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    Robert De Niro reclama de censura ao discursar contra Trump em premiação

    Premiado no Gotham Awards na noite desta segunda-feira (27), o ator ficou irritado ao perceber que sua fala não estava no teleprompter

    Nicoly Bastosda CNN , São Paulo

    O ator Robert De Niro afirmou que foi censurado em seu discurso na premiação do Gotham Awards, realizada na noite de segunda-feira (27). Ao participar da entrega de um prêmio especial para o filme “Assassinos da Lua das Flores”, do qual faz parte do elenco, o astro do cinema pretendia ler um texto com críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

    O Gotham Awards, que costuma premiar produções independentes, reconheceu o desempenho do ator em seu papel como William Hale, um dos protagonistas do novo filme dirigido por Martin Scorsese. Ao subir no palco para receber o prêmio, De Niro notou um “problema” no teleprompter em que leria o discurso. O ator, então, pegou o celular para ler todo o texto na íntegra — e não poupou palavras ao dizer que o texto foi cortado de propósito.

    “A história não é mais história. A verdade não é verdade. Até os fatos estão sendo substituídos por fatos alternativos e impulsionados por teorias da conspiração e pela mentira. Na Flórida, os jovens estudantes aprendem que os escravizados desenvolveram habilidades que poderiam ser aplicadas em seu benefício pessoal”, disse o ator, no discurso.

    Este trecho foi uma referência às mudanças do novo currículo na Flórida para o ensino sobre a história da escravidão nos Estados Unidos, que despertou polêmica ao ser lançado no início deste ano.

    “A indústria do entretenimento não está imune a esta doença purulenta. O Duke, John Wayne, disse a famosa frase sobre os nativos americanos: ‘Não creio que tenhamos feito mal ao tirar deles este grande país. Havia um grande número de pessoas que precisavam de novas terras, e os índios tentavam egoisticamente mantê-las para si’”, continuou De Niro.

    Em seguida, o ator dirigiu suas críticas a Trump, sem citar o nome dele.

    “A mentira tornou-se apenas mais uma ferramenta no arsenal dos charlatões. O ex-presidente (Trump) mentiu mais de 30 mil vezes durante os seus quatro anos de mandato. E ele está mantendo o ritmo em sua atual campanha eleitoral. Mas, com todas as suas mentiras, ele não consegue esconder sua alma. Ele ataca os fracos, destrói os bens da natureza e mostra desrespeito, por exemplo, usando ‘Pocahontas’ como um xingamento”, prosseguiu.

    Por fim, De Niro se recusou a agradecer a Apple, produtora do filme, ou qualquer um dos organizadores da premiação, dizendo que não se sentia confortável em demonstrar gratidão a quem cortou seu texto. “Como ousam fazer isso?”, finalizou.

    “Assassino da Lua das Flores” estreou nos cinemas em 19 de outubro e retrata o extermínio da população Osage nos Estados Unidos, durante a década de 1920. O filme busca trazer os assassinos e suas motivações à tona.

    Assista ao discurso completo de Robert De Niro:

    https://twitter.com/taikawait/status/1729326726004547599

     

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