Beatriz Ferreira perde para irlandesa e fica com a prata no boxe
Kellie Harrington foi a campeã olímpica do peso leve por decisão unânime
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Em sua estreia nas Olimpíadas de Tóquio, Bia Ferreira encarou a lutadora Wu Shih-Yi, de Taiwan, e venceu por decisão unânime dos juízes • Frank Franklin II/AP
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Nas quartas de final, a brasileira derrotou, também por decisão unânime da arbitragem, Raykhona Kodirova, do Uzbequistão • Themba Hadebe/AP
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Em seu caminho rumo à final olímpica na categoria peso-leve, Bia enfrentou a finlandesa Mira Potkonen nas semifinais e conquistou mais uma luta por decisão unânime dos juízes • Themba Hadebe/AP
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Na grande final, brasileira encarou a irlandesa Kellie Anne Harrington em busca do ouro olímpico • Frank Franklin II/AP
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Brasileira começou bem e venceu o primeiro round da luta • Themba Hadebe/AP
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No segundo round, porém, irlandesa conectou mais golpes e venceu na opinião dos jurados • Themba Hadebe/AP
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Terceiro round foi bastante disputado, mas, na opinião dos jurados, irlandesa foi melhor e, com isso, venceu a luta • Themba Hadebe/AP
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Clima amistoso imperou no ringue após a divulgação do resultado da luta • Frank Franklin II/AP
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Campeã olímpica e medalhista de prata do peso-leve feminino do boxe se abraçaram no ringue • Frank Franklin II/AP
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Brasileira conseguiu um feito histórico e o melhor resultado do país no boxe feminino até aqui • Jonne Roriz/COB/Divulgação
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Prata conquistada por Bia foi a quinta do Brasil nas Olimpíadas -- na sequência veio a sexta no vôlei feminino • Jonne Roriz/COB/Divulgação
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Com o feito, Bia escreveu seu nome na história do esporte brasileiro • Jonne Roriz/COB/Divulgação
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Campeã mundial em 2019, Beatriz Ferreira, a Bia, não conseguiu repetir o feito nas Olimpíadas de 2020. Assim, vai voltar ao Brasil com a medalha de prata, após perder a final do peso leve (até 60kg) do boxe, neste domingo (8), em Tóquio, para a irlandesa Kellie Harrington.
A vitória de Harrington foi unânime, na avaliação dos jurados. Dois deram o triunfo por 30 a 27 para a lutadora irlandesa, enquanto três apontaram o placar por 29 a 28, o que determinou a medalha de prata para a brasileira.
Bia Ferreira, que entrou no ringue ao som de “A Favela Chegou”, fez um primeiro round equilibrado com Harrington, o mais estudado dos três da final olímpica. A brasileira ganhou o primeiro round para três juízes, enquanto dois deram o triunfo para a irlandesa, com o reconhecimento da maior contundência da baiana. Só que ficou nisso.
No segundo round, Bia Ferreira teve mais iniciativa no início e dominava o centro do ringue, mas a irlandesa acertou mais golpes no fim, o que acabou levando os juízes a darem a vitória para a europeia. O terceiro round foi muito equilibrado, com ambas sendo mais agressivas, com a brasileira não conseguindo se impor como seria necessário para conquistar o ouro.
E, ao fim, o título olímpico ficou com Harrington, que, na avaliação dos cinco juízes, também foi melhor nos três minutos finais de combate. “Desculpa, pai! Desculpa, Brasil!”, disse a lutadora, ainda no ringue, frustrada com o seu revés.
Depois, à imprensa, exaltou o desempenho apresentado em Tóquio. E já mirou as Olimpíadas de Paris, renovando o objetivo de conquistar a primeira medalha de ouro feminina do boxe brasileiro. “Saí do Brasil com a meta de voltar com a medalha-mãe de todas. Tentei mudar a cor, não consegui, mas vou continuar trabalhando para que ela mude. O objetivo era o ouro, mas estou muito contente com essa. Agora o trabalho continua, não vou parar aqui, vou sempre vender caro”, disse.
Já Harrington celebrou a conquista do ouro em uma luta entre as últimas campeãs mundiais do peso leve. “A campeã mundial de 2018 e a campeã mundial de 2019 em uma final olímpica. O que eu mais poderia pedir? Duas mulheres em uma final, dando absolutamente tudo que elas têm. Ela é uma adversária fantástica, uma lutadora incrível”, exaltou.
Campanha histórica de Bia

A derrota de Bia Ferreira encerra a boa participação do boxe brasileiro nas Olimpíadas de Tóquio, sendo, ao lado do skate, o esporte que mais deu medalhas ao Brasil: três. Foram, ainda, um ouro, com Hebert Souza, e um bronze, com Abner Teixeira, além da sua prata.
Com o vice-campeonato olímpico de Bia Ferreira, o Brasil passa a somar sete ouros, cinco pratas e oito bronzes nas Olimpíadas de Tóquio. E ainda haverá uma 21ª medalha, para a seleção feminina de vôlei, um recorde absoluto para o esporte do país.
Bia Ferreira é apenas a segunda boxeadora do Brasil a subir ao pódio olímpico, sendo que a outra foi Adriana Araújo, bronze nos Jogos de Londres, em 2012, também no peso leve. Ela é vista, inclusive, como sucessora da medalhista, tendo feito parte, em 2016, do projeto Vivência Olímpica, em que jovens revelações acompanhavam atletas durante o evento, além de ter sido sparring da medalhista olímpica, que foi eliminada logo na sua estreia no Rio.

Quatro anos depois, Bia Ferreira não apenas viu tudo de perto: subiu ao ringue como candidata ao pódio, após chegar às Olimpíadas como campeã mundial em 2019 e medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos também de dois anos atrás. E com um cartel impressionante: são, agora, 73 vitórias e 8 derrotas no boxe amador.
Como uma das cabeças de chave do peso leve nas Olimpíadas, Bia Ferreira estreou com vitória sobre a taiwanesa Wu Shih-Yi já nas oitavas de final. Depois, o triunfo foi diante da uzbeque Raykhona Kodirova, o que lhe garantiu nas semifinais de Tóquio e no pódio. Já para avançar à final, derrotou a finlandesa Mira Potkonen, uma veterana, de 40 anos, e multimedalhista: ganhou no Japão o seu segundo bronze olímpico, mesmo resultado obtido nos Mundiais de 2016 e 2019. E todas essas vitórias se deram por decisão unânime dos jurados.
Na disputa pelo ouro, Bia Ferreira encarou outra campeã mundial, Harrington, que faturou o título em 2018. E não resistiu ao poderio da rival na primeira luta entre elas, logo em uma final olímpica.