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    Caboclo se diz ‘inconformado’ com a não recondução à presidência da CBF

    Conselho de Ética da entidade negou, na noite de sexta-feira (2), o pedido para reconduzir Caboclo ao cargo e ainda prorrogou por mais 60 dias seu afastamento

    Presidente da CBF, Rogério Caboclo
    Presidente da CBF, Rogério Caboclo Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

    Camille Couto, da CNN Brasil

     

    O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, recebeu com “inconformismo e indignação” a decisão do Conselho de Ética da entidade que negou, na noite de sexta-feira (2), o pedido para reconduzi-lo ao cargo e ainda prorrogou por mais 60 dias seu afastamento.

    O afastamento foi determinado após Caboclo ser denunciado por uma funcionária da entidade por assédio sexual e moral.

    “Este é mais um episódio do inédito golpe orquestrado e comandado pelo ex-presidente Marco Polo Del Nero, banido do futebol, por meio de aliados na confederação”, diz a nota enviada à imprensa neste domingo (4). Del Nero foi presidente da CBF e, segundo Caboclo, tem interesse em voltar ao comando da entidade.

    “Conforme foi amplamente noticiado pela imprensa, membros da Comissão de Ética têm fortes ligações com Del Nero. Eles recebem salários bem acima da média de mercado e são demissíveis pela diretoria da CBF, que também é formada, na maioria, por fiéis aliados nomeados pelo dirigente banido do futebol e investigado pelo Ministério Público Federal”, diz a nota.

    Nesta semana, Caboclo acusou Del Nero de ter oferecido R$ 12 milhões em troca do silêncio da funcionária que denunciou o caso de assédio sexual e moral praticado pelo presidente afastado da CBF. A denúncia formal foi apresentada na Comissão de Ética da CBF e na Diretoria de Governança e Conformidade, no dia 4 de junho.

    Procurado, Del Nero não respondeu ao pedido de entrevista da CNN. Já a CBF disse que não vai se pronunciar, pois o caso está sendo investigado pelo Conselho de Ética. 

    O Conselho de Ética, por sua vez, afirmou que não pode dar informações “em respeito ao inviolável sigilo”.

    Leia a nota de Caboclo na íntegra:

    O presidente da CBF, Rogério Caboclo, recebe com inconformismo e indignação a decisão do Conselho de Ética da entidade que negou, na noite deste sábado, o pedido de sua defesa para reconduzi-lo ao cargo e ainda prorrogou por mais 60 dias seu afastamento.

    Este é mais um episódio do inédito golpe orquestrado e comandado pelo ex-presidente Marco Polo Del Nero, banido do futebol, por meio de aliados na confederação.Conforme foi amplamente noticiado pela imprensa, membros da Comissão de Ética têm fortes ligações com Del Nero. Eles recebem salários bem acima da média de mercado e são demissíveis pela diretoria da CBF, que também é formada, na maioria, por fiéis aliados nomeados pelo dirigente banido do futebol e investigado pelo Ministério Público Federal.

    Durante esta semana, Caboclo provou que foi Del Nero quem apresentou proposta de próprio punho de R$ 12 milhões em troca do silêncio da funcionária que o acusa de assédio.Rogério Caboclo sequer foi ouvido sobre as acusações que lhe são imputadas. Isso demonstra claramente que foi montada uma espécie de tribunal de exceção para impedir que ele retorne ao cargo que lhe foi arrancado de forma arbitrária e ilegal.

    Coincidentemente a decisão da Comissão de Ética é idêntica à nula decisão definida pela reunião de diretoria, na última quinta-feira, e que não surtiria nenhum efeito por ser absolutamente ilegal e antiestatutária.

    Trata-se de mais uma decisão desesperada, tomada num fim de semana, para tentar evitar a volta de Caboclo ao cargo para o qual foi eleito com 96% dos votos.

    Importante dizer que não consta entre as várias atribuições da Comissão de Ética o afastamento do presidente, conforme corrobora parecer do ilustre jurista Fábio Ulhoa Coelho.

    “A diretoria da CBF não tem competência para afastar o presidente da entidade em nenhuma hipótese, seja em caráter preventivo ou definitivo, mesmo que considere ter havido infração contra disposição estatutária ou regulamentar”, diz o parecer. “O único órgão com poderes para este ato é a Assembleia Geral Administrativa.”

    O presidente da CBF apresentará sua defesa no prazo legal e com fartas provas e inúmeros notáveis pareceres de sua inocência.