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    Orgulho LGBTI+: novo livro conta a história do movimento e fala sobre desafios

    Escrito pelo professor e pesquisador Renan Quintalha, obra aborda conceitos, fatos históricos e reflexões do movimento por diferentes países ocidentais, incluindo o Brasil

    Paradas pelo mundo aconteceram neste mês
    Paradas pelo mundo aconteceram neste mês Jeff J Mitchell/Getty Images

    Daniel Corráda CNN

    A história é de um movimento. Mas, inevitavelmente, também é das pessoas que fazem parte dele. Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgêneros, travestis, intersexuais, e todos aqueles representados pela sigla LGBTQIA+.

    Recortes dessas histórias estão no novo livro do pesquisador Renan Quinalha, “Movimento LGBTI+: uma breve história do século 19 aos nossos dias” (Autêntica Editora).

    Lançado neste mês, que celebra o Orgulho LGBTI+ pelo mundo, a obra aborda conceitos, fatos históricos e reflexões do movimento por diferentes países ocidentais, incluindo o Brasil.

    “O Brasil é um dos países mais violentos contra a população LGBTI+, mas, que, formalmente, assegura direitos e tem a maior parada do Orgulho LGBTI+ do mundo. A violência é persistente e essa é uma grande tarefa”, disse Quinalha à CNN.

    Autor de outras obras sobre a temática, Quinalha é professor de Direito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), membro da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-SP. Com atuação intensa no debate público, tem se tornado uma das principais vozes sobre Direitos Humanos no país.

    Na nova obra, Quinalha ainda faz um recorte histórico de atos marcantes para a comunidade, como a Rebelião de Stonewall, nos Estados Unidos: evento histórico, em 28 de junho de 1969, que acabou dando origem ao Dia Internacional do Orgulho Gay. O escritor avalia o marco com devida importância e influência, mas também com pertinente problematização.

    “Stonewall tornou-se um mito fundador do movimento LGBTI+ global também pelo imperialismo cultural estadunidense. Nesse sentido, para calibrar com justiça o que representou historicamente esse episódio, é fundamental notar a existência de experiências de organização de pessoas LGBTI+ em um estilo muito semelhante àquele produzido por Stonewall em outros contextos e territórios”, pontua o livro, citando atos na Argentina, Brasil e México.

    “Movimento LGBTI+: uma breve história do século 19 aos nossos dias” (Autêntica Editora) /Divulgação

    Espaços de escuta

    À CNN, Renan Quinalha destacou a importância dos espaços de escuta, para ampliar as vozes da comunidade LGBTI+ contra o preconceito e a discriminação.

    “É preciso ampliar essa ideia de engajamento. Ampliar esse consenso em torno do debate, por parte de empresas, da mídia, de organizações da sociedade civil, de várias agendas de maneira interseccional”, analisa o escritor.

    Nesse sentido, Quinalha, ainda chama atenção para a presença do movimento em outras pautas. “O movimento precisa discutir outras agendas, dialogando com outros movimentos e trazendo eles para a agenda da diversidade sexual e de gênero. Só com essa interseccionalidade é que a gente vai conseguir avançar, de fato, transformando a nossa sociedade”, conclui.

    Renan Quinalha é professor da Unifesp e membro da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-SP/ Divulgação