Brasil quebra recorde de medalhas nas Olimpíadas de 2020
Com seleção feminina na final do vôlei, delegação brasileira supera o número de conquistas dos Jogos do Rio em 2016 e ainda pode comemorar mais resultados
O Brasil quebrou o recorde de medalhas em uma edição dos Jogos Olímpicos. Com a classificação da seleção feminina de vôlei para a final, a delegação do país soma agora 20 medalhas garantidas nas Olimpíadas de 2020, uma a mais que as de 19 do Rio-2016.

O Brasil possui quatro ouros, quatro pratas e oito bronzes no quadro de medalhas. Além disso, tem outros quatro pódios garantidos – um no vôlei, outro no futebol e dois no boxe. Assim como no vôlei feminino, a seleção brasileira está final do futebol masculino, o que assegura ao menos a prata, mesma situação de Bia Ferreira e Hebert Conceição no boxe.
A marca foi atingida com predominância de modalidades individuais e com uma delegação menor que a de 2016. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) enviou 302 atletas a Tóquio, contra os 465 inscritos na edição disputada no Rio – o fato de ter sido sede dos Jogos justifica a quantidade maior na ocasião
A quantidade de pódios pode crescer ainda mais até o encerramento das Olimpíadas de 2020, neste fim de semana, e o desfecho de esportes como a canoagem.
Em relação às medalhas de ouro, falta uma para igualar a quantidade de Atenas-2004 – recorde em edições no exterior – e restam três para se equiparar às sete do Rio – recorde geral.
Apesar de ter conquistado mais medalhas com menos atletas do que no Rio, o Brasil tem dificuldade para alcançar no quadro de classificação o lugar equivalente ao tamanho de sua delegação. O país reúne o 12.º maior conjunto de atletas no Japão, mas tem ficado mais atrás no quadro de medalhas.
Se conquistar mais ouros, o Brasil também pode alcançar a melhor posição na história das Olimpíadas. O 13.º lugar no Rio, cinco anos atrás, é a colocação mais alta do país até hoje. A disputa para superar esse desempenho em Tóquio envolve países como Canadá, Cuba e Hungria.
Novidades, surfe e skate impulsionam o Brasil
Disputados pela primeira vez nas Olimpíadas, o surfe e o skate ajudaram o Brasil a engordar seu quadro de medalhas. Apesar de algumas frustrações, como a do surfista Gabriel Medina, que ficou em quarto lugar, as duas modalidades renderam quatro pódios à delegação brasileira.
Ítalo Ferreira ficou com o ouro no surfe. No skate, saíram três pratas: no park, para Pedro Barros; no street, Rayssa Leal levou a prata e se tornou, aos 13 anos, a medalhista mais jovem da história do país. Na mesma modalidade, Kelvin Hoefler também faturou a prata.
Os dois novos esportes ajudaram a compensar desempenhos ruins como o do vôlei de praia do Brasil, que ficou sem medalha pela primeira vez.
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Italo Ferreira conquistou o primeiro ouro do Brasil nas Olimpíadas 2020 no surfe • Francisco Seco - 27.jul.2021/AP
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Kelvin Hoefler conquistou a primeira medalha do Brasil nas Olimpíadas 2020, ganhando a prata no skate street • Ben Curtis - 25.jul.2021/AP
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Rayssa Leal, medalhista de prata no skate street das Olimpíadas 2020 • Wander Roberto - 26.jul.2021/COB
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Pedro Barros garantiu a prata no skate park – 19ª medalha do país nos Jogos de Tóquio • Gaspar Nóbrega - 5.ago.2021/COB
Mulheres brasileiras batem recorde de medalhas
Quando as mulheres do país ganharam as primeiras medalhas da história, em Atlanta-1996, o impacto foi considerável. Na ocasião, a delegação brasileira atingiu pela primeira vez os dois dígitos no total – foram 15, contra apenas 3 na anterior, em Barcelona-1992. Desde então, o Brasil jamais ficou com menos de dez pódios.
Agora, em Tóquio, o avanço feminino volta a impulsionar o resultado geral. As brasileiras somam nove pódios, o que representa um recorde histórico. Até então, as setes medalhas trazidas de Pequim-2008 eram o número mais alto em disputas femininas.
