Após COI, premiê japonês também admite chance de adiar Olimpíada
Crise do coronavírus pressiona Tóquio a mudar datas, mas de acordo com Shinzo Abe, cancelamento não é opção
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, admitiu nesta segunda-feira (23) a possibilidade de adiamento das Olimpíada de Tóquio, prevista para ter início em julho, por conta da crise global pelo novo coronavírus (COVID-19).
A declaração ocorre um dia depois de o Comitê Olímpico Internacional declarar que estuda mudar o cronograma original e anunciará uma posição em até um mês. Na última semana, Abe, após se reunir com líderes do G7, declarou que queria realizar Jogos “completos” para provar que a humanidade havia derrotado a doença.
Nesta segunda, em sessão parlamentar, o premiê japonês recuou. “Se for difícil realizar os Jogos dessa maneira, temos que decidir adiá-los, dando prioridade máxima (à saúde dos) atletas”, disse.
“Embora o COI tome uma decisão final (sobre o assunto), somos da mesma opinião que o cancelamento não é uma opção”, acrescentou Abe, indicando que o evento poderia ser adiado, mas não cancelado.
Na noite deste domingo, o Comitê Olímpico Canadense informou que não eviará atletas aos Jogos caso não haja adiamento. O órgão foi o primeiro a oficializar um boicote, mas outros comitês nacionais — como o COB, representante brasileiro — já haviam se posicionado a favor de uma mudança de calendário.
Em nota, o Comitê Olímpico Australiano também se mostrou contrário à realização dos Jogos no cronograma original e recomendou que seus atletas se preparem para “Olimpíada em 2021”.
Comitê japonês
O presidente do Comitê Olímpico Japonês afirmou nesta segunda-feira (23) que também acha necessária a avaliação da possibilidade de adiar os Jogos diante dos crescentes pedidos dos outros países em razão da epidemia do novo coronavírus.
“Da perspectiva dos atletas em relação à segurança, chegamos a um estágio no qual não podemos evitar e temos que considerar o adiamento [dos Jogos Olímpicos], disse Yasuhiro Yamashita.
O presidente do comitê japonês, no entanto, ressaltou que um dos desafios se uma decisão como essa for tomada pelo COI – especialmente no caso de um adiamento por um longo período – está no fato de que os atletas teriam que disputar seletivas novamente para se qualificar para as Olimpíadas. (Com informações da Reuters)