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    Oito agremiações fecham desfiles da Série Ouro do Carnaval do Rio nesta quinta

    Detentoras de títulos históricos do Grupo Especial, Estácio de Sá e Império Serrano estão entre os destaques da noite

    Stéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

    Quem quiser acompanhar o segundo e último dia de apresentações da Série Ouro do Carnaval Carioca precisará ficar até mais tarde na Marquês de Sapucaí, nas apresentações que começam na noite desta quinta-feira (21). Desta vez, como são oito escolas, uma a mais que na véspera, as apresentações terão início às 21h. Os portões serão abertos três horas antes.

    De volta à Marquês de Sapucaí, a Lins Imperial abre a noite de desfiles. A verde e rosa fará uma homenagem ao humorista e sambista Mussum, célebre integrante do humorístico “Os Trapalhões”, com o enredo “Mussum pra sempris. Traga o mé, que hoje com a Lins vai ter muito samba no pé’.

    Em seguida, será a vez da Inocentes de Belford Roxo. A agremiação da Baixada Fluminense prepara uma reverência a uma tradição do Recife que busca preservar a cultura afro-brasileira e a liberdade de credo: a louvação aos eguns, designação iorubá para alma, que ocorre no Pátio do Terço, a partir da meia-noite da segunda-feira de Carnaval. O enredo é “A meia noite dos Tambores Silenciosos”.

    Campeã do Grupo Especial de 1992, a Estácio de Sá será a terceira agremiação a se apresentar na passarela do samba. A vermelho e branco do Morro do São Carlos fará uma reedição do samba e uma releitura do enredo de 1995, que reverenciava o centenário de fundação do Flamengo, com “Cobra coral, Papagaio de Vintém. Vesti rubro-negro, não tem pra ninguém”.

    Quarta agremiação a se apresentar, a Acadêmicos de Santa Cruz levará para a passarela do samba um enredo biográfico: contará a trajetória do ator negro e diretor Milton Gonçalves, de 88 anos, com o enredo “Axé Milton Gonçalves: no catupé da Santa Cruz”. Além da trajetória pessoal do artista, a verde e branco pretende lembrar alguns de seus principais personagens.

    Depois de ter batido na trave e ter ficado com o vice-campeonato em 2020, quando apenas a campeã, Imperatriz Leopoldinense, subiu, a Unidos de Padre Miguel apresentará o enredo “Iroko – É tempo de xirê”. A escola da Vila Vintém prepara uma homenagem a Iroko, orixá do tempo, cultuado no candomblé, considerado regente da ancestralidade e pouco difundido no Brasil.

    A Acadêmicos de Vigário Geral escolheu o tema “Pequena África – Da escravidão ao pertencimento, camadas de memória entre o mar e o morro”. É a história da Zona Portuária do Rio de Janeiro, por onde os negros escravizados chegavam pelo Cais do Valongo, transformado em 2017 em Patrimônio Mundial da Unesco, para que a dor e o sofrimento da escravidão não sejam esquecidos. A escola promete mostrar também uma história de alegria, por meio da resistência a partir da cultura e do samba da Pedra do Sal.

    Primeiro Império do Samba, o Império da Tijuca reviverá sua tradição de sambas afro com o enredo “Samba de Quilombo: a resistência pela raiz”. A proposta é relembrar a crítica de um conjunto de bambas, liderados por Candeia, que criticavam a excessiva valorização dos aspectos visuais e comerciais dos desfiles e propunham um reencontro com as tradições do samba e da negritude. Surgiu assim, em 1975, o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo (Grandes Quilombo), homenageado da noite.

    Quarto maior vencedor do Carnaval Carioca, com nove títulos, o Império Serrano fecha a noite com uma homenagem ao capoeirista Besouro Mangagá, que utilizava a arte para proteger negros que tinham sido escravizados e seus descendentes da tirania dos coronéis da Bahia. Sua trajetória é percebida como símbolo de valorização e afirmação da cultura afro-brasileira e elemento importante para a garantia de direitos da comunidade.

    Sete escolas se apresentaram no primeiro dia: Em Cima da Hora, Acadêmicos do Cubango, Unidos da Ponte, Unidos do Porto da pedra, União da Ilha do Governador, Unidos de Bangu e Acadêmicos do Sossego. Apenas a campeã ascenderá ao Grupo Especial de 2023.

    O Grupo Especial terá início na sexta-feira (22), a partir de 21h15, com Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, a atual campeã Viradouro, de Niterói, e Beija-Flor. No dia seguinte, será a vez de Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.

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