A ginasta Rebeca Andrade sagrou-se a primeira brasileira a conquistar duas medalhas em uma edição só dos Jogos. Ela foi ouro no salto e prata no individual geral da ginástica artística.
Martine Grael e Kahena Kunze se tornaram bicampeãs olímpicas na classe 49erFX da vela. Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de ouro inédita na maratona aquática.
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Rebeca Andrade garantiu um ouro e uma prata nos Jogos de 2020 • Ashley Landis - 2.ago.2021/AP
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Rebeca conquistou a prata na ginástica artística individual geral • Gregory Bull - 29.jul.2021/AP
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Na final do salto, Rebeca fez duas boas apresentações e levou o ouro • Laurence Griffiths - 1.ago.2021/Getty Images
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Kahena Kunze (E) e Martine Grael com a medalha de ouro e a bandeira brasileira no pódio olímpico • Jonne Roriz - 3.ago.2021/COB
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Martine e Kahena se tornaram bicampeãs olímpicas na classe 49erFX da vela • Gregorio Borgia - 3.ago.2021/AP
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Ana Marcela Cunha se emociona com a vitória na maratona aquática em Tóquio • Jonne Roriz - 4.agp.2021/COB
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Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de ouro para o Brasil na maratona aquática feminina (10km) • Jonne Roriz - 4.agp.2021/COB
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Mayra Aguiar, do judô, conquistou seu terceiro bronze em Olimpíadas ao ficar em 3ª na categoria até 78 kg • Vincent Thian - 29.jul.2021/AP
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Luisa Stefani e Laura Pigossi mostram placar final da partida contra as russas que valeu o bronze • Rafael Bello - 31.jul.2021/COB
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Laura Pigossi (E) e Luisa Stefani durante cerimônia de premiação do tênis • Wander Roberto - 1.ago2021/COB
A judoca Mayra Aguiar também conseguiu um feito em Tóquio: tornou-se a primeira brasileira a conquistar três medalhas olímpicas. Ela foi bronze na categoria até 78 kg, mesma medalha que faturou em Londres-2012 e no Rio-2016.
As mulheres também foram responsáveis pela maior surpresa brasileira nas Olimpíadas de 2020. Inscritas em cima da hora na competição, Laura Pigossi e Luisa Stefani fizeram uma boa campanha e levaram o bronze nas duplas de tênis, com direito a uma virada no final do jogo que valia o terceiro lugar.
Além do fator surpresa, o resultado teve um ineditismo. Foi o primeiro pódio do tênis brasileiro na histórica olímpica.
Medalhas em esportes tradicionais
O Brasil também manteve a tradição de trazer medalhas em esportes como judô, atletismo e natação, que estão entre os que mais renderam pódios ao Brasil na história.
Além de Mayra, Daniel Cargnin foi bronze no tatame. O bronze também saiu para os nadadores Bruno Fratus, nos 50m livre, e Fernando Scheffer, nos 200m livre, e para dois representantes do atletismo: Alison dos Santos, nos 400 metros com barreiras, e Thiago Braz, no salto com vara.
No boxe, o Brasil assegurou três medalhas, igualando a quantidade de Londres-2012. Além dos finalistas Bia e Hebert, o peso-pesado Abner Teixeira ficou com o bronze.
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Daniel Cargnin comemora a medalha de bronze na categoria até 66kg do judô • Gaspar Nóbrega - 25.jul.2021/COB
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Fratus selebra a medalha de bronze com a terceira colocação nos 50m livre • Jonne Roriz/COB
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Fernando Scheffer ganhou um bronze para a natação brasileira, na prova dos 200m livre • CBDA/Divulgação (27.jul.2021)
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Abner Teixeira recebe a medalha de bronze conquista no peso-pesado do boxe • Jonne Roriz/COB/Divulgação
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No pódio, Alison dos Santos mostra o bronze conquistado nos 400m com barreiras • Francisco Seco - 3.ago.2021/AP
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Depois de conquistar bronze no salto com vara na terça (3), Thiago Braz subiu ao pódio na quarta-feira (4) • Júlio César Guimarães - 4.ago.2021/COB
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Pugilista Beatriz Ferreira (D) disputará medalha de ouro • Themba Hadebe - 30.jul.2021/AP
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Hebert Sousa também está na final do boxe e lutará pelo ouro • Júlio César Guimarães - 1.ago.2021/COB