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    Preta Gil sobre “Ainda Estou Aqui”: “Tocante porque meus pais foram exilados”

    Gilberto Gil foi exilado em 1969, em Londres, após ser preso em dezembro de 1968, durante a ditadura militar no Brasil

    Caroline Ferreirada CNN

    A cantora Preta Gil, 50, usou as redes sociais para deixar sua percepção sobre o filme “Ainda Estou Aqui”, na noite da última segunda-feira (18). O longa, ambientado durante a ditadura militar no Brasil, irá representar o país na disputa pelo Oscar 2025.

    Nos stories, compartilhados em seu perfil no Instagram, a artista disse ter ficado emocionada e lembrado de seus pais, Gilberto Gil e Sandra Gadelha, exilados na época.

    “Um filme precioso, um documento histórico muito importante para que a gente nunca esqueça o que aconteceu nesse país nos anos 1960 e 1970. Para mim, é tocante porque meus pais foram exilados. Uma história muito nossa que vale a pena ser exaltada”, disse Preta.

    A filha de Gilberto Gil também aproveitou o momento para elogiar as atuações da obra, que traz Fernanda Torres, Selton Mello e participação de Fernanda Montenegro, sob direção de Walter Salles.

    “Falar da Nanda, não tenho nem palavras para descrever. É tão lindo, tudo, a delicadeza, a leveza, a beleza da interpretação dela e do Selton, comovente. E dona Fernandona… assistam só, todo o elenco, vamos prestigiar o cinema brasileiro”, disse por fim.

    O exílio de Gilberto Gil

    Em outubro de 1968, Gilberto Gil foi um dos convidados especiais nas apresentações de Caetano Veloso e Os Mutantes. No palco, os músicos foram acusados de afronte ao regime militar diante de suas ideologias e desrespeito ao hino nacional.

    Já em dezembro do mesmo ano, não demorou muito para a polícia tomar as primeiras providências, surpreendendo a dupla precursora da tropicália, em São Paulo.

    No Rio de Janeiro, e já encarcerados, os dois foram acusados de “tentativa de quebra do direito e da ordem institucional”, usando mensagens “objetivas e subjetivas à população” para criticar e se rebelar contra o governo atuante da época.

    Algum tempo depois, os cantores foram soltos e, mesmo inocentados, mantiveram a prisão domiciliar. Já em julho de 1969, foram aconselhados a deixar o país e buscar exílio e, então, partiram para Londres, na companhia das esposas e empresários.

    Inclusive, em uma das cenas do filme, Vera (Valentina Herszage), filha mais velha de Eunice Paiva (Fernanda Torres) e Marcelo Rubens Paiva (Selton Mello), conta, por meio de uma carta enviada aos pais, ter sido tirada para dançar por Gilberto Gil, enquanto estava em um intercâmbio em Londres – durante o período de exílio do cantor.

    “Ainda Estou Aqui”: quem foi Rubens Paiva, personagem de Selton Mello

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