Roteirista de “A Amiga Genial” sobre fim da série: “Não termina de verdade”
Saverio Costanzo foi o responsável por levar a história escrita por Elena Ferrante para as telas
O último episódio da última temporada de “A Amiga Genial” chegou à plataforma de streaming Max na noite desta segunda-feira (11), pondo um fim à série que levou a história escrita pela autora italiana Elena Ferrante para as telas.
O roteirista e diretor Saverio Costanzo, responsável por adaptar a tetralogia de livros de Ferrante para a televisão, falou em entrevista coletiva sobre o fim do projeto no qual trabalha desde 2017.
“É um jeito de terminar que é misterioso, como a vida é. A coisa boa sobre isso é que não termina de verdade”, falou Costanzo. “Você não sabe exatamente onde… o que vai acontecer”.
Alerta de spoiler: o texto a seguir contém spoilers do último episódio da quarta temporada de “A Amiga Genial”
A série chega ao fim sem que saibamos o paradeiro de Lila, tampouco de sua filha Tina, que desaparece sem mais explicações no penúltimo episódio. Como seu último ato, Lila consegue surpreender Lenu mais uma vez: a escritora recebe em sua casa as duas bonecas com as quais elas costumavam brincar quando crianças.
“Você tem essa reviravolta que basicamente muda a forma como os espectadores e os leitores veem tudo. Foi assim comigo quando li o livro. Quero dizer, quando cheguei naquela reviravolta no final, eu estava basicamente repensando tudo o que tinha lido de uma maneira diferente”, falou ele.
Para Costanzo, é o fato da história escrita por Ferrante possuir um epílogo tão forte quanto esse que permite que os espectadores (e ele) se despeçam das personagens que acompanharam ao longo de uma vida.
“Tivemos que abrir mão de 150 páginas do livro, onde há muitas informações que tiveram que ser cortadas da série porque não havia espaço, literalmente”, falou o roteirista. “Uma vez que você tem um epílogo tão forte, você tem um fim. Você sabe que tem um fim. Então, qualquer coisa da qual você tenha aberto mão antes, não é tão dolorosa”.
Trabalhar com Ferrante “é como ter um fantasma como amiga”
À CNN, Costanzo também detalhou como foi o processo de trabalhar com a escritora Elena Ferrante, cuja identidade é um mistério para o mundo todo – inclusive para ele.
“É como ter um fantasma como amiga, porque você não sabe como ela é, mas você sente que tem uma amiga, mesmo que ela não tenha uma aparência”, disse Costanzo.
A comunicação entre os dois, desde o início da série em 2018, acontece exclusivamente por e-mail. “Eu escrevo para a editora [que publica os livros de Ferrante], a editora escreve para ela, ela escreve para a editora e a editora manda os e-mails dela para mim”, explicou o diretor italiano.
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