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    Selton Mello sobre interpretação em “Ainda Estou Aqui”: “Me machuquei”

    Ator comentou sobre conexão pessoal e espiritual com o personagem do longa

    Giovana Christda CNN

    O ator Selton Mello, 51, comentou sobre o processo de preparação para viver o personagem Rubens Paiva no filme “Ainda Estou Aqui” e sobre sua conexão com a história.

    “Eu tinha que estar fazendo aquele personagem, era a hora, era para ser eu. Não queria saber como ele falava e andava, queria entender o que ele emanava. Eu me machuquei durante o processo, caí de bicicleta, me quebrei todo, não sei o que eu estava sentindo. É louco você fazer alguém que existiu, foi levado e assassinado”, disse ele.

    Em entrevista ao programa Saia Justa, da GNT, exibido nesta quarta-feira (4), Selton comentou que trabalhou de uma forma inédita em que “Ainda Estou Aqui”, já que a produção foi gravada de forma cronológica e não de acordo com os cenários, como comumente é feito.

    “Quando fiz aquela dificílima cena de quando o Rubens é levado para nunca mais voltar eu não podia ter esse peso por já conhecer a história”, relatou o ator relembrando a emoção ao contracenar com Fernanda Torres.

    Ainda, o filme teve um apelo para a história do diretor, Walter Salles, que frequentava a casa da família Paiva, e também de Selton Mello, no final do filme, quando Eunice, representada por Fernanda Montenegro, aparece com Alzheimer — doença que também afetou sua mãe.

    “Tem uma das cenas de amor mais lindas que eu fiz no cinema, Fernanda Montenegro e eu: quando ela me vê em uma foto. E, dentro da confusão do Alzheimer dela, ela tem um lampejo de conhecimento. Ela sem falar nada, é muito poderoso!”, relatou o ator.

    “Ainda Estou Aqui” estreou em 7 de novembro nos cinemas brasileiros e já bateu dois milhões de espectadores em menos de um mês de estreia.

    Dirigido por Walter Salles, o longa é uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre o próprio pai, Rubens Paiva, deputado federal que foi preso e morto durante a ditadura militar em 1971, no Rio de Janeiro.

    Na trama, a mãe do autor, Eunice Paiva, precisa mudar a rotina completamente depois que o marido é exilado. A dona de casa se vê obrigada a virar ativista de direitos humanos após o desaparecimento de Rubens Paiva.

    “Ainda Estou Aqui” é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2025

    *Com informações de Fernanda Pinotti, da CNN

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