a maneira que eu fiz, é realmente notável, é minha quarta Olimpíada, e é apenas sobre estar comprometida e trabalhar duro”, disse Fraser-Pryce.
“Eu definitivamente tenho que agradecer a Elaine por ter superado e também quebrado o recorde olímpico – isso é definitivamente importante e muito bom para a Jamaica – e Shericka também – terminar em terceiro, fala do legado que temos em termos de corrida na Jamaica e estou muito feliz por fazer parte disso.”