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    Covid-19: Após recorde em Tóquio, Japão alerta para infecções sem precedentes

    Variante Delta leva a disseminação do novo coronavírus 'nunca vista no passado' no país; autoridades dizem não haver ligação direta com as Olimpíadas

    Japonesa faz triagem para ser vacinada contra Covid-19; país registra recorde de casos
    Japonesa faz triagem para ser vacinada contra Covid-19; país registra recorde de casos Foto: Stanislav Kogiku - 2.ago.2021/Pool Photo via AP

    O Japão alertou nesta quarta-feira (4) que as infecções pelo novo coronavírus aumentam em um ritmo sem precedentes, à medida que novos casos atingem um recorde em Tóquio, ofuscando as Olimpíadas e aumentando as dúvidas sobre a forma como o governo lida com a pandemia.

    A variante Delta leva a uma disseminação de infecções “nunca vistas no passado”, disse o ministro da Saúde, Norihisa Tamura, enquanto defende uma nova política de pedir aos pacientes com sintomas mais brandos que se isolem em casa em vez de ir para hospitais.

    “A pandemia entrou em uma nova fase… A menos que tenhamos leitos suficientes, não podemos levar as pessoas ao hospital. Estamos agindo preventivamente nesta frente”, disse Tamura ao Parlamento japonês.

    Ele sinalizou a chance de reverter a política, já que a decisão de pedir a alguns doentes que fiquem em casa atraiu críticas de especialistas médicos por colocar vidas em risco.

    “Se as coisas não saírem como esperamos, podemos reverter a política”, disse Tamura, acrescentando que a mudança na política foi um movimento para lidar com a disseminação rápida e inesperada da variante.

    O Japão viu um aumento acentuado nos casos de Covid-19. Tóquio registrou um recorde de 4.166 novos casos nesta quarta-feira. Em todo o país, os casos recém-notificados totalizaram um novo recorde de mais de 14.200, de acordo com a emissora pública NHK.

    O primeiro-ministro Yoshihide Suga disse na segunda-feira (2) que apenas os pacientes de Covid-19 que estavam gravemente doentes e em risco de adoecimento seriam hospitalizados, enquanto outros deveriam se isolar em casa, uma mudança na política que alguns temem que leve a um aumento no número de mortes.

    Autoridades do Partido Liberal Democrata, no poder, concordaram em tentar mudar a orientação, informou a agência de notícias Jiji nesta quarta-feira, juntando-se a apelos semelhantes feitos por legisladores da oposição.

    Em resposta às críticas, Suga disse a repórteres que a nova política de hospitalização visava regiões com um aumento nos casos de Covid-19, como Tóquio, e não era uniforme em todo o país. “Vamos explicar detalhadamente nossa política e buscar a compreensão do público”, disse ele.

    Com máscaras de proteção, japoneses caminham por rua de Tóquio
    Com máscaras de proteção, japoneses caminham por rua de Tóquio
    Foto: Koji Sasahara – 28.jul.2021/AP

    O clamor é outro revés para Suga, que viu o apoio despencar em relação ao tratamento da pandemia antes das eleições gerais a serem realizadas este ano.

    As pesquisas mostram que muitos japoneses se opõem à realização das Olimpíadas, enquanto o país fica aquém dos esforços para conter a pandemia e vacinar a população.

    Suga e os organizadores das Olimpíadas disseram que não há ligação entre os Jogos – iniciados em 23 de julho e com conclusão marcada para 8 de agosto – e o aumento de casos.

    Mas o conselheiro médico Shigeru Omi disse ao Parlamento que organizar os Jogos pode ter afetado o sentimento público e corroído o impacto dos pedidos do governo para que as pessoas ficassem em casa.

    A imposição de um estado de emergência em todo o país pode ser uma opção para lidar com a pandemia, disse ele. Já existem estados de emergência em várias prefeituras, bem como em Tóquio.

    A NHK informou que o governo expandiria as medidas de quase emergência para cobrir mais regiões do país.

    “Os líderes políticos estão enviando mensagens ao público com seriedade, mas provavelmente não com a força e consistência esperadas”, disse Omi. “Estamos vendo os clusters COVID-19 emergirem de forma mais ampla, incluindo em escolas e escritórios.”