Campeã olímpica, Rebeca diz que suas conquistas já inspiram muitas pessoas
Brasileira deixa Tóquio com marcas históricas e duas medalhas: “estou fazendo a diferença”


A brasileira Rebeca Andrade encerrou nesta segunda-feira (2) sua participação na ginástica artística das Olimpíadas 2020, onde se consagrou ao ganhar as medalhas de ouro no salto e a prata no individual geral. Em sua última decisão, no solo, ela terminou com a quinta posição e agora se prepara para retornar ao Brasil carregando um novo status.
À TV Globo, ela disse não saber exatamente como chegará ao país, mas afirmou estar feliz por mais pessoas conhecerem a ginástica artística e também a sua própria história.
Tive conquistas inéditas que vão inspirar, e já estão inspirando, muitas pessoas. Estou fazendo a diferença, assim como as pessoas que vieram antes inspiraram.
Rebeca Andrade, à TV Globo
Em Tóquio, Rebeca Andrade alcançou marcas históricas: foi a primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha – e o ouro – nos Jogos Olímpicos; subiu ao pódio, de forma inédita para os ginastas do país, na prova do individual geral; e também se tornou a primeira brasileira da ginástica – e a primeira mulher, entre todas as modalidades – a ganhar mais de uma medalha em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos.
“Estou muito feliz e grata com todas as apresentações, desde o primeiro dia, e por ter finalizado tão bem agora com o solo. Ter levado mais alegria ainda para o Brasil, para todas as pessoas que acreditaram no meu talento, e para as que me conheceram agora também. Repercutiu e inspirou tantas pessoas. Não tem outra coisa que não seja gratidão,” festejou.
- 1 de 12
Rebeca Andrade fez duas boas apresentações e levou o ouro na final do salto • Natacha Pisarenko - 1.ago.2021/AP
- 2 de 12
Com 6.000 pontos de dificuldade, 9.266 de execução e apenas 0,1 de desconto, primeiro salto de Rebeca foi o segundo melhor da final • Jeff Roberson - 1.ago.2021/AP
- 3 de 12
Com dificuldade um pouco menor, segundo salto rendeu nota 15.000 para Rebeca, com média de 15.083 • Jeff Roberson - 1.ago.2021/AP
-
- 4 de 12
Rebeca foi a única atleta a conseguir nota acima de 15.000 nos dois saltos da final • Jeff Roberson - 1.ago.2021/AP
- 5 de 12
Rebeca Andrade conclui apresentação na final do salto na ginástica artística • Natacha Pisarenko - 1.ago.2021/AP
- 6 de 12
Aos 22 anos, ela passou por uma série de lesões antes de garantir sua classificação para Tóquio • Lisi Niesner - 1.ago.2021/Reuters
-
- 7 de 12
Após dois saltos bem executados, Rebeca Andrade cumprimenta seu treinador • Natacha Pisarenko - 1.ago.2021/AP
- 8 de 12
Rebeca se emociona após salto de atleta russa que encerrou competição e garantiu seu ouro • Natacha Pisarenko - 1.ago.2021/AP
- 9 de 12
Depois de conquistar a prata na final individual geral, Rebeca fez história e levou o ouro no salto • Natacha Pisarenko - 1.ago.2021/AP
-
- 10 de 12
Salto da vitória: Rebeca pula de alegria com a confirmação de que venceu final individual em Tóquio • Gregory Bull - 1.ago2021/AP
- 11 de 12
Rebeca Andrade fez duas boas apresentações e levou o ouro na final do salto • Natacha Pisarenko - 1.ago.2021/AP
- 12 de 12
Além de Rebeca, pódio do salto teve atleta sul-coreana e norte-americana (D) • Miriam Jeske - 1.ago.2021/COB
-
Representante do funk no mundo
Na final do solo, Rebeca fez novamente a sua apresentação ao som de “Baile de Favela”, de MC João, eternizando o hit funk nas finais da ginástica artística nas Olimpíadas – ele já havia aparecido na decisão do individual geral, onde ela foi prata.
A brasileira, que antes se apresentava ao som de “Single Ladies”, de Beyoncé, lembrou que a ideia de utilizar o funk partiu de seu coreógrafo, Rhony Ferreira. “Ele trouxe a música, e fizemos juntos a coreografia. Saí da Beyoncé, de quem sou fã, e fui para o Baile de Favela. Deu super match, e está sendo esse sucesso aí,
É a cultura brasileira. Muita gente se inspira e foi o que eu quis trazer pra cá. Para mim é um prazer eu ser a representante do funk para o mundo.
Rebeca Andrade, ao Olimpíada Todo Dia
“Está sendo incrível. Sou preta, e quero representar todas as cores. Os pretos, brancos, todas elas. No esporte, você tem que representar todo mundo. As pessoas querem ser você, serem parecidas com você. Eu acredito que eu tenha feito isso, trazendo essa música para cá”, acrescentou. “Eu adoro funk, as batidas são demais! Fico feliz em saber que todo mundo gostou e que deu repercussão.”
“Sou muito grata por tudo que fiz aqui”
Na final do solo, a brasileira ficou com a quinta posição, com a nota de 14.033. Ela ficou atrás de Jade Carey (Estados Unidos, 14.366) e Vanessa Ferrari (Itália, 14.200), que receberam as medalhas de ouro e prata, e das ginastas Mai Murakami (Japão) e Angelina Melnikova (Comitê Olímpico Russo) – ambas receberam o bronze por terem atingido 14.166.
