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    Vinte e cinco anos depois, “Pânico” volta às telas com elenco original

    Com Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette, franquia tem quinto filme lançado, e passa a limpo a história recente dos filmes de terror

    Luis Felipe Abreucolaboração para a CNN

    Um dos rostos mais conhecidos do cinema volta às telas nesta semana, em 13 de janeiro. Ou melhor dizendo: uma das máscaras mais conhecidas. O serial killer Ghostface aterroriza mais uma vez em “Pânico”, quinto filme da franquia iniciada em 1996.

    O título, idêntico ao do filme original, já entrega a proposta revisionista deste novo longa. A história homenageia e recupera “Pânico”, trazendo de volta todo o elenco da estreia: Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette.

    Na trama, uma nova versão do assassino volta a cidadezinha de Woodsboro, e tem como alvo um grupo de adolescentes local, com o objetivo de revelar segredos ocultos do lugar. Também de retorno à cidade natal está Sidney Prescott (Campbell), que precisa enfrentar antigos traumas para desmascarar o criminoso.

    Um pouco de história

    O longa original chamou muita atenção em seu lançamento pela abordagem metalinguística do gênero dos slasher movies. O roteirista Kevin Williamson concebeu o filme como uma desconstrução dos clichês e lugares-comuns do terror – e para isso contou também com a experiência do diretor Wes Craven, ele próprio um veterano do gênero, criador da franquia “Sexta Feira 13” e seu Freddy Krueger.

    O resultado é uma trama onde os personagens parecem ter consciência de estarem em um filme de horror, e precisam lançar mão de seus conhecimentos sobre eles para sobreviver e derrotar o assassino.

    A fórmula foi um sucesso: “Pânico” foi a maior bilheteria da história do terror, e gerou três continuações, lançadas em 1997, 2000 e 2011. Também acabou dando origem à popular série de paródias “Todo Mundo em Pânico”, que rendeu cinco filmes, entre 2000 e 2013.

    Esse novo “Pânico” lança sua abordagem irônica e autoconsciente sobre si próprio. As novas vítimas de Ghostface são ligadas aos personagens do original, e o novo assassino parece fascinado com os casos antigos. Courtney Cox, em entrevista ao talk show de Drew Barrymore (ela também membro do elenco original do filme), em 2021, afirmou: “É um novo ‘Pânico’. Não é um reboot, não é um remake, é só um novo lançamento. É moderno e assustador”.

    Os críticos que já assistiram ao longa afirmam ser um retorno triunfante da franquia. “Sangrento e cheio de amor e reverência à franquia”, “Meu favorito desde o original” e “Honra lindamente o legado do primeiro filme, enquanto traz um novo tom”, foram alguns dos comentários.

    Além das relações para com a própria série, o longa também pode ser pensado como resposta à história recente do cinema de terror. Após a onda dos slashers – pela qual “Pânico” foi um dos principais responsáveis -, entre as décadas de 1980 e 1990, o gênero passou por um período de transformações.

    Os anos 2000 viram uma profusão dos filmes gore (de violência extrema, como “Jogos Mortais”, de 2004, e “O Albergue”, de 2005) e found footage (em que onde as cenas são apresentadas como sendo gravadas in loco pelos próprios personagens, como “Atividade Paranormal” ou “REC”, ambos de 2007).

    Já a década de 2010 viu a explosão das produtoras independentes, como a Blumhouse, responsável pela série “Uma Noite de Crime” e por “Corra!”, de 2017, ou a A24, de “A Bruxa”, de 2015. Já nos últimos anos, os filmes clássicos passaram a ser retomados. Em 2018, “Halloween”, continuação direta do cultuado slasher de 1978, por exemplo, reviveu a franquia.

    “Pânico”, ao resgatar o próprio “Pânico”, parece refletir essa história, pensando o lugar da própria série dentro do gênero – e propondo um jogo entre a nostalgia e a renovação. Além do elenco e da locação original, Williamson está de volta como produtor.

    Wes Craven, porém, falecido em 2015, dá lugar aqui aos jovens Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, que começaram na Blumhouse, dirigindo segmentos das antologias “V/H/S” e “Southbound”. Se Campbell tornou-se uma estrela após o filme de 1996, a nova versão a traz acompanhada de uma geração de novos atores, que prometem ser o futuro da franquia, como Melissa Barrero e Jack Quaid.

    O roteiro é assinado pelo parceiro de Bettinelli-Olpin e Gillett, Guy Busick (“Casamento Sangrento”) e pelo veterano da indústria James Vanderbilt (“Zodíaco”).

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