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    Casos recentes mostram que o esporte ainda não superou o racismo

    Acusação de Neymar a zagueiro reacende debate

    da CNN

    Casos recorrentes mostram que o esporte ainda não superou o preconceito. Seja no futebol, vôlei ou outra modalidade, os negros são insultados por torcedores e pelos próprios colegas.

    O mais recente envolveu o atacante Neymar, do PSG, que acusou o zagueiro espanhol Álvaro González, do Olympique de Marseille, de racismo por tê-lo chamado de “macaco”, em partida entre as duas equipes pela terceira rodada do campeonato francês de futebol, a Ligue 1. O brasileiro reagiu dando um tapa na cabeça do rival e foi expulso.

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    Casos recentes mostram que o esporte ainda não superou o racismo (20.set.2020)
    Foto: Reprodução/CNN

    De 2014 a 2019, houve um aumento de 235% no número de casos de preconceito envolvendo jogadores de futebol brasileiros no país, segundo relatório desenvolvido pela Rede Observatórios da Discriminação Racial.

    O documento aponta que, no exterior, os ataques também não são incomuns: só no ano passado, 18 jogadores brasileiros disseram que sofreram ataques por conta da cor da pele. 

    “Os atletas muitas vezes denunciam o caso dentro de campo, de cabeça quente mas, quando vão para o vestiário, já não querem mais falar. Muitas vezes, eles não denunciam o caso à justiça, não fazem nada”, disse o diretor do Observatório Racismo no Futebol, Marcelo Carvalho, à CNN

    Em 2012, o jogador de vôlei Wallace Souza foi chamado de “macaco” por uma torcedora na arquibancada durante uma partida entre Cruzeiro e Minas Gerais. “Essa coisa tem que ser realmente banida, é inaceitável ter esse tipo de ação em pleno século 21”, desabafou.

    Em 2015, o ginasta Angelo Assumpção foi alvo dos próprios colegas, dias depois de ganhar o ouro na prova de salto da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica Artística. Os três agressores foram suspensos. “Ser vítima do racismo, a gente paga muito caro. Eu entrei em depressão, fiquei dois anos muito doente com tudo isso”, conta.

    Depois de ser demitido após uma auditoria no ano passado ter apontado prática de assédio moral e racismo de treinadores contra ginastas no clube Pinheiros, hoje, o atleta treina sozinho em casa e busca patrocínio e clube para voltar a competir.

    “Minha mãe sempre deixou muito claro: ‘se você quer fazer algo muito bem na vida, não adianta fazer igual, tem que ser três vezes melhor, porque você é negro, e a sociedade te olha desse jeito”.

    (Edição de texto: Sinara Peixoto)

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