Durante as Olimpíadas de Tóquio, Rebeca conseguiu 14.066 como melhor nota, durante o classificatório. Nesta segunda, ela recebeu a penalização de 0.1 por pisar fora do tablado em uma aterrissagem, mas a punição não foi determinante para que ela ficasse fora do pódio. Segundo Rebeca, o erro não ocorreu em decorrência de um eventual nervosismo.
“Durante a competição, eu acho que eu fico muito bem. Quando acontece um erro de sair do solo, de ter que dar um passo, são coisas necessárias. Porque ou você sai, ou você cai. Se você cair de bunda, você perde um ponto. Você tem que buscar fazer o seu melhor. Eu fiz o meu melhor hoje, e na classificatória também”,ressaltou, ao canal Bandsports.
Estou com o sorriso de orelha a orelha, muito grata por tudo que fiz desde o primeiro dia de competição.
Rebeca Andrade, ao Bandsports
A brasileira também comentou sobre o desempenho, na final do solo, das rivais Jade Carey e Vanessa Ferrari – respectivamente, medalhas de ouro e prata. A prova marcou a redenção da norte-americana; no dia anterior, ela cometeu um erro em seu primeiro salto e ficou fora do pódio em uma prova na qual chegou como favorita. A italiana, por sua vez, competiu em sua quarta Olimpíada e nunca havia chegado ao pódio – ela ficou em quarto lugar no solo em Londres-2012 e no Rio-2016.
“A Vanessa sempre ficava em quarto lugar e hoje está com a medalha no peito. Fico muito feliz por ela, é como se eu tivesse ganhado. A Jade também. Quando eu vi a série dela, pensei que ela merecia. Eu a conheci em algumas Copas do Mundo, é uma menina incrível e merecia muito. Todas que estavam aqui mereciam”, disse, à Globo.
- 1 de 21
Italo Ferreira conquistou o primeiro ouro do Brasil nas Olimpíadas 2020 na disputa do surfe. Veja os outros medalhistas do país • Lisi Niesner/Reuters
- 2 de 21
Rebeca Andrade fez duas boas apresentações e levou o ouro na final do salto • Laurence Griffiths/Getty Images
- 3 de 21
Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram a medalha de ouro na classe 49erFX da vela • Carlos Barria/Reuters
-
- 4 de 21
Ana Marcela Cunha conquistou o ouro para o Brasil na maratona aquática feminina • Jonne Roriz/COB
- 5 de 21
Isaquias Queiroz venceu a prova da canoagem C1 1.000 m • Adam Pretty/Getty Images
- 6 de 21
Hebert Conceição exibe orgulhoso a medalha de ouro conquistada no boxe • Wander Roberto/COB
-
- 7 de 21
Jogadores do Brasil comemoram conquista do ouro olímpico no futebol masculino • Clive Mason/Getty Images
- 8 de 21
Kelvin Hoefler conquistou a primeira medalha do Brasil nas Olimpíadas 2020, ganhando a prata no skate street • Toby Melville/Reuters
- 9 de 21
O skate brasileiro levou outra prata com Rayssa Leal, de apenas 13 anos, também na categoria street • Wander Roberto/COB
-
- 10 de 21
Pedro Barros conquistou mais uma prata para o skate brasileiro, desta vez na categoria park • Gaspar Nóbrega/COB
- 11 de 21
Rebeca Andrade também conquistou a prata na ginástica artística individual geral - a primeira medalha do Brasil na prova • Laurence Griffiths/Getty Images
- 12 de 21
Na categoria peso-leve do boxe feminino, brasileira Bia Ferreira acabou derrotada pela irlandesa Kellie Harrington e ficou com a medalha de prata • Jonne Roriz/COB
-
- 13 de 21
Brasil ficou com a medalha de prata no vôlei feminino, após a derrota para os Estados Unidos • Gaspar Nóbrega/COB
- 14 de 21
Daniel Cargnin comemora a medalha de bronze na categoria até 66kg, 1ª do judô brasileiro em Tóquio • Gaspar Nóbrega/COB
- 15 de 21
Mayra Aguiar, do judô, conquistou seu terceiro bronze em Olimpíadas ao ficar em terceiro na categoria até 78 kg • Sergio Perez/Reuters
-
- 16 de 21
Fernando Scheffer ganhou um bronze para a natação brasileira, na prova dos 200 m livre das Olimpíadas 2020 • CBDA/Divulgação
- 17 de 21
Laura Pigossi (E) e Luisa Stefani durante cerimônia de premiação do tênis por duplas • Wander Roberto/COB
- 18 de 21
Nos 50 metros livre da natação masculina, brasileiro Brumo Fratus conseguiu a medalha de bronze • Jonne Roriz/COB
-
- 19 de 21
No pódio, Alison dos Santos mostra o bronze conquistado nos 400m com barreiras • Gaspar Nóbrega/COB
- 20 de 21
Abner Teixeira ficou com bronze nos peso-pesado (91kg) no boxe • Jonne Roriz/COB
- 21 de 21
Thiago Braz saltou 5,87m – sua melhor marca do ano – e garantiu medalha de bronze • Júlio César Guimarães/COB
-