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    Ziraldo ajudou a fundar “O Pasquim”: conheça o jornal de oposição à Ditadura

    Cartunista, desenhista e escritor morreu na tarde deste sábado (6), aos 91 anos

    Ziraldo foi um dos fundadores do jornal "O Pasquim".
    Ziraldo foi um dos fundadores do jornal "O Pasquim". TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO/AE e Reproução/ Memorial da Democracia

    Fernanda Pinottida CNN

    em São Paulo

    Além de criador de histórias e personagens clássicos da literatura infantil brasileira, Ziraldo também foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, no fim dos anos 1960.

    O cartunista, desenhista e escritor morreu na tarde deste sábado (6), aos 91 anos.

    Um dos principais veículos da época, “O Pasquim” se tornaria símbolo de oposição ao regime militar durante a Ditadura, usando do humor e sarcasmo para driblar a censura com suas críticas.

    Essa nova forma de fazer jornalismo, de maneira mais irreverente, também impactaria o resto da imprensa nacional, inclusive os grandes veículos.

    Ziraldo foi um dos fundadores e chegou a dirigir o periódico, que nasceu em 1969 — um ano após a edição do Ato Institucional nº 5 — como um espaço para os jornalistas, artistas e humoristas que se opunham aos militares.

    Ao seu lado, estavam jornalistas, artistas e intelectuais como Millôr Fernandes, Tarso de Castro, Henfil, Ivan Lessa, Sérgio Cabral, Claudius, Fortuna, Luís Carlos Maciel, entre outros.

    O impresso era chamado de “rato que ruge” por conta da alta repercussão, mesmo contando com uma pequena redação. Nos seus melhores anos, entre 1969 e 1973, a publicação chegava a 250 mil exemplares.

    Charge de Ziraldo em “O Pasquim” de 14 de janeiro de 1971. / Acervo da Imprensa de Resistência/ Instituto Vladimir Herzog

    Quase toda a redação de “O Pasquim” foi presa em novembro de 1970 e permaneceu na prisão até o início de 1971, inclusive Ziraldo, período no qual o jornal continuou circulando com os poucos colaboradores que não estavam atrás das grades.

    Em 2008, Ziraldo e outros jornalistas perseguidos durante o governo militar tiveram seu processo de anistia aprovado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

    O alvo do jornal mudou após a abertura política de 1985, mas seguiu como oposição ao governo, e a publicação de “O Pasquim” seguiu até o início dos anos 1990.

    *Com informações de Agência Brasil e TV Câmara