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    Os maiores erros e acertos de um Globo de Ouro histórico em meio à Covid-19

    Evento aconteceu sem festa, apresentado à distância e carregado de críticas à associação que elege as melhores produções

    Por Brian Lowry, CNN

     A 78ª premiação do Globo de Ouro teve um início estranho, buscando resolver a controvérsia sobre a organização por trás da cerimônia, enquanto vivenciava problemas técnicos em meio a um formato ditado por uma pandemia.

    Embora honrem tanto os filmes quanto a TV, o Globo de Ouro é visto como um termômetro do Oscar. No entanto, a tradicional temporada de premiações foi impactada pelo coronavírus, desde o lançamento de filmes por meio de serviços de streaming até postergando o calendário desses eventos para 2021.

    Após uma das decisões mais criticadas de nomeação, “Minari” – uma produção americana sobre uma família coreana no Arkansas – foi eleito o melhor filme em língua estrangeira, já que foi assim que a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) escolheu para classificá-lo.

    Na televisão, a série “The Crown”, da Netflix, foi escolhida como melhor drama pelos eleitores do Globo pela segunda vez (a última em 2017), em meio a uma onda de vitórias de talentos britânicos, incluindo Josh O’Connor, por interpretar o Príncipe Charles, e Emma Corrin no papel de Princesa Diana. Depois de varrer o Emmy 2020, recebendo a maioria das premiações, “Schitt’s Creek”, que está na última temporada, levou o troféu de melhor comédia.

    A cerimônia deste ano ocorreu em clima de dupla desconfiança. Normalmente considerada uma grande festança (incluindo bebidas), a pandemia exigiu uma abordagem mais inventiva, espelhando algumas das técnicas remotas que foram iniciadas no Emmy do ano passado. Tina Fey e Amy Poehler apresentaram novamente, mas à distância. Fey estava em Nova York e Poehler em Beverly Hills.

    Mais significativamente, a transmissão seguiu uma reportagem do Los Angeles Times sobre o comportamento ético questionável dos membros da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood – o grupo que apresenta os prêmios e há muito tempo é o assunto de tais controvérsias – assim como a total ausência de pessoas negras entre os membros, o que gerou críticas de várias figuras importantes de Hollywood.

    Notavelmente, os dois primeiros prêmios da noite foram para estrelas negras: Daniel Kaluuya, pelo drama histórico “Judas e o Messias Negro”, e John Boyega, pela atuação coadjuvante em “Small Axe”. O prêmio de melhor filme de animação também foi para uma produção com elenco predominantemente afro-americano, “Soul”, que estreou no serviço de streaming Disney+. O filme também foi contemplado pela melhor trilha sonora original.

    Nenhum dos dois abordou diretamente a controvérsia, embora Fey e Poehler o fizessem, pedindo à HFPA que resolvesse a falta de inclusão em suas fileiras, durante um monólogo alternativo no qual Fey se referiu ao grupo como “90 jornalistas internacionais não-negros” e “europeus esquisitos”.

    Poucos ganhadores do prêmio ou apresentadores fizeram referência à essa questão da HFPA, embora a estrela de “This is Us”, Sterling K. Brown tenha começado sua introdução dizendo que era ótimo estar de volta e brincando com as palavras “negra” e “de volta”, em inglês “black” e “back”.  

    Os salões vazios foram ocupados por socorristas mascarados, enquanto os indicados aos prêmios assistiam de casa. No entanto, os cortes durante a apresentação dos indicados apresentaram uma qualidade ruim e o feed de Kaluuya passou por problemas técnicos antes que ele pudesse ser aceito.

    Os organizadores do prêmio declararam antecipadamente que tratariam sobre a questão dos eleitores da associação durante a transmissão, mas três membros falaram em melhorias apenas no sentido mais amplo. “Esperamos um futuro mais inclusivo”, concluiu o jornalista turco Ali Sar.

    A NBC, que paga milhões a cada ano pelos direitos de transmissão da cerimônia pela televisão, não fez comentários sobre a HFPA e as últimas questões levantadas em torno dela.

    As indicações ressaltam a estranheza do processo de premiação deste ano, com muitos cinemas fechados e os serviços de streaming, especialmente o Netflix, ocupando um amplo papel. As indicações para o Oscar – como o Globo de Ouro, atrasado devido à pandemia – serão anunciadas no dia 15 de março.

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