Rita Lee teve programa próprio na TV, participou de novelas e até interpretou Raul Seixas
Além de brilhar nos palcos, a cantora teve programa na MTV, foi entrevistadora e atuou e dublou filmes
A rainha do rock brasileiro Rita Lee morreu na noite desta segunda-feira (8), aos 75 anos, devido a um câncer do pulmão que adquiriu em 2021 e que estava sendo tratado há tempos. Além de ter sido um dos maiores símbolos do rock nacional e marco revolucionário por seu comportamento e opiniões, Rita também brilhou em outras áreas, como nas telas da TV e do cinema.
A cantora apresentou seu próprio programa, transmitido pela MTV ao longo de 1991.
Exibido aos sábados à noite, o “TV Leezão” trazia os comentários irreverentes e reflexões de Rita carregadas de seu característico humor ácido sobre o contexto musical e cultural da época.
Abordando temas como a influência dos anos 60 nos anos 90 e o caráter do movimento existencialista, durante os 30 minutos dos episódios, a cantora encantava o público interpretando ainda personagens criadas por ela mesma, como o “machão” Aníbal, a espirituosa Gininha e a elegante Adelaide Adams.
Reiterando o caráter musical do programa, o “TV Leezão” contou ainda com a exibição de diversos clipes musicais e entrevistas com grandes personalidades brasileiras, como Wanderléa, Gilberto Gil, Pelé e Marisa Monte.
Outro momento marcante de Rita Lee como apresentadora aconteceu no canal GNT durante a década de 2000, onde integrou o time do “Saia Justa” de 2002 a 2004, ao lado de Mônica Waldvogel, Marisa Orth e Fernanda Young.
Ela ainda comandou o programa “Madame Lee”, em 2006, onde atuava como analista ao lado de seu parceiro de vida, Roberto de Carvalho, em consultas sobre temas específicos, também no GNT.
Ainda na televisão, a cantora fez participações tanto como ela mesma, quanto interpretando personagens, em alguns programas e novelas da Rede Globo, estando em “Os Trapalhões” (1977), “Top Model” (1989), “Vamp” (1991), “Sai de Baixo” (1997), “Celebridade” (2003) e “Ti Ti Ti” (2010).
Já no âmbito cinematográfico, a carreira de Rita Lee coincide com o início de seus trabalhos em Os Mutantes no final dos anos 60. A primeira aparição da cantora nas telonas foi em 1968, no drama “As Amorosas”, onde, ao lado de seus companheiros de banda – Arnaldo Baptista e Sérgio Dias-, interpretou uma cantora de clube.
Vinte anos depois, a artista fez uma ponta na comédia “Fogo e Paixão” (1988), de Marcio Kogan e Isay Weinfeld. No ano seguinte, destacou-se em “Dias Melhores Virão” (1989), tanto como Mary Shadow, atriz internacional que era dublada pela verdadeira protagonista do filme, Marília Pêra, quanto por assinar a música tema do longa junto com seu marido Roberto de Carvalho.
Um dos grandes momentos de Rita Lee na dramaturgia nacional foi no filme “Tanta Estrela Por Aí…” (1992), onde surpreendeu ao incorporar Raul Seixas, para narrar a história real de quando o artista foi confundido com um impostor de si mesmo.
Já nos anos 2000, a cantora deu vida à Tia Julieta em “Durval Discos” (2002), e voz às personagens Rê Bordosa, em “Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll”, e a minhoca Martha, de “Minhocas” (2013), que ganhou ainda seus cabelos ruivos e olhos azuis.
Com suas últimas atuações em 2014, como a Pirata no drama “A Primeira Missa ou Tristes Tropeços, Enganos e Urucum”, e Grão Mestre num dos episódios da série “Manual para se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis” (2017), Rita Lee foi citada nos documentários sobre a história da música nacional como em “Uma Noite em 67” (2010) e “Tropicália” (2012), e na cinebiografia “Rita Lee – Ovelha Negra”, de 2007, que narra sua trajetória desde a infância até sua consagração artística, ainda com trechos de shows e apresentações marcantes de sua carreira.
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