Campeã olímpica, Rebeca diz que suas conquistas já inspiram muitas pessoas
Brasileira deixa Tóquio com marcas históricas e duas medalhas: “estou fazendo a diferença”
A brasileira Rebeca Andrade encerrou nesta segunda-feira (2) sua participação na ginástica artística das Olimpíadas 2020, onde se consagrou ao ganhar as medalhas de ouro no salto e a prata no individual geral. Em sua última decisão, no solo, ela terminou com a quinta posição e agora se prepara para retornar ao Brasil carregando um novo status.
À TV Globo, ela disse não saber exatamente como chegará ao país, mas afirmou estar feliz por mais pessoas conhecerem a ginástica artística e também a sua própria história.
Tive conquistas inéditas que vão inspirar, e já estão inspirando, muitas pessoas. Estou fazendo a diferença, assim como as pessoas que vieram antes inspiraram.
Rebeca Andrade, à TV Globo
Em Tóquio, Rebeca Andrade alcançou marcas históricas: foi a primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha – e o ouro – nos Jogos Olímpicos; subiu ao pódio, de forma inédita para os ginastas do país, na prova do individual geral; e também se tornou a primeira brasileira da ginástica – e a primeira mulher, entre todas as modalidades – a ganhar mais de uma medalha em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos.
“Estou muito feliz e grata com todas as apresentações, desde o primeiro dia, e por ter finalizado tão bem agora com o solo. Ter levado mais alegria ainda para o Brasil, para todas as pessoas que acreditaram no meu talento, e para as que me conheceram agora também. Repercutiu e inspirou tantas pessoas. Não tem outra coisa que não seja gratidão,” festejou.
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Representante do funk no mundo
Na final do solo, Rebeca fez novamente a sua apresentação ao som de “Baile de Favela”, de MC João, eternizando o hit funk nas finais da ginástica artística nas Olimpíadas – ele já havia aparecido na decisão do individual geral, onde ela foi prata.
A brasileira, que antes se apresentava ao som de “Single Ladies”, de Beyoncé, lembrou que a ideia de utilizar o funk partiu de seu coreógrafo, Rhony Ferreira. “Ele trouxe a música, e fizemos juntos a coreografia. Saí da Beyoncé, de quem sou fã, e fui para o Baile de Favela. Deu super match, e está sendo esse sucesso aí,
É a cultura brasileira. Muita gente se inspira e foi o que eu quis trazer pra cá. Para mim é um prazer eu ser a representante do funk para o mundo.
Rebeca Andrade, ao Olimpíada Todo Dia
“Está sendo incrível. Sou preta, e quero representar todas as cores. Os pretos, brancos, todas elas. No esporte, você tem que representar todo mundo. As pessoas querem ser você, serem parecidas com você. Eu acredito que eu tenha feito isso, trazendo essa música para cá”, acrescentou. “Eu adoro funk, as batidas são demais! Fico feliz em saber que todo mundo gostou e que deu repercussão.”
“Sou muito grata por tudo que fiz aqui”
Na final do solo, a brasileira ficou com a quinta posição, com a nota de 14.033. Ela ficou atrás de Jade Carey (Estados Unidos, 14.366) e Vanessa Ferrari (Itália, 14.200), que receberam as medalhas de ouro e prata, e das ginastas Mai Murakami (Japão) e Angelina Melnikova (Comitê Olímpico Russo) – ambas receberam o bronze por terem atingido 14.166.
Durante as Olimpíadas de Tóquio, Rebeca conseguiu 14.066 como melhor nota, durante o classificatório. Nesta segunda, ela recebeu a penalização de 0.1 por pisar fora do tablado em uma aterrissagem, mas a punição não foi determinante para que ela ficasse fora do pódio. Segundo Rebeca, o erro não ocorreu em decorrência de um eventual nervosismo.
“Durante a competição, eu acho que eu fico muito bem. Quando acontece um erro de sair do solo, de ter que dar um passo, são coisas necessárias. Porque ou você sai, ou você cai. Se você cair de bunda, você perde um ponto. Você tem que buscar fazer o seu melhor. Eu fiz o meu melhor hoje, e na classificatória também”,ressaltou, ao canal Bandsports.
Estou com o sorriso de orelha a orelha, muito grata por tudo que fiz desde o primeiro dia de competição.
Rebeca Andrade, ao Bandsports
A brasileira também comentou sobre o desempenho, na final do solo, das rivais Jade Carey e Vanessa Ferrari – respectivamente, medalhas de ouro e prata. A prova marcou a redenção da norte-americana; no dia anterior, ela cometeu um erro em seu primeiro salto e ficou fora do pódio em uma prova na qual chegou como favorita. A italiana, por sua vez, competiu em sua quarta Olimpíada e nunca havia chegado ao pódio – ela ficou em quarto lugar no solo em Londres-2012 e no Rio-2016.
“A Vanessa sempre ficava em quarto lugar e hoje está com a medalha no peito. Fico muito feliz por ela, é como se eu tivesse ganhado. A Jade também. Quando eu vi a série dela, pensei que ela merecia. Eu a conheci em algumas Copas do Mundo, é uma menina incrível e merecia muito. Todas que estavam aqui mereciam”, disse, à Globo.
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