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    CPI da Chapecoense define datas para depoimentos de ex e atual presidente

    Nei Roque Mohr e Plínio David de Nes Filho devem explicar no Senado o acordo que previa o pagamento de indenização às famílias das vítimas do acidente aéreo em 2016

    Foram registradas 71 mortes no acidente aéreo com a equipe da Chapecoense em novembro de 2016
    Foram registradas 71 mortes no acidente aéreo com a equipe da Chapecoense em novembro de 2016 GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO/

    Douglas PortoGabrielle Varelada CNN

    em São Paulo e Brasília

    A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Chapecoense no Senado Federal definiu, nesta quarta-feira (9), que os depoimentos do presidente do clube, Nei Roque Mohr, e do ex-presidente Plínio David de Nes Filho, serão em 17 de fevereiro, a partir das 10h30.

    No dia 24 de fevereiro, também às 10h30, serão ouvidos um representante da Petrobras e o presidente da Tokyo Marine Brasil Seguradora, José Adalberto Ferrara.

    Os “cartolas” devem comparecer para explicar por que um acordo que previa o pagamento de indenizações trabalhistas às famílias das vítimas do acidente aéreo, ocorrido em novembro de 2016, com 71 mortos, não está sendo cumprido. Os pedidos são assinados pelo relator da CPI, senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

    Segundo informado à CNN, o valor gasto mensalmente com as indenizações está em torno de R$ 480 mil mensais e o último pagamento foi realizado em janeiro deste ano. A previsão do clube é de pagar ainda mais de R$ 22 milhões para as famílias pelo menos até 2028.

    O pedido de recuperação judicial da Chapecoense foi anunciado pela diretoria em 4 de fevereiro. Segundo comunicado, a medida tem como objetivo assegurar a continuidade do clube, jurídica e financeiramente”.

    De acordo com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), o pedido foi protocolado no dia 24 de janeiro, e o deferimento aconteceu em 3 de fevereiro, na 1ª Vara Cível da comarca de Chapecó.

    “Nós pretendemos, dentro dos próximos 60 dias, apresentar um plano de pagamento e começar a discussão com os credores e até o final do ano a gente imagina estar com essa situação resolvida (…). A Chapecoense exauriu tudo que podia fazer para tentar acomodar esse passivo, mas chegou em um momento em que ou a gente iria por esse caminho ou as consequências seriam muito mais graves”, pontuou a diretoria na ocasião.

    De acordo com a defesa da Chapecoense, o total da dívida em valores arredondados é de R$ 80 milhões. “Obvio que essa dívida é maior, isso está anulado o passivo tributário, e mais ações que não foram liquidadas. A dívida está listada como ação mas não sabemos o valor nem estimar, podemos estar falando de 120, 150, 180 milhões, sem exagero”, pontuaram. São mais de 800 credores listados, segundo o TJSC.

    Em 2017, no início da reconstrução, o clube recebeu mais de R$ 28 milhões em incrementos de receitas vindas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de sócios-torcedores, doações, amistosos e outros fundos.

    Segundo Ilan Bortoluzzi Nazário, ex-vice-presidente jurídico da Chapecoense, em novembro do ano passado, “ao cair para a [Série] B em 2019, nosso faturamento diminuiu em mais de 50%. Desde então a gente vende o almoço para comer a janta. Os problemas de fluxo de caixa são graves”,

    A Chapecoense foi novamente rebaixada no Campeonato Brasileiro de 2021 e irá disputar a segunda divisão neste ano, o que irá afetar a entrada de dinheiro no caixa do time.

    Conforme o TJSC, a decisão judicial “garante que, pelos próximos 180 dias, fiquem suspensas as execuções ajuizadas contra o time e proibida qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor”.

    (*Com informações de Giulia Alecrim, Tiago Tortella e Leandro Iamim, da CNN)