Barcelona insiste na Superliga e diz que retirar-se seria ‘erro histórico’
Dez dos 12 membros fundadores já deixaram o projeto da nova liga de futebol, após entidades anunciarem punições e fãs pedirem o boicote
O Barcelona reiterou seu compromisso com a Superliga da Europa, mesmo após dez dos 12 membros fundadores terem saído oficialmente da nova liga de futebol.
O novo projeto entrou em colapso na terça-feira (23) — menos de 48 horas depois de ter sido anunciado —, após se retirarem da competição as seis equipes inglesas da Premier League. Os clubes italianos Inter de Milão, Juventus e o Milan seguiram o exemplo, assim como o Atlético de Madrid.
No entanto, apesar da reação contrária de fãs, entidades e legisladores do futebol, o Barça anunciou sua intenção de avançar com a Superliga, citando a “necessidade de reformas estruturais” no futebol europeu.
“Neste contexto, o Conselho de Administração do FC Barcelona aceitou, com urgência imediata, a oferta de fazer parte da Superliga como membro fundador, uma competição destinada a melhorar a qualidade e atratividade do produto oferecido aos fãs do futebol e, ao mesmo tempo, como um dos princípios mais inalienáveis do FC Barcelona, procuram novas fórmulas de solidariedade com toda a família do futebol”, diz o comunicado de quinta-feira.
“A decisão foi tomada com a convicção de que teria sido um erro histórico recusar a oportunidade de fazer parte deste projeto como um de seus membros fundadores. Como um dos maiores clubes do mundo, a nossa intenção será sempre estar na vanguarda, sendo esta uma parte indispensável da identidade do clube e de seu espírito desportivo, social e institucional”.
O grande rival do Barça no campeonato espanhol La Liga, o Real Madrid, também continua comprometido com os planos da Superliga e em uma entrevista concedida a uma rádio na quarta-feira (21), o presidente do clube, Florentino Perez, disse que a competição exclusiva está “em espera”.
No entanto, o Barça reconheceu a reação esmagadora do público à formação da Superliga, dizendo que “não há dúvida […] que uma análise muito mais aprofundada é necessária sobre as razões que causaram essa reação”.
O clube do La Liga acrescentou que “reconsiderará, se necessário, e na medida necessária, a proposta originalmente formulada e resolverá todas essas questões, sempre para o bem do interesse geral do mundo do futebol. Essa análise aprofundada precisa de tempo e a compostura necessária para evitar qualquer ação precipitada”.
Na quinta-feira (22), o La Liga se reuniu com os 39 clubes de sua primeira e segunda divisões que não foram convidados a ingressar na Superliga e divulgou um comunicado conjunto condenando a proposta.
“Os clubes presentes na reunião rejeitaram de forma unânime e veemente os planos para esta competição”, diz. “Todos os clubes acreditam firmemente no mérito esportivo como o único critério para se qualificar para competições internacionais de clubes por meio de ligas nacionais”.
“Hoje, os fãs do futebol em toda a Europa podem sonhar que o seu clube, independentemente do tamanho, pode sobressair, subir ao topo e competir no auge do futebol europeu. Esta tradição europeia de futebol para todos é fundamental e não deve ser ameaçada ou alterada”, acrescenta.
“A resistência global nos últimos dias provou que uma liga fechada e elitista é inviável e indesejada. A reação prova o quanto o ecossistema aberto e a comunidade do futebol significam para as pessoas”.
(Texto traduzido. Leia o original em inglês).