Walter Salles narra cena de “Ainda Estou Aqui” em vídeo do New York Times
Diretor reforçou o uso da "subtração" na direção do filme estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello
O diretor Walter Salles, 68, responsável por “Ainda Estou Aqui“, narrou e deu detalhes sobre a gravação de uma das cenas do filme em vídeo para o jornal The New York Times. O vídeo foi publicado na noite de sexta-feira (7).
A participação de Salles faz parte do quadro “Anatomia de uma Cena” do portal, que convida diretores para contarem os bastidores e intenções por trás de algumas das cenas mais emblemáticas ou fortes de seus filmes.
No vídeo, o Salles conta detalhes da gravação da cena em que os militares entram na casa da família Paiva para levar o ex-deputado para interrogatório.
“A partir daí, a cena inteira envolve subtração. Subtração da luz quando as cortinas são fechadas, subtração dos sons de fora, subtração da música”, detalhou o diretor.
Salles também informa que ele quis fazer apenas dois close-ups no filme e conta sobre o momento em que a câmera foca em Fernanda Torres no momento da despedida. “Nós o usamos para a última troca de olhares entre Rubens e Eunice“, relatou. “Então, nós estamos com ela. ‘Ainda Estou Aqui‘ vira o filme dela.”
Assista ao vídeo de Walter Salles detalhando cena de “Ainda Estou Aqui”, em inglês:
Em entrevista à CNN, Fernanda Torres já havia detalhado o método de subtração escolhido pelo diretor para evidenciar a sutileza dos sentimentos e força de Eunice Paiva no longa.
Sobre o que fala “Ainda Estou Aqui”?
Baseado no livro de mesmo nome escrito por Marcelo Rubens Paiva, o enredo conta a história da família do escritor quando seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, é levado durante a Ditadura Militar. Na adaptação cinematográfica, Selton Mello vive Paiva.
A partir desse momento, começa a luta de Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres) em busca do paradeiro do marido enquanto precisa permanecer forte para os filhos. O longa então conta a trajetória dessa mãe que se tornou um dos maiores símbolos de luta dos familiares dos desaparecidos durante o regime, se formou advogada e fez carreira como defensora dos direitos das comunidades indígenas no país.
“Ainda Estou Aqui” recebeu três indicações ao Oscar de 2025, que acontece em 2 de março